Opinião
- 29 de abril de 2022
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Trabalho: prazer, amor e compromisso
Por Lissânder Dias
O conceito mais profundo de trabalho vem da observação atenta ao próprio Deus, que trabalhou desde o início – não como maldição ou obrigação, mas como puro prazer, amor e compromisso com ele mesmo.
Prazer
O relato de Gênesis é simétrico na ordem das ações e nas reações de Deus após cada trabalho realizado. O Senhor trabalhou por seis dias e por seis vezes viu que o que havia feito era bom (ou muito bom). Isso diz muito sobre a essência do trabalho. Nos ensina que a dor e o suor são parte da labuta, mas que a essência está no sentido de realização; está no prazer ao olhar para algo bem feito, que será útil para todos e que cumprirá os propósitos de Deus. Quando o Criador viu o que havia feito, Ele não estava olhando apenas para o presente, mas sim para o futuro, ou seja, para tudo o que Ele iria realizar a partir do que acabara de realizar. O legado havia começado a ser construído ali, a cada dia de trabalho, e isso deixou Deus muito satisfeito!
Amor
“Está consumado”. Essa famosa frase de Jesus Cristo na cruz também releva a realização de um trabalho – claro, não um trabalho leve e fácil, mas a obra mais dolorosa de todos os tempos. O próprio Deus se fez homem e permitiu ser humilhado, torturado e foi morto por amor a nós. Todo o significado teológico e salvífico é magnífico. Aqui quero, porém, me ater à atitude de Cristo por trás dessa frase. Ele declara que o trabalho foi, enfim, realizado. Tudo o que a humanidade esperava desde o princípio foi feito. Cristo cumpriu a tarefa a Ele dada e estava plenamente consciente disso. Essa “consciência plena” de Cristo nos ensina muito. Ensina que a autoresponsabilidade vem antes da recompensa. É uma das evidências de que temos maturidade para enfrentar o mundo. A clareza sobre quem somos e como podemos contribuir para a melhoria da vida nos leva a tomar as decisões certas sobre nossa própria vida. E quanto mais cúmplices somos da obra de Deus no mundo, mais abençoamos os outros. A concretude do amor se constrói por meio do trabalho que assumimos seriamente e o realizamos plenamente.
Compromisso com Deus
“Tudo é graça”, como diria Brennan Manning. Mas essa graça se traduz, não na passividade ou conformidade, mas no trabalho esforçado de quem já foi liberto da prisão existencial. Quando Cristo nos chama para a liberdade, Ele nos dá todas as condições para sermos o melhor de nós ao mundo. E nós assumimos essa responsabilidade fundamentalmente porque o amor de Deus já nos envolveu profundamente. Quando somos preenchidos por esse amor único, enxergarmos qual o tamanho de nossa força e como devemos usá-la. Portanto, o trabalho é realizado por nós como um compromisso com o Deus que nos salvou por meio de sua maravilhosa graça. É por isso que o trabalho gera alegria em nós, não tristeza – mesmo que estejamos cansados.
Prazer, amor e compromisso são expressões humanas e extensões da obra de Deus no mundo. Elas nos preenchem com algo mais precioso do que salário, status e poder, porque são reflexos da própria atuação pessoal de Deus no presente.
O ato de trabalhar vai além de produzir riqueza e gerar oportunidades. É expressar afetos que estão nos movimentos do próprio Deus Criador, Senhor e Salvador. Assim, somos mais do que trabalhadores dedicados, e nos tornamos, efetivamente, imagem e semelhança de um Deus atuante, vibrante e relevante.
Referências bíblicas: Gênesis 1-2; João 19.30; Efésios 2.8-10.
Leia mais:
>> Espiritualidade e trabalho
>> Livro: A Espiritualidade na Prática
O conceito mais profundo de trabalho vem da observação atenta ao próprio Deus, que trabalhou desde o início – não como maldição ou obrigação, mas como puro prazer, amor e compromisso com ele mesmo.
