Opinião
- 06 de outubro de 2014
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Missões: nadando contra a maré
Começa hoje à noite a sétima edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM), o evento missionário mais representativo das igrejas evangélicas brasileiras. Até a semana passada, 1.300 inscrições já tinham sido feitas. Estudiosos, missionários experientes, pastores, diretores de agências missionárias, líderes de missões em igrejas locais. Os assuntos todos giram em torno da convicção de que Deus chama a igreja para cumprir sua vontade no mundo.
Conversamos com o pastor Silas Marchiori Tostes, coordenador do 7º CBM. Além de organizar a logística do evento, Silas foi o facilitador do processo que viabilizou o que ele chama de “processo construtivo” que resultou na nesta edição do evento. Na entrevista a seguir, ele fala sobre o que significar “despertar” a igreja brasileira para os desafios missionários do nosso tempo.
Portal Ultimato - Quais as suas expectativas para mais uma edição do CBM?
Silas - Muito boas, pois a programação está bem interessante com participação de missionários experientes, bem preparados que fazem diferença no campo missionário.
Portal Ultimato - Usa-se muito o verbo “despertar” para descrever o efeito que o CBM espera gerar na igreja evangélica no Brasil. A igreja está dormindo?
Silas - A resposta é sim e não. O território brasileiro é enorme. A maioria da população mora perto do litoral, estando separada pelo oceano de outras culturas e línguas. Do outro lado, o Brasil faz fronteira com países de fala espanhola. Isso, de alguma forma, ajudou ao longo dos tempos, os brasileiros a se sentirem isolados e cada vez mais voltados para si e para as realidades brasileiras. Não está naturalmente na veia, no sangue, do evangélico brasileiro olhar para outros povos e culturas, procurando fazer diferença. A expressão bem comum entre os evangélicos brasileiros é “no Brasil tem muitas necessidades”. Esta expressão indica um povo que olha mais para si do que para o mundo. Sendo assim, a Igreja Brasileira precisa de despertamento missionário.
Por outro lado, há uma minoria que já está nas mais diversas culturas e línguas. Por isso, a resposta também precisa ser sim. Possivelmente, por dedução estatística podemos dizer que em torno de 6 mil brasileiros são missionários transculturais. Essa minoria -- 6 mil entre 40 milhões de evangélicos -- nada contra a maré da tradição isolacionista dos evangélicos brasileiros. Porém, o fazem com qualidade por meio de palavras e obras. Basta olhar os mais diversos missionários e projetos das agências missionárias filiadas na Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). Essas organizações terão seus estandes no 7º CBM.
Portal Ultimato - Quem organiza o CBM é a AMTB, uma associação de agências missionárias. Em sua opinião, está mais difícil ou mais fácil trabalhar junto nos tempos atuais?
Silas - Costumamos fazer melhor juntos pesquisas, consultas, publicação de livros, mobilização missionária, troca de professores. O trabalhar junto em si ocorre aqui e ali, mas as tensões doutrinárias, as denominacionais e a necessidade de preservar a identidade da organização levam, no geral, as ações missionárias a trilharem o caminho da independência. Por outro lado, quanto mais fechado e perigoso for o campo, mas os missionários se ajudam e se apoiam por meio de relações informais. Ou seja, mesmo que não haja acordos formais entre organizações, nas relações informais os missionários expressam unidade a apoio mútuo nos campos, mesmo que não sejam documentados nos relatórios, sites, assembleias.
Portal Ultimato - Você pode nos adiantar algumas estatísticas desta edição do CBM? Número de participantes, cidades e agências representadas?
Silas - Devemos ficar entre 1300 a 1400 participantes. Virão dos mais diversos lugares do Brasil. Ainda não temos um relatório completo.
Portal Ultimato - O tema do 7º CBM é “Realidades Que Não Podemos Ignorar: Sudeste Asiático, Ásia Central, Leste Europeu, Mundo Árabe, Europa, Oeste Africano, Diásporas, Desafios Indígenas, Grupos Sem Testemunho e Desafios Brasileiros”. O que o participante vai aprender sobre estas realidades?
