Opinião
- 01 de março de 2019
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Qual o “problema” do carnaval?
E pensar que o carnaval significa “adeus à carne” e tem uma ligação direta com o cristianismo...
Por Luiz Fernando dos Santos
Por Luiz Fernando dos Santos
“Por isso, o Senhor me retribuiu segundo a minha justiça conforme a pureza das minhas mãos, na sua presença” (Sl 18.24).
O Carnaval possui uma estreita ligação com o cristianismo ocidental. No início era um festival que ocorria no tempo conhecido como ‘Septuagésima’, uma espécie de pré-quaresma ou despedida do tempo ordinário.
Carnaval, significa etimologicamente, ‘adeus à carne’, uma despedida dos excessos da comida, bebida, entretenimento e tudo o mais que possa tirar a atenção daquelas coisas mais elevadas da religião. Era um tempo de despedida para o início da quaresma com os seus jejuns, abstinências, penitências e longas vigílias e mórbidas devoções ao Cristo sofredor.
Nos países de tradição protestante esse festival acontece na última semana antes do Advento, tempo que prepara as comemorações do Natal do Senhor Jesus. Com o passar do tempo o carnaval foi perdendo a sua conexão com o cristianismo e se tornou não a festa do ‘adeus à carne’, mas a festa ‘Da Carne’ propriamente dita.
Nesses dias do reinado de Momo (uma personagem da mitologia grega tomada emprestada para o Carnaval), o mundanismo mostra sem desfaçatez a sua face mais escrachada. Todos os papéis são invertidos ou ridicularizados. Os homens se vestem como mulheres e as mulheres se fantasiam com bigodes e outros acessórios. Figuras de autoridade como autoridades públicas, religiosos, religiões, são reduzidos a formas caricatas e escarnecidos em prosa, verso e marchinhas.
O que dizer da sexualidade humana distorcida e coisificada? O que falar do atrevimento pornográfico e a exibição a céu aberto dos caprichos mais decaídos e das paixões mais rasteiras dos ímpios desfilando sob os aplausos da multidão, igualmente ímpia? Sem falar do consumo desinibido de drogas e bebidas alcóolicas.
Evidentemente que muita gente apenas quer brincar, se divertir, ter uns dias de alegria inocente e saudável junto dos familiares e amigos e contra isso, não há quem possa protestar. Mas, o estado geral das coisas concorrem para que o cristão dê ouvidos aos santos apóstolos do Cordeiro, especialmente aqui: “Amados, peço a vocês, como peregrinos e forasteiros que são, que se abstenham das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, tendo conduta exemplar no meio dos gentios, para que quando eles os acusarem de malfeitores, observando as boas obras que vocês praticam, glorifiquem a Deus no dia na visitação” (1Pe 2.11-12) e ainda: “Temo que, assim como a serpente, com a sua astúcia, enganou Eva, assim também a mente de vocês seja corrompida e se afaste da simplicidade de Cristo” (2Co 11.3).
Especialmente nesses dias precisamos fazer uma aliança com os nossos sentidos e não nos permitir buscar e encontrar prazer naquilo que o mundo festeja. Devemos nos recordar a que de fato fomos chamados: “Pois Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1Tes 4.7) e qual é a vontade do Senhor para as nossas vidas: “Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que se abstenham da imoralidade sexual; que cada um de vocês saiba controlar o próprio corpo em santificação e honra, não com desejos imorais, como os gentios que não conhecem a Deus” (1Tes 4.3-5).
Que a nossa alegria consista na santidade de Deus, na perfeição de sua Lei, na Salvação realizada por Cristo, na comunhão dos santos e na expectativa da vida gloriosa na eternidade.
• Rev. Luiz Fernando dos Santos é Ministro na Igreja Presbiteriana Central de Itapira, casado com Regina, pai da Talita. É coordenador do Departamento de Teologia Pastoral do Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas e professor. É professor de Teologia Histórica, Filosofia e Teologia no Seminário Teológico Servo de Cristo em São Paulo.
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» O que fazer com o carnaval?
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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