Prazer
O relato de Gênesis é simétrico na ordem das ações e nas reações de Deus após cada trabalho realizado. O Senhor trabalhou por seis dias e por seis vezes viu que o que havia feito era bom (ou muito bom). Isso diz muito sobre a essência do trabalho. Nos ensina que a dor e o suor são parte da labuta, mas que a essência está no sentido de realização; está no prazer ao olhar para algo bem feito, que será útil para todos e que cumprirá os propósitos de Deus. Quando o Criador viu o que havia feito, Ele não estava olhando apenas para o presente, mas sim para o futuro, ou seja, para tudo o que Ele iria realizar a partir do que acabara de realizar. O legado havia começado a ser construído ali, a cada dia de trabalho, e isso deixou Deus muito satisfeito!
Amor
“Está consumado”. Essa famosa frase de Jesus Cristo na cruz também releva a realização de um trabalho – claro, não um trabalho leve e fácil, mas a obra mais dolorosa de todos os tempos. O próprio Deus se fez homem e permitiu ser humilhado, torturado e foi morto por amor a nós. Todo o significado teológico e salvífico é magnífico. Aqui quero, porém, me ater à atitude de Cristo por trás dessa frase. Ele declara que o trabalho foi, enfim, realizado. Tudo o que a humanidade esperava desde o princípio foi feito. Cristo cumpriu a tarefa a Ele dada e estava plenamente consciente disso. Essa “consciência plena” de Cristo nos ensina muito. Ensina que a autoresponsabilidade vem antes da recompensa. É uma das evidências de que temos maturidade para enfrentar o mundo. A clareza sobre quem somos e como podemos contribuir para a melhoria da vida nos leva a tomar as decisões certas sobre nossa própria vida. E quanto mais cúmplices somos da obra de Deus no mundo, mais abençoamos os outros. A concretude do amor se constrói por meio do trabalho que assumimos seriamente e o realizamos plenamente.
Compromisso com Deus
“Tudo é graça”, como diria Brennan Manning. Mas essa graça se traduz, não na passividade ou conformidade, mas no trabalho esforçado de quem já foi liberto da prisão existencial. Quando Cristo nos chama para a liberdade, Ele nos dá todas as condições para sermos o melhor de nós ao mundo. E nós assumimos essa responsabilidade fundamentalmente porque o amor de Deus já nos envolveu profundamente. Quando somos preenchidos por esse amor único, enxergarmos qual o tamanho de nossa força e como devemos usá-la. Portanto, o trabalho é realizado por nós como um compromisso com o Deus que nos salvou por meio de sua maravilhosa graça. É por isso que o trabalho gera alegria em nós, não tristeza – mesmo que estejamos cansados.
Prazer, amor e compromisso são expressões humanas e extensões da obra de Deus no mundo. Elas nos preenchem com algo mais precioso do que salário, status e poder, porque são reflexos da própria atuação pessoal de Deus no presente.
O ato de trabalhar vai além de produzir riqueza e gerar oportunidades. É expressar afetos que estão nos movimentos do próprio Deus Criador, Senhor e Salvador. Assim, somos mais do que trabalhadores dedicados, e nos tornamos, efetivamente, imagem e semelhança de um Deus atuante, vibrante e relevante.
Referências bíblicas: Gênesis 1-2; João 19.30; Efésios 2.8-10.
Leia mais:
>> Espiritualidade e trabalho
>> Livro: A Espiritualidade na Prática
Lissânder Dias do Amaral é jornalista, blogueiro, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e o Conselho da Unimissional. É autor de “O Cotidiano Extraordinário – a vida em pequenas crônicas” e responsável pelo blog Fatos e Correlatos do Portal Ultimato. É um dos fundadores do Movimento Vocare e ajudou a criar as organizações cristãs de cooperação Rede Mãos Dadas e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS).
- Textos publicados: 126 [ver]
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Site: http://www.fatosecorrelatos.com.br
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