Silas - O certo mesmo é esperarmos as palestras e seminários para sabermos. Serão ministradas por pessoas especializadas por estudos e vivência missionária. Mostrarão a realidade e como os brasileiros podem fazer diferença nesses lugares do mundo. No momento, não podemos adiantar o conteúdo.
Portal Ultimato - O CBM ainda recebe inscrições?
Silas - Sim, podemos chegar a 1.800 inscrições. Veja que a pessoa pode se inscrever de forma avulsa e se hospedar no hotel que quiser em Águas de Lindóia.
Portal Ultimato - Entre os preletores do CBM, está o nome de Christopher J. H. Wright. Por que a escolha do Chris?
Silas - O Chris é o sucessor do John Stott, tanto na Igreja All Souls como na Fundação Langham. Isso mostra o seu calibre. Além do mais, ele foi o teólogo chefe do 3º Congresso do Movimento Lausanne (ocorrido em 2010 na Cidade do Cabo, na África do Sul). Wright é o principal responsável e um dos autores do documento que surgiu a partir do evento “O Compromisso da Cidade do Cabo” – documento este que é referência para os evangélicos no que diz respeito a se envolverem na missão redentora de Deus. Além de teólogo respeitado, Chris é autor de inúmeros livros, entre eles "A Missão do Povo de Deus" e O Deus que eu não entendo. Portanto, as reflexões do Chris contribuirão significativamente, somando-se as reflexões brasileiras, ajudando-nos a desenvolver tanto o nosso pensamento como a nossa ação missionária.
**
Ultimato também estará no 7º CBM. Além do trabalho da equipe de redação, teremos um estante com nossos produtos à venda. A Editora fará os lançamentos dos seguintes livros: "Sangue, Sofrimento e Fé", “Missão Invertida” em e-book e “Cristo, nosso Reconciliador” (este em parceria com a Encontro Publicações).
Serviço:
7º Congresso Brasileiro de Missões (7º CBM)
Tema: Realidades Que Não Podemos Ignorar: Sudeste Asiático, Ásia Central, Leste Europeu, Mundo Árabe, Europa, Oeste Africano, Diásporas, Desafios Indígenas, Grupos Sem Testemunho e Desafios Brasileiros.
Data: De 06 a 10 de outubro de 2014.
Local: Hotel Monte Real em Águas de Lindóia, SP.
Inscrições: aqui
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Conversamos com o pastor Silas Marchiori Tostes, coordenador do 7º CBM. Além de organizar a logística do evento, Silas foi o facilitador do processo que viabilizou o que ele chama de “processo construtivo” que resultou na nesta edição do evento. Na entrevista a seguir, ele fala sobre o que significar “despertar” a igreja brasileira para os desafios missionários do nosso tempo.
Portal Ultimato - Quais as suas expectativas para mais uma edição do CBM?
Silas - Muito boas, pois a programação está bem interessante com participação de missionários experientes, bem preparados que fazem diferença no campo missionário.
Portal Ultimato - Usa-se muito o verbo “despertar” para descrever o efeito que o CBM espera gerar na igreja evangélica no Brasil. A igreja está dormindo?
Silas - A resposta é sim e não. O território brasileiro é enorme. A maioria da população mora perto do litoral, estando separada pelo oceano de outras culturas e línguas. Do outro lado, o Brasil faz fronteira com países de fala espanhola. Isso, de alguma forma, ajudou ao longo dos tempos, os brasileiros a se sentirem isolados e cada vez mais voltados para si e para as realidades brasileiras. Não está naturalmente na veia, no sangue, do evangélico brasileiro olhar para outros povos e culturas, procurando fazer diferença. A expressão bem comum entre os evangélicos brasileiros é “no Brasil tem muitas necessidades”. Esta expressão indica um povo que olha mais para si do que para o mundo. Sendo assim, a Igreja Brasileira precisa de despertamento missionário.
