Opinião
- 02 de outubro de 2009
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Timóteo nos ensina a fazer a diferença
Por Christopher Marques
A sensação que tenho ao ler a carta de Paulo a Timóteo é que estou sentado aos pés do apóstolo. A carta é viva e atual. O conselho de Paulo perpassou gerações. Ele é capaz de tocar nesta geração que deixou de mergulhar nos seus ensinamentos.
Inserido numa cultura depravada, opressora, sedutora, egoísta e que banalizava a fé cristã, Timóteo se deparou com a seguinte questão: vale a pena viver o evangelho? Será que as paixões que sinto não estão contrapondo a fé na qual fui ensinado desde a tenra idade?
Neste conjunto de fatos e realidades, eu sinto alguma ansiedade em relação ao futuro da liderança da igreja evangélica. Esta preocupação surge a partir dos valores que regem a vida dos jovens. Qual o grande desafio, então, para a juventude do terceiro milênio? Estamos “ativistas” ao invés de sermos dinâmicos. Estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela. Fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o evangelho. A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter tem feito inúmeras vítimas espirituais. Esta leitura possibilita um diagnóstico da igreja evangélica brasileira, a partir da nossa juventude comprometida com outros valores e princípios que não são eternos, mas passageiros e decepcionantes.
Surge uma pergunta inevitável: onde estão os “Timóteos” da nascente geração e do novo milênio? Isto é, onde estão os jovens que resistirão as pressões da cultura dominante? Quem permanecerá firme em seu comprometimento com a autoridade da Escritura? Quem usará sua vida deliberadamente servindo ao evangelho? Onde estão essas pessoas? Os grupos de jovens que existem nas igrejas estão desenvolvendo e nutrindo os valores do reino de Deus?
Uma jovem de apenas 13 anos ressocializou as mulheres da sua vizinhança. Ela proporcionou na sua casa oficinas de artes, “decoupage”, “biscuit” e artesanatos. A oração era um exercício diário da sua vida. Crianças foram despertadas. Esta jovem é o que caracteriza-se como viver para a glória de Deus. Andressa nasceu em 1994 e morreu aos 14 anos, em 2008. Ela fez o que eu levaria décadas para realizar. Ela mudou a vida de centenas de pessoas. Mais de cem foram batizadas por intermédio do seu ministério. Inúmeras vidas influenciadas pelo seu exemplo. Ela glorificou a Deus até no último momento da sua vida. Ela fez a diferença.
Nós, cristãos, temos o hábito de lamentar a deterioração dos padrões do mundo com um farisaico ar de grande desalento. Criticamos a sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. “O mundo está se afundando cada vez mais”, dizemos, com um encolher de ombros. Mas de quem é a culpa? Quem é responsável por isso? Se a sociedade se decompõe e seus padrões declinam a tal ponto, que ela acaba se tornando como uma noite escura ou um peixe malcheiroso, é um contra-senso culpá-la. Pois isto é exatamente o que acontece quando homens e mulheres “caídos” são deixados entregues à própria sorte e quando o egoísmo humano não é questionado. A pergunta a ser feita é: “Onde está a juventude cristã? Por que os jovens cristãos não estão transformando a sociedade?”. Portanto, se a escuridão e a decomposição existem, a falha é nossa, e temos que assumir a culpa.
Você pode ser muito jovem, tímido e fraco (como Timóteo era). Você pode viver em um ambiente hostil (Timóteo vivia). Mas como Timóteo você possui todos os recursos que precisa. As Escrituras inspiradas por Deus podem guiar, equipar e inspirar você. Então permaneça firme: “Fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2 Tm 2.1).
• Christopher Marques é bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e membro da Igreja Batista Itacuruçá, Rio de Janeiro, RJ. www.cristomarques.blogspot.com
A sensação que tenho ao ler a carta de Paulo a Timóteo é que estou sentado aos pés do apóstolo. A carta é viva e atual. O conselho de Paulo perpassou gerações. Ele é capaz de tocar nesta geração que deixou de mergulhar nos seus ensinamentos.
