Opinião
- 28 de maio de 2018
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Eu não tenho medo de chamar missão integral
Por Jorge Henrique Barro
Me causa muito espanto:
Os que reduzem o evangelho de Jesus de Nazaré, dicotomizando o ser humano e a criação, dividindo o indivisível;
Os que apenas dizem “vai porque tua fé te salvou”. Nada fazem, além de afirmar que a pregação verbal é prioritária ao fazer;
Gente que se diz do bem, mas faz de suas vidas uma cruzada para colocar no cárcere de suas teologias os que amam os pobres e excluídos, como fez Jesus e como o Concílio de Jerusalém recomendou a Paulo (Gl 2.10);
A ignorância de quem diz que a afirmação “o que queres que eu te faça” (Mc 10.5; Lc 18.41) não pode ser feita antes da frase “aceite a Jesus como Salvador e Senhor”. O cego responde ao “o que queres que eu te faça” com “que eu torne a ver”. E este recebe o signo de Deus em sua vida: “vai porque a tua fé te salvou”;
A atitude do “politicamente correto” de alguns que abandonaram a terminologia “missão integral” porque dizem que tal termo está viciado e desgastado. No fundo, estes querem fugir de serem rotulados. Anabatistas, calvinistas, luteranos, wesleyanos, pentecostais etc… Todos cometeram tantos erros ao longo da história e fizeram coisas incompatíveis com a Palavra de Deus, mas nem por isso são indignos de serem chamados o que são. Por que deixaria eu de falar da “missão integral” se eu não deixo de dizer que sou calvinista, a despeito dos calvinistas? Não sou covarde e muito menos ingrato!
A integralidade de Jesus de Nazaré
O Senhor do qual sou seguidor e discípulo é Jesus, mas Jesus “de Nazaré”: “Jesus, o nazareno, que era poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.9). Tirar a “Nazarenidade” de Jesus é roubar dele seu compromisso com os da periferia, o chamado fator Galileia. O evangelho que eu leio diz que é um relato de “todas as coisas que Jesus começou a fazer e ensinar” (At 1.1). Como não ver e reconhecer a integralidade – obras e palavras, fazer e ensinar? Será que é tão difícil entender que não existe divórcio entre aquilo que se faz e diz?
Eu renovo meu voto diante de Deus – o voto de que “o mesmo Deus da paz me santifique em tudo (e não em partes); meu espírito, alma e corpo para que sejam conservados íntegros (de integralidade) e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
Missão integral tem a ver com integridade e integralidade. O nosso Cristo e seu evangelho propõe a “reconciliar consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (Cl 1.20). Quem não concorda com Jesus e com sua proposta de missão integral de reconciliar consigo mesmo todas as coisas, pode fazer duas coisas: Reclamar com Jesus via 0800; ou calar-se para não ser um instrumento negativo que vive impondo limitações a Jesus, o Nazareno, diminuindo quem ele é, diz e faz. Se uma teologia não alcança Jesus em sua totalidade, imagine essa parcialidade dicotomizante que diminui o seu senhorio.
Liberal não é aquele que é rotulado como tal, mas aquele que diminui o senhorio de Cristo achando que ele reconcilia apenas a alma e não todas as coisas.
Eu não tenho medo de chamar “missão integral” porque o evangelho é a totalidade do amor de Deus encarnado em Jesus Cristo que “andou por toda a parte fazendo o bem” no poder do Espírito Santo (At 10.38).
Eu não tenho medo de chamar “missão integral”. Eu tenho medo é de chamar parcial aquilo que é integral. De separar o inseparável; de dividir o indivisível, de limitar o ilimitável. O evangelho é a totalidade da presença de Deus entre nós no verbo encarnado, pelo poder do Espírito, que capacita seus servos (as) e sua igreja para o cumprimento da sua missão integral no mundo.
Eu lancei a mão no arado na missão de Deus, e esta integral, e não tenho como voltar para trás. Não, mesmo.
Nota: Texto publicado originalmente aqui.
• Jorge Henrique Barro, fundador e Diretor da Faculdade Teológica Sul Americana é também Assessor da Aliança Cristã Evangélica Brasileira.
