Opinião
- 10 de novembro de 2009
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Preparo profissional para servir em campos de acesso restrito
Tudo indica que Paulo foi uma espécie de mentor para Priscila e Áquila. Eles, por sua vez, ajudaram Apolo a “entrar nos trilhos”. Paulo e o casal Priscila e Áquila tinham o mesmo ofício e o mesmo amor pela expansão do reino. Um estudo mais detalhado da vida do casal mostra que, como Paulo, eles também acabaram viajando pelos campos e apoiando as diferentes igrejas por onde passavam. 5 Paulo imprimiu seu caráter neles – caráter que, por sua vez, Cristo havia imprimido em Paulo. Isso nos lembra a passagem paulina sobre o discipulado e a importância de “ser” e “ter” um mentor na caminhada cristã: “E o que de minha parte ouviste [...], isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2.2).
4. Preparo paralelo
Temos visto que o melhor profissional em missão é aquele que tem a mente aberta, vida de comunhão e serviço na igreja local, sabe se relacionar com humildade e amor, tem coração de servo.
Todas essas qualidades envolvem um preparo anterior, que deve começar muito antes, na família, na igreja local e na comunidade. Até mesmo as empresas seculares têm procurado profissionais cujo currículo mostra não apenas a dedicação à profissão, mas engajamento político, social e comunitário, interesse em hobbies e em outras áreas, não relacionadas ao trabalho da empresa.
Em relação à igreja local, poucas igrejas possuem um programa voltado para vocacionados para missões – menos ainda, para os vocacionados que desejam servir com suas profissões e habilidades no campo missionário. É interessante que as igrejas prontamente apoiam, acompanham, testam, sustentam e enviam os vocacionados para o ministério pastoral. Mas isso raramente acontece com os “demais” vocacionados. É importante iniciar um programa desse tipo. A própria igreja pode indicar o mentor para o seu vocacionado e dar as diretrizes básicas para testar sua vocação e prover o melhor preparo.
Outro preparo fundamental é o preparo em missões, ou preparo missiológico. É um verdadeiro desafio oferecer um modelo de preparo missionário para o profissional, de modo que ele consiga conciliar o tempo com as diversas áreas de sua vida, como preparo acadêmico, trabalho profissional, igreja, família etc. Mas é possível e importante. 6
Um líder internacional de uma missão que envia profissionais resumiu assim as características do tipo de pessoa que a agência procura: 7
1. Alguém com o coração de servo. Pronto para servir no país debaixo da autoridade e direção dos cristãos nacionais.
2. Alguém com uma visão de mundo abrangente – maior do que a visão circunscrita na igreja local. Uma visão interdenominacional.
3. Alguém pronto para a vida em equipe. Haverá pessoas na equipe que não são “do seu jeito”. Uma atitude de prontidão para trabalhar junto, em união, na equipe.
4. Alguém pronto para crescer nas disciplinas espirituais. Haverá tentações maiores quando se está fora da “zona de conforto”. Alguém que possui um mentor, a pessoa com quem pode conversar e para quem vai “prestar conta”.
Conclusão
A profissão jamais deve ser vista como um disfarce, pretexto ou passaporte para entrar em países de acesso restrito. Por isso o cristão vocacionado deve ser orientado a procurar o melhor preparo possível, tanto acadêmico quanto profissional, e nas diversas áreas da vida. Este preparo integral vai abrir portas, facilitar seu ingresso e serviço sacrificial no lugar onde Deus o chamar para servi-lo.
Notas
1. Veja mais detalhes sobre isso em: GREENWOOD, Philip John. “Fazedores-de-tendas, fazedores de discípulos”. Londrina: Descoberta, 2005. p. 13-15.
2. O pequeno livro “Minha escolha profissional – o que Deus tem a ver com isso?”, de Jeverton (Magrão) Ledo e Maria Fernanda Ledo (São Paulo: Vida, 2005), escrito numa linguagem adequada ao adolescente, é uma boa e didática ferramenta na escolha da profissão.
3. Afirmamos “quase todas” porque há profissões e serviços que servem à maldade instalada neste mundo, como o mundo do crime, a indústria do tabaco, a indústria de drogas ilícitas, vícios, pornografia etc.
4. LEDO, Op. cit., p. 21.
5. Veja mais sobre Priscila e Áquila em: GREENWOOD. Op. cit. p. 74-76.
6. Philip Greenwood dedica um capítulo inteiro de seu livro a este desafiante assunto. Ele apresenta quinze modelos contextualizados para a preparação do fazedor de tendas (ou profissional em missão) no Brasil. GREENWOOD, Op. cit. p. 123-152.