Inserido numa cultura depravada, opressora, sedutora, egoísta e que banalizava a fé cristã, Timóteo se deparou com a seguinte questão: vale a pena viver o evangelho? Será que as paixões que sinto não estão contrapondo a fé na qual fui ensinado desde a tenra idade?
Neste conjunto de fatos e realidades, eu sinto alguma ansiedade em relação ao futuro da liderança da igreja evangélica. Esta preocupação surge a partir dos valores que regem a vida dos jovens. Qual o grande desafio, então, para a juventude do terceiro milênio? Estamos “ativistas” ao invés de sermos dinâmicos. Estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela. Fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o evangelho. A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter tem feito inúmeras vítimas espirituais. Esta leitura possibilita um diagnóstico da igreja evangélica brasileira, a partir da nossa juventude comprometida com outros valores e princípios que não são eternos, mas passageiros e decepcionantes.
Surge uma pergunta inevitável: onde estão os “Timóteos” da nascente geração e do novo milênio? Isto é, onde estão os jovens que resistirão as pressões da cultura dominante? Quem permanecerá firme em seu comprometimento com a autoridade da Escritura? Quem usará sua vida deliberadamente servindo ao evangelho? Onde estão essas pessoas? Os grupos de jovens que existem nas igrejas estão desenvolvendo e nutrindo os valores do reino de Deus?
Um olhar cuidadoso e meticuloso fará com que o jovem perceba que a sociedade está enferma. Uma pesquisa recente do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República apontou que 33 mil jovens, entre 12 e 18 anos, devem ser assassinados no Brasil de 2006 até 2012. Será que isto não mexe com você? Caro jovem cristão, você está inserido nesta pesquisa. Os seus braços ficarão cruzados enquanto você e tantos outros correm o risco da morte? Tudo isso porque esta sociedade está submersa na escuridão.
Esta geração possui uma fonte de riqueza muito grande em relação à capacidade de atingir multidões. Vão pelas avenidas, fazem protestos, lutam por direitos dos estudantes.
Ser um jovem cristão não é fácil. Tudo é lançado pronto: a comida, o estilo de roupa, o corte de cabelo, os adereços das mulheres. Infelizmente a juventude prioriza o recurso do “não-esforço”. Para que pensar se existe alguém que pode fazer isso? Para que mudar a realidade?
Por isso, vale destacar alguns jovens que fizeram a diferença. Por exemplo, o jovem americano Ashbel Green Simonton, que aos 26 anos foi ordenado pastor. Chegou ao Brasil em 1859 e desbravou o imenso campo missionário. Dedicou-se à evangelização e à assistência social. Em 1862 fundou a Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, em parceria com o Rev. Alexander Blackford. Um jovem que abriu mão de todo conforto e viu a sua esposa morrer no campo missionário brasileiro.
O jovem Simonton tinha uma saúde debilitada. Aos 34 anos morreu de febre amarela. Em nenhum momento se arrependeu de esgotar a sua vida em prol do reino de Deus. O glorificou até à morte. Ele assim disse no seu diário: “No retrospecto de minha própria vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras realizadas da melhor maneira possível, mas em que medida tenho eu progredido na direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração inteiramente dominado por Cristo”. Sem dúvida, ele foi um exemplo de vida para pecadores como nós.
Andressa Duarte Barragana, de Pelotas, RS, com apenas 13 anos acreditou que poderia ser alguém relevante. Dedicou a sua vida e o seu tempo para a transformação de vidas. Ela tinha a missão encravada no seu coração. Crianças, adultos e idosos foram impactados pela simplicidade e pelo espírito de serva que Andressa transmitia. Atos como um sorriso, um abraço e um olhar trouxeram a esperança para idosos que foram abandonados por seus familiares.
