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Fórum debate realidade do sistema prisional brasileiro
No sábado, 28 de abril de 2018, aconteceu na Igreja Batista do Povo, em São Paulo, a segunda edição do Fórum Igreja & Sistema Prisional. O evento, que é fruto de uma parceria entre Tearfund, Igreja Batista do Povo, Rede Social do Centro, Renas São Paulo, Radio Trans Mundial, Instituto de Juristas Cristãos e Associação Águia, tinha como principais objetivos discutir as graves deficiências estruturais nos presídios brasileiros, a superlotação carcerária e como as condições desumanas de custódia têm impingido ao país a mácula da violação de direitos fundamentais.
A palavra de abertura ficou à cargo do pastor Jonas Neves, da Igreja Batista do Povo, que trouxe uma reflexão bíblica destacando o texto de Josué 1:1-12. Neves iniciou sua exposição com uma pergunta desafiadora: “O que Deus está querendo fazer através de nós no sistema prisional brasileiro? O plano de Deus é mais importante do que as pessoas”, destacou o pastor. Complementando: “O lider não é mais importante do que o plano, mas o plano depende do líder e do compromisso dele com o projeto de Deus”.
Ariel de Castro, advogado e membro do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, fez uma análise contextual do sistema prisional brasileiro. Segundo os dados apresentados por Castro o Brasil é o terceiro país no mundo em número de presos com cerca de 726.000 pessoas atrás das grades. “O primeiro ponto de partida para um Política Pública no âmbito dos municípios é verificar de onde vêm as pessoas que estão no sistema prisional. Certamente chegaremos à conclusão de que elas vem de lugares onde o Estado está mais ausente”, ressaltou.
O doutor e mestre em Ciência da Religião, Antônio Carlos Silva, co-autor do livro Como Anunciar o Evangelho Entre os Presos e autor do ebook 5 motivos para se envolver com capelania prisional, destacou alguns dos principais motivos pelos quais os cristãos devem se envolver com o ministério da capelania prisional: a ida aos presídios gera solidariedade para com os encarcerados, os valores do evangelho são capazes de mudar comportamentos e os cristãos devem lutar pela efetivação da justiça.
Mulheres encarceradas
No Brasil o número de mulheres presas era de pouco mais de 10 mil em 2000 e 14 anos depois já somavam 37 mil, registrando um aumento de 567%, de acordo com dados do Ministério da Justiça. A taxa de crescimento da população prisional é muito maior entre mulheres do que entre homens e, como um fenômeno relativamente recente, o que se observa é uma estrutura feita para homens. O sistema prisional brasileiro é formado por mulheres jovens, entre 18 e 29 anos, negras e pobres, que concluíram apenas o ensino fundamental. O crime mais praticado por elas é o tráfico de drogas, que corresponde a cerca de 70% do total, enquanto para os homens esse valor é de 25%.
Ao comentarem a dura realidade enfrentada pelas presidiárias brasileiras, o Coordenador de Reintegração Social e Cidadania da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Mauro Rogério Bittencourt, e a vereadora Patricia Bezerra, membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, ressaltaram a importância do combate à violência de gênero que, dentro dos presídios, se estende às mulheres e aos filhos gerados por elas tanto dentro quanto fora do cárcere. “A mulher é estigmatizada e precisamos nos atentar sobre a violência de gênero no sistema carcerário. Um dos efeitos colaterais desta violência é o afastamento da mâe do filhos, uma vez que não existem espaços dignos para mãe pós gestação”, denunciou Patrícia Bezerra.
Práticas compartilhadas e encaminhamentos finais:
Na parte da tarde foram compartilhadas experiências práticas desenvolvidas no âmbito do sistema carcerário brasileiro por alguns dos presentes. Tais quais:
Fonte: Tearfund Brasil
Leia mais
>> O desafio da igreja frente à crise carcerária
>> Para que serve a capelania prisional?
A palavra de abertura ficou à cargo do pastor Jonas Neves, da Igreja Batista do Povo, que trouxe uma reflexão bíblica destacando o texto de Josué 1:1-12. Neves iniciou sua exposição com uma pergunta desafiadora: “O que Deus está querendo fazer através de nós no sistema prisional brasileiro? O plano de Deus é mais importante do que as pessoas”, destacou o pastor. Complementando: “O lider não é mais importante do que o plano, mas o plano depende do líder e do compromisso dele com o projeto de Deus”.
Ariel de Castro, advogado e membro do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, fez uma análise contextual do sistema prisional brasileiro. Segundo os dados apresentados por Castro o Brasil é o terceiro país no mundo em número de presos com cerca de 726.000 pessoas atrás das grades. “O primeiro ponto de partida para um Política Pública no âmbito dos municípios é verificar de onde vêm as pessoas que estão no sistema prisional. Certamente chegaremos à conclusão de que elas vem de lugares onde o Estado está mais ausente”, ressaltou.
O doutor e mestre em Ciência da Religião, Antônio Carlos Silva, co-autor do livro Como Anunciar o Evangelho Entre os Presos e autor do ebook 5 motivos para se envolver com capelania prisional, destacou alguns dos principais motivos pelos quais os cristãos devem se envolver com o ministério da capelania prisional: a ida aos presídios gera solidariedade para com os encarcerados, os valores do evangelho são capazes de mudar comportamentos e os cristãos devem lutar pela efetivação da justiça.
Mulheres encarceradas
No Brasil o número de mulheres presas era de pouco mais de 10 mil em 2000 e 14 anos depois já somavam 37 mil, registrando um aumento de 567%, de acordo com dados do Ministério da Justiça. A taxa de crescimento da população prisional é muito maior entre mulheres do que entre homens e, como um fenômeno relativamente recente, o que se observa é uma estrutura feita para homens. O sistema prisional brasileiro é formado por mulheres jovens, entre 18 e 29 anos, negras e pobres, que concluíram apenas o ensino fundamental. O crime mais praticado por elas é o tráfico de drogas, que corresponde a cerca de 70% do total, enquanto para os homens esse valor é de 25%.
Ao comentarem a dura realidade enfrentada pelas presidiárias brasileiras, o Coordenador de Reintegração Social e Cidadania da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Mauro Rogério Bittencourt, e a vereadora Patricia Bezerra, membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, ressaltaram a importância do combate à violência de gênero que, dentro dos presídios, se estende às mulheres e aos filhos gerados por elas tanto dentro quanto fora do cárcere. “A mulher é estigmatizada e precisamos nos atentar sobre a violência de gênero no sistema carcerário. Um dos efeitos colaterais desta violência é o afastamento da mâe do filhos, uma vez que não existem espaços dignos para mãe pós gestação”, denunciou Patrícia Bezerra.
Práticas compartilhadas e encaminhamentos finais:
Na parte da tarde foram compartilhadas experiências práticas desenvolvidas no âmbito do sistema carcerário brasileiro por alguns dos presentes. Tais quais:
- Escola de Perdão e Reconciliação – A irmã Martina Gonzalez discorreu sobre esta metodologia que tem como base a Jusitça Restaurativa
- Cally Magalhaes – Uso do Sociodrama na Fundação Casa. Dois jovens que particparam do programa e tiveram suas vidas transformadas fizeram um depoimento sobre como este trabalho mudou a vida deles.
- Alcebiades Cavalcanti- discorreu sobre a experiência da Igreja Batista do Povo em Presídios Femininos
- Alexandre Martins – ex-detento que fez um relato de dentro do presídio e seu envolvimento com o evangelho e a igreja.
Fonte: Tearfund Brasil
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>> O desafio da igreja frente à crise carcerária
>> Para que serve a capelania prisional?
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