7. Documento “Perfil do Candidato da Interserve” (www.cem.org.br, link “Interserve”).
• D. César, casada, três filhos, é secretária executiva da Interserve Brasil-CEM. Serviu como nutricionista em Moçambique e Angola por quatro anos.
• Siga-nos no Twitter!
4. Preparo paralelo
Temos visto que o melhor profissional em missão é aquele que tem a mente aberta, vida de comunhão e serviço na igreja local, sabe se relacionar com humildade e amor, tem coração de servo.
Todas essas qualidades envolvem um preparo anterior, que deve começar muito antes, na família, na igreja local e na comunidade. Até mesmo as empresas seculares têm procurado profissionais cujo currículo mostra não apenas a dedicação à profissão, mas engajamento político, social e comunitário, interesse em hobbies e em outras áreas, não relacionadas ao trabalho da empresa.
Em relação à igreja local, poucas igrejas possuem um programa voltado para vocacionados para missões – menos ainda, para os vocacionados que desejam servir com suas profissões e habilidades no campo missionário. É interessante que as igrejas prontamente apoiam, acompanham, testam, sustentam e enviam os vocacionados para o ministério pastoral. Mas isso raramente acontece com os “demais” vocacionados. É importante iniciar um programa desse tipo. A própria igreja pode indicar o mentor para o seu vocacionado e dar as diretrizes básicas para testar sua vocação e prover o melhor preparo.
Outro preparo fundamental é o preparo em missões, ou preparo missiológico. É um verdadeiro desafio oferecer um modelo de preparo missionário para o profissional, de modo que ele consiga conciliar o tempo com as diversas áreas de sua vida, como preparo acadêmico, trabalho profissional, igreja, família etc. Mas é possível e importante. 6
Um líder internacional de uma missão que envia profissionais resumiu assim as características do tipo de pessoa que a agência procura: 7
1. Alguém com o coração de servo. Pronto para servir no país debaixo da autoridade e direção dos cristãos nacionais.
2. Alguém com uma visão de mundo abrangente – maior do que a visão circunscrita na igreja local. Uma visão interdenominacional.
3. Alguém pronto para a vida em equipe. Haverá pessoas na equipe que não são “do seu jeito”. Uma atitude de prontidão para trabalhar junto, em união, na equipe.
4. Alguém pronto para crescer nas disciplinas espirituais. Haverá tentações maiores quando se está fora da “zona de conforto”. Alguém que possui um mentor, a pessoa com quem pode conversar e para quem vai “prestar conta”.
Conclusão
A profissão jamais deve ser vista como um disfarce, pretexto ou passaporte para entrar em países de acesso restrito. Por isso o cristão vocacionado deve ser orientado a procurar o melhor preparo possível, tanto acadêmico quanto profissional, e nas diversas áreas da vida. Este preparo integral vai abrir portas, facilitar seu ingresso e serviço sacrificial no lugar onde Deus o chamar para servi-lo.
Notas
1. Veja mais detalhes sobre isso em: GREENWOOD, Philip John. “Fazedores-de-tendas, fazedores de discípulos”. Londrina: Descoberta, 2005. p. 13-15.
2. O pequeno livro “Minha escolha profissional – o que Deus tem a ver com isso?”, de Jeverton (Magrão) Ledo e Maria Fernanda Ledo (São Paulo: Vida, 2005), escrito numa linguagem adequada ao adolescente, é uma boa e didática ferramenta na escolha da profissão.
3. Afirmamos “quase todas” porque há profissões e serviços que servem à maldade instalada neste mundo, como o mundo do crime, a indústria do tabaco, a indústria de drogas ilícitas, vícios, pornografia etc.
4. LEDO, Op. cit., p. 21.
5. Veja mais sobre Priscila e Áquila em: GREENWOOD. Op. cit. p. 74-76.
6. Philip Greenwood dedica um capítulo inteiro de seu livro a este desafiante assunto. Ele apresenta quinze modelos contextualizados para a preparação do fazedor de tendas (ou profissional em missão) no Brasil. GREENWOOD, Op. cit. p. 123-152.
7. Documento “Perfil do Candidato da Interserve” (www.cem.org.br, link “Interserve”).
• D. César, casada, três filhos, é secretária executiva da Interserve Brasil-CEM. Serviu como nutricionista em Moçambique e Angola por quatro anos.
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