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- 19 de março de 2007
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Em diálogo com Köhler, organismos sociais falam de humanização do PAC
(ALC) Embora exista o reconhecimento de que o primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha introduzido um conjunto de medidas econômicas e sociais, como o Bolsa Família, que favoreceram o diálogo com a sociedade civil, organizações do movimento popular esperam que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), recentemente anunciado, seja aprimorado e humanizado.
A expectativa foi traduzida pelo diretor executivo da organização de ajuda humanitária Diaconia, reverendo Arnulfo Barbosa, ao presidente da República Federal da Alemanha, Horst Köhler, no domingo, 11, em Olinda, Pernambuco. Em visita ao Brasil, Köhler manifestou o desejo de se encontrar com representantes da sociedade civil organizada para debater problemas, desafios e políticas sociais do Nordeste.
No encontro de três horas, Barbosa ofereceu ao presidente alemão um olhar crítico, desde o Nordeste, sobre a política socioeconômica do governo Lula. O presidente eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) manteve o modelo macro econômico legado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, baseado num rígido controle da inflação e na produção de superávits primários, explicou Barbosa.
Mas Lula introduziu e implantou programas que favoreceram a população do Nordeste, como o Bolsa Família, Luz para Todos, Um Milhão de Cisternas Rurais e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
O PAC, um conjunto de políticas, ações e investimentos na área da infra-estrutura que pretende elevar o PIB brasileiro dos atuais 2,9% ao ano para 4,5% ao ano no próximo quadriênio, foi elaborado sem o diálogo com a sociedade civil, o que leva os movimentos sociais a encará-lo com “justificada cautela”, disse Barbosa.
As experiências de crescimento do país no século XX “vieram associadas a uma calamitosa concentração de renda”, assinalou o diretor executivo de Diaconia na conversa com Köhler. O elevado crescimento experimentado pelo Brasil no período “em nada contribuiu para que o país resolvesse algum dos seus problemas crônicos, dentre os quais a superação da fome e da pobreza de elevada parcela de sua população”.
As organizações da sociedade civil temem que o PAC não dialogue com os programas instituídos pelo presidente Lula no seu primeiro mandato. Ao invés de grandes obras e sua lógica definidas no PAC, o movimento popular propugna modelos alternativos, que democratizem os investimentos, a exemplo do programa das cisternas, concebido com a participação das populações em parceria com o governo.
Com o programa Um Milhão de Cisternas Rurais 200 mil famílias do Nordeste passaram a ter acesso à água potável nos últimos cinco anos. “Essa é uma das razões porque não concordamos com a transposição do Rio São Francisco, visto como um interesse do hidro e agronegócio numa região onde 10 milhões de pessoas padecem de insegurança hídrica e alimentar”, justificou Barbosa.
O diretor executivo de Diaconia afiançou, contudo, a esperança que a sociedade civil organizada tem ao encarar o futuro. Um sinal dessa esperança “é o processo vigoroso e contínuo com que se dá a democratização do país, onde a sociedade civil, os movimentos populares e diversos novos atores sociais despontam”.
Fundada há 40 anos por 11 igrejas evangélicas, Diaconia atua no campo social através do Programa de Promoção da Criança e do Adolescente, do Programa de Apoio à Agricultura Familiar e do Programa de Apoio à Ação Diaconal das Igrejas.
Integram a Diaconia as igrejas Adventista do Sétimo Dia, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana, Evangélica Luterana, Metodista, Presbiteriana do Brasil, Presbiteriana Independente, Congregacional, Exército da Salvação e Igreja de Cristo.
Além da Diaconia, estiveram com o presidente alemão representantes do SOS Corpo, Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP), Comissão Pastoral da Terra, Centro Dom Helder Câmara de Estudo e Ação Social e Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe.
www.alcnoticias.org
Leia o que Ultimato já publicou sobre o assunto
• O Mineiro com Cara de Matuto no semi-ário -- O que semeia dignidade colhe cidadania, edição 278 de Ultimato
Leia o livro
• Saúde, Violência e Graça, Vários autores
A expectativa foi traduzida pelo diretor executivo da organização de ajuda humanitária Diaconia, reverendo Arnulfo Barbosa, ao presidente da República Federal da Alemanha, Horst Köhler, no domingo, 11, em Olinda, Pernambuco. Em visita ao Brasil, Köhler manifestou o desejo de se encontrar com representantes da sociedade civil organizada para debater problemas, desafios e políticas sociais do Nordeste.
No encontro de três horas, Barbosa ofereceu ao presidente alemão um olhar crítico, desde o Nordeste, sobre a política socioeconômica do governo Lula. O presidente eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) manteve o modelo macro econômico legado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, baseado num rígido controle da inflação e na produção de superávits primários, explicou Barbosa.
Mas Lula introduziu e implantou programas que favoreceram a população do Nordeste, como o Bolsa Família, Luz para Todos, Um Milhão de Cisternas Rurais e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
O PAC, um conjunto de políticas, ações e investimentos na área da infra-estrutura que pretende elevar o PIB brasileiro dos atuais 2,9% ao ano para 4,5% ao ano no próximo quadriênio, foi elaborado sem o diálogo com a sociedade civil, o que leva os movimentos sociais a encará-lo com “justificada cautela”, disse Barbosa.
As experiências de crescimento do país no século XX “vieram associadas a uma calamitosa concentração de renda”, assinalou o diretor executivo de Diaconia na conversa com Köhler. O elevado crescimento experimentado pelo Brasil no período “em nada contribuiu para que o país resolvesse algum dos seus problemas crônicos, dentre os quais a superação da fome e da pobreza de elevada parcela de sua população”.
As organizações da sociedade civil temem que o PAC não dialogue com os programas instituídos pelo presidente Lula no seu primeiro mandato. Ao invés de grandes obras e sua lógica definidas no PAC, o movimento popular propugna modelos alternativos, que democratizem os investimentos, a exemplo do programa das cisternas, concebido com a participação das populações em parceria com o governo.
Com o programa Um Milhão de Cisternas Rurais 200 mil famílias do Nordeste passaram a ter acesso à água potável nos últimos cinco anos. “Essa é uma das razões porque não concordamos com a transposição do Rio São Francisco, visto como um interesse do hidro e agronegócio numa região onde 10 milhões de pessoas padecem de insegurança hídrica e alimentar”, justificou Barbosa.
O diretor executivo de Diaconia afiançou, contudo, a esperança que a sociedade civil organizada tem ao encarar o futuro. Um sinal dessa esperança “é o processo vigoroso e contínuo com que se dá a democratização do país, onde a sociedade civil, os movimentos populares e diversos novos atores sociais despontam”.
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