Por outro lado, há uma minoria que já está nas mais diversas culturas e línguas. Por isso, a resposta também precisa ser sim. Possivelmente, por dedução estatística podemos dizer que em torno de 6 mil brasileiros são missionários transculturais. Essa minoria -- 6 mil entre 40 milhões de evangélicos -- nada contra a maré da tradição isolacionista dos evangélicos brasileiros. Porém, o fazem com qualidade por meio de palavras e obras. Basta olhar os mais diversos missionários e projetos das agências missionárias filiadas na Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). Essas organizações terão seus estandes no 7º CBM.
Portal Ultimato - Quem organiza o CBM é a AMTB, uma associação de agências missionárias. Em sua opinião, está mais difícil ou mais fácil trabalhar junto nos tempos atuais?
Silas - Costumamos fazer melhor juntos pesquisas, consultas, publicação de livros, mobilização missionária, troca de professores. O trabalhar junto em si ocorre aqui e ali, mas as tensões doutrinárias, as denominacionais e a necessidade de preservar a identidade da organização levam, no geral, as ações missionárias a trilharem o caminho da independência. Por outro lado, quanto mais fechado e perigoso for o campo, mas os missionários se ajudam e se apoiam por meio de relações informais. Ou seja, mesmo que não haja acordos formais entre organizações, nas relações informais os missionários expressam unidade a apoio mútuo nos campos, mesmo que não sejam documentados nos relatórios, sites, assembleias.
Portal Ultimato - Você pode nos adiantar algumas estatísticas desta edição do CBM? Número de participantes, cidades e agências representadas?
Silas - Devemos ficar entre 1300 a 1400 participantes. Virão dos mais diversos lugares do Brasil. Ainda não temos um relatório completo.
Portal Ultimato - O tema do 7º CBM é “Realidades Que Não Podemos Ignorar: Sudeste Asiático, Ásia Central, Leste Europeu, Mundo Árabe, Europa, Oeste Africano, Diásporas, Desafios Indígenas, Grupos Sem Testemunho e Desafios Brasileiros”. O que o participante vai aprender sobre estas realidades?
Silas - O certo mesmo é esperarmos as palestras e seminários para sabermos. Serão ministradas por pessoas especializadas por estudos e vivência missionária. Mostrarão a realidade e como os brasileiros podem fazer diferença nesses lugares do mundo. No momento, não podemos adiantar o conteúdo.
Portal Ultimato - O CBM ainda recebe inscrições?
Silas - Sim, podemos chegar a 1.800 inscrições. Veja que a pessoa pode se inscrever de forma avulsa e se hospedar no hotel que quiser em Águas de Lindóia.
Portal Ultimato - Entre os preletores do CBM, está o nome de Christopher J. H. Wright. Por que a escolha do Chris?
Silas - O Chris é o sucessor do John Stott, tanto na Igreja All Souls como na Fundação Langham. Isso mostra o seu calibre. Além do mais, ele foi o teólogo chefe do 3º Congresso do Movimento Lausanne (ocorrido em 2010 na Cidade do Cabo, na África do Sul). Wright é o principal responsável e um dos autores do documento que surgiu a partir do evento “O Compromisso da Cidade do Cabo” – documento este que é referência para os evangélicos no que diz respeito a se envolverem na missão redentora de Deus. Além de teólogo respeitado, Chris é autor de inúmeros livros, entre eles "A Missão do Povo de Deus" e O Deus que eu não entendo. Portanto, as reflexões do Chris contribuirão significativamente, somando-se as reflexões brasileiras, ajudando-nos a desenvolver tanto o nosso pensamento como a nossa ação missionária.
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Ultimato também estará no 7º CBM. Além do trabalho da equipe de redação, teremos um estante com nossos produtos à venda. A Editora fará os lançamentos dos seguintes livros: "Sangue, Sofrimento e Fé", “Missão Invertida” em e-book e “Cristo, nosso Reconciliador” (este em parceria com a Encontro Publicações).
Serviço:
7º Congresso Brasileiro de Missões (7º CBM)
Tema: Realidades Que Não Podemos Ignorar: Sudeste Asiático, Ásia Central, Leste Europeu, Mundo Árabe, Europa, Oeste Africano, Diásporas, Desafios Indígenas, Grupos Sem Testemunho e Desafios Brasileiros.
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