Me causa muito espanto:
Os que reduzem o evangelho de Jesus de Nazaré, dicotomizando o ser humano e a criação, dividindo o indivisível;
Os que apenas dizem “vai porque tua fé te salvou”. Nada fazem, além de afirmar que a pregação verbal é prioritária ao fazer;
Gente que se diz do bem, mas faz de suas vidas uma cruzada para colocar no cárcere de suas teologias os que amam os pobres e excluídos, como fez Jesus e como o Concílio de Jerusalém recomendou a Paulo (Gl 2.10);
A ignorância de quem diz que a afirmação “o que queres que eu te faça” (Mc 10.5; Lc 18.41) não pode ser feita antes da frase “aceite a Jesus como Salvador e Senhor”. O cego responde ao “o que queres que eu te faça” com “que eu torne a ver”. E este recebe o signo de Deus em sua vida: “vai porque a tua fé te salvou”;
A atitude do “politicamente correto” de alguns que abandonaram a terminologia “missão integral” porque dizem que tal termo está viciado e desgastado. No fundo, estes querem fugir de serem rotulados. Anabatistas, calvinistas, luteranos, wesleyanos, pentecostais etc… Todos cometeram tantos erros ao longo da história e fizeram coisas incompatíveis com a Palavra de Deus, mas nem por isso são indignos de serem chamados o que são. Por que deixaria eu de falar da “missão integral” se eu não deixo de dizer que sou calvinista, a despeito dos calvinistas? Não sou covarde e muito menos ingrato!
A integralidade de Jesus de Nazaré
O Senhor do qual sou seguidor e discípulo é Jesus, mas Jesus “de Nazaré”: “Jesus, o nazareno, que era poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.9). Tirar a “Nazarenidade” de Jesus é roubar dele seu compromisso com os da periferia, o chamado fator Galileia. O evangelho que eu leio diz que é um relato de “todas as coisas que Jesus começou a fazer e ensinar” (At 1.1). Como não ver e reconhecer a integralidade – obras e palavras, fazer e ensinar? Será que é tão difícil entender que não existe divórcio entre aquilo que se faz e diz?
Eu renovo meu voto diante de Deus – o voto de que “o mesmo Deus da paz me santifique em tudo (e não em partes); meu espírito, alma e corpo para que sejam conservados íntegros (de integralidade) e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
Missão integral tem a ver com integridade e integralidade. O nosso Cristo e seu evangelho propõe a “reconciliar consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (Cl 1.20). Quem não concorda com Jesus e com sua proposta de missão integral de reconciliar consigo mesmo todas as coisas, pode fazer duas coisas: Reclamar com Jesus via 0800; ou calar-se para não ser um instrumento negativo que vive impondo limitações a Jesus, o Nazareno, diminuindo quem ele é, diz e faz. Se uma teologia não alcança Jesus em sua totalidade, imagine essa parcialidade dicotomizante que diminui o seu senhorio.
Liberal não é aquele que é rotulado como tal, mas aquele que diminui o senhorio de Cristo achando que ele reconcilia apenas a alma e não todas as coisas.
Eu não tenho medo de chamar “missão integral” porque o evangelho é a totalidade do amor de Deus encarnado em Jesus Cristo que “andou por toda a parte fazendo o bem” no poder do Espírito Santo (At 10.38).
Eu não tenho medo de chamar “missão integral”. Eu tenho medo é de chamar parcial aquilo que é integral. De separar o inseparável; de dividir o indivisível, de limitar o ilimitável. O evangelho é a totalidade da presença de Deus entre nós no verbo encarnado, pelo poder do Espírito, que capacita seus servos (as) e sua igreja para o cumprimento da sua missão integral no mundo.
Eu lancei a mão no arado na missão de Deus, e esta integral, e não tenho como voltar para trás. Não, mesmo.
Nota: Texto publicado originalmente aqui.
• Jorge Henrique Barro, fundador e Diretor da Faculdade Teológica Sul Americana é também Assessor da Aliança Cristã Evangélica Brasileira.
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