Opinião
- 08 de maio de 2009
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Modelos para relacionar ciência e religião*
O exemplo clássico é a multiplicidade de descrições necessárias à compreensão do indivíduo humano, que correspondem à variedade de níveis de análise proporcionados por disciplinas como a bioquímica, a biologia celular, a fisiologia, a psicologia, a antropologia e a ecologia. Nenhuma dessas descrições científicas é uma rival das outras -- todas são necessárias à nossa compreensão da complexidade dos seres humanos no contexto de seu ambiente. Um relacionamento complementar semelhante é o que une cérebro e mente. As descrições científicas dos eventos neuronais que ocorrem durante a atividade cerebral complementam a linguagem do “eu”, da agência pessoal, que reflete os pensamentos da mente consciente. Ignorar um nível em favor de outro empobrece a nossa compreensão da personalidade humana.
Falando a linguagem da complementaridade, diríamos que a religião provê um conjunto adicional de explanações, fora dos poderes de avaliação da ciência, ligado a questões factuais sobre o propósito supremo, o valor e o sentido das coisas. Nada, nestes níveis explanatórios da religião, precisa existir em rivalidade com os níveis explanatórios da ciência: as descrições são complementares. Assim como é possível, em princípio, usar imagens cerebrais para descrever a atividade neuronal do cérebro de uma cientista enquanto ela avalia dados em seu laboratório e pondera sobre o seu significado para certa teoria, é igualmente possível realizar o mesmo experimento com uma pessoa (a mesma, eventualmente) em outro contexto, enquanto ela mesma avalia a evidência em favor de uma crença religiosa. Porém, em nenhum caso os dados gerados por neuroimagem poderiam ser usados para justificar (ou não) as conclusões internas à reflexão dessas pessoas; tais conclusões teriam de se basear nas considerações racionais feitas pelas próprias pessoas envolvidas. As reflexões pessoais e as descrições da atividade cerebral durante tais reflexões fornecem percepções complementares de uma realidade unificada. Mas “ambos” os relatos são essenciais para fazer justiça ao fenômeno.
Apoio para o modelo da complementaridade
O modelo tem a grande vantagem de levar a sério tanto a explicação científica como a religiosa, fazendo justiça a ambas. Em vez de cair na armadilha do reducionismo ingênuo, de assumir que as explicações científicas seriam as únicas relevantes, aspira considerar as questões mais amplas e últimas que transcendem a ciência; mas sem desqualificar o conhecimento científico. Ao mesmo tempo, o modelo tende a subverter os modelos de fusão, ao mostrar que estes ou investem as teorias científicas de implicações religiosas injustificadas, ou incorporam crenças religiosas a um contexto científico de modo inapropriado, quando na realidade a situação requer a explicação multifacetada que o modelo da complementaridade proporciona.
Falando a linguagem da complementaridade, diríamos que a religião provê um conjunto adicional de explanações, fora dos poderes de avaliação da ciência, ligado a questões factuais sobre o propósito supremo, o valor e o sentido das coisas. Nada, nestes níveis explanatórios da religião, precisa existir em rivalidade com os níveis explanatórios da ciência: as descrições são complementares. Assim como é possível, em princípio, usar imagens cerebrais para descrever a atividade neuronal do cérebro de uma cientista enquanto ela avalia dados em seu laboratório e pondera sobre o seu significado para certa teoria, é igualmente possível realizar o mesmo experimento com uma pessoa (a mesma, eventualmente) em outro contexto, enquanto ela mesma avalia a evidência em favor de uma crença religiosa. Porém, em nenhum caso os dados gerados por neuroimagem poderiam ser usados para justificar (ou não) as conclusões internas à reflexão dessas pessoas; tais conclusões teriam de se basear nas considerações racionais feitas pelas próprias pessoas envolvidas. As reflexões pessoais e as descrições da atividade cerebral durante tais reflexões fornecem percepções complementares de uma realidade unificada. Mas “ambos” os relatos são essenciais para fazer justiça ao fenômeno.
Apoio para o modelo da complementaridade
O modelo tem a grande vantagem de levar a sério tanto a explicação científica como a religiosa, fazendo justiça a ambas. Em vez de cair na armadilha do reducionismo ingênuo, de assumir que as explicações científicas seriam as únicas relevantes, aspira considerar as questões mais amplas e últimas que transcendem a ciência; mas sem desqualificar o conhecimento científico. Ao mesmo tempo, o modelo tende a subverter os modelos de fusão, ao mostrar que estes ou investem as teorias científicas de implicações religiosas injustificadas, ou incorporam crenças religiosas a um contexto científico de modo inapropriado, quando na realidade a situação requer a explicação multifacetada que o modelo da complementaridade proporciona.
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