Esta geração possui uma fonte de riqueza muito grande em relação à capacidade de atingir multidões. Vão pelas avenidas, fazem protestos, lutam por direitos dos estudantes.
Ser um jovem cristão não é fácil. Tudo é lançado pronto: a comida, o estilo de roupa, o corte de cabelo, os adereços das mulheres. Infelizmente a juventude prioriza o recurso do “não-esforço”. Para que pensar se existe alguém que pode fazer isso? Para que mudar a realidade?
Por isso, vale destacar alguns jovens que fizeram a diferença. Por exemplo, o jovem americano Ashbel Green Simonton, que aos 26 anos foi ordenado pastor. Chegou ao Brasil em 1859 e desbravou o imenso campo missionário. Dedicou-se à evangelização e à assistência social. Em 1862 fundou a Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, em parceria com o Rev. Alexander Blackford. Um jovem que abriu mão de todo conforto e viu a sua esposa morrer no campo missionário brasileiro.
O jovem Simonton tinha uma saúde debilitada. Aos 34 anos morreu de febre amarela. Em nenhum momento se arrependeu de esgotar a sua vida em prol do reino de Deus. O glorificou até à morte. Ele assim disse no seu diário: “No retrospecto de minha própria vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras realizadas da melhor maneira possível, mas em que medida tenho eu progredido na direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração inteiramente dominado por Cristo”. Sem dúvida, ele foi um exemplo de vida para pecadores como nós.
Andressa Duarte Barragana, de Pelotas, RS, com apenas 13 anos acreditou que poderia ser alguém relevante. Dedicou a sua vida e o seu tempo para a transformação de vidas. Ela tinha a missão encravada no seu coração. Crianças, adultos e idosos foram impactados pela simplicidade e pelo espírito de serva que Andressa transmitia. Atos como um sorriso, um abraço e um olhar trouxeram a esperança para idosos que foram abandonados por seus familiares.
Uma jovem de apenas 13 anos ressocializou as mulheres da sua vizinhança. Ela proporcionou na sua casa oficinas de artes, “decoupage”, “biscuit” e artesanatos. A oração era um exercício diário da sua vida. Crianças foram despertadas. Esta jovem é o que caracteriza-se como viver para a glória de Deus. Andressa nasceu em 1994 e morreu aos 14 anos, em 2008. Ela fez o que eu levaria décadas para realizar. Ela mudou a vida de centenas de pessoas. Mais de cem foram batizadas por intermédio do seu ministério. Inúmeras vidas influenciadas pelo seu exemplo. Ela glorificou a Deus até no último momento da sua vida. Ela fez a diferença.
Nós, cristãos, temos o hábito de lamentar a deterioração dos padrões do mundo com um farisaico ar de grande desalento. Criticamos a sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. “O mundo está se afundando cada vez mais”, dizemos, com um encolher de ombros. Mas de quem é a culpa? Quem é responsável por isso? Se a sociedade se decompõe e seus padrões declinam a tal ponto, que ela acaba se tornando como uma noite escura ou um peixe malcheiroso, é um contra-senso culpá-la. Pois isto é exatamente o que acontece quando homens e mulheres “caídos” são deixados entregues à própria sorte e quando o egoísmo humano não é questionado. A pergunta a ser feita é: “Onde está a juventude cristã? Por que os jovens cristãos não estão transformando a sociedade?”. Portanto, se a escuridão e a decomposição existem, a falha é nossa, e temos que assumir a culpa.
Você pode ser muito jovem, tímido e fraco (como Timóteo era). Você pode viver em um ambiente hostil (Timóteo vivia). Mas como Timóteo você possui todos os recursos que precisa. As Escrituras inspiradas por Deus podem guiar, equipar e inspirar você. Então permaneça firme: “Fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2 Tm 2.1).
• Christopher Marques é bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e membro da Igreja Batista Itacuruçá, Rio de Janeiro, RJ. www.cristomarques.blogspot.com
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