Opinião
- 24 de março de 2015
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Elevemos o coração!
“O Senhor, o seu Deus, dará um coração fiel a vocês e aos seus descendentes, para que o amem de todo o coração e de toda a alma e vivam” (Dt 30.6).
“Sursum Corda”. Esta expressão latina é uma invocação da liturgia eucarística que pode ser encontrada nos documentos mais primitivos do cristianismo ocidental. “Sursum Corda” traduzido livremente quer dizer “Elevemos o coração” e sua invocação era a senha para a introdução da grande oração de Ação de Graças e Consagração dos elementos do pão e do vinho na Ceia do Senhor.
A Igreja de Roma conserva até os dias de hoje em sua liturgia esta expressão: “Corações ao alto” ao que responde a assembleia “O nosso coração está em Deus”. Lutero e também Calvino tinham grande apreço por esta invocação, os luteranos a conservam até o dia de hoje. E, nós presbiterianos, por motivos os mais variados, infelizmente já não a usamos em nossas liturgias. Não foi à toa que desde o tempo dos “Pais da Igreja” as grandes famílias litúrgicas conservaram esta invocação. Ela é bíblica e é um convite à contemplação e ao gozo, bem como uma chamada ao retorno aos aspectos essenciais da fé. As decisões mais cruciais da vida são tomadas na sede do coração. A mente compara, pesa, julga, avalia, mas o coração inclina o homem e o arrasta em seus desejos.
O Senhor Jesus advertiu: “Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34) “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração" (Lc 6.45) e ainda ensinou que é o coração que dá o devido valor às coisas: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.21).
Na adoração não só a mente está em atividade, ouvindo, meditando, entendendo, raciocinando, comparando e aprendendo. As emoções também estão em atividade, o coração precisa ser tocado e abastecido da Palavra, os sentimentos precisam ser purificados, as paixões ordenadas e as lembranças afetivas organizadas em nosso coração. Nossos desejos precisam ser transformados e santificados para que o coração seja ele também treinado a elevar-se sobre a carne, o fascínio do mundo e as sutilezas de Satanás.
O apóstolo Paulo apela: “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas” (Cl 3. 1,2). A adoração precisa mexer com as nossas emoções, mas não parar aí, as experiências emocionais são importantes, mas não podem ser a coisa mais importante do culto.
O coração deve ser cativado pela verdade e treinado a obedecer. O coração deve ser circuncidado pela Palavra e pelo Espírito e deve ser levado a detestar o mal e apegar-se ao bem (Rm 12.9, 21). Nosso coração, por natureza é corrupto (Jr 17.9) e precisa sofrer um transplante espiritual (Ez 11.19; Ez 36.26), nosso coração é leviano, distraído e precisa aprender, assim como Maria, a guardar a Palavra de Deus e nela meditar (Lc 2.19). Por último, necessitamos de um coração que se afeiçoe aos santos (Fp 1.8; 2Co 7.15) que ame a presença destes, sinta compaixão em suas dores, socorra em suas necessidades, ame a sua companhia e sinta saudades em sua ausência. É lamentável quando cristãos sentem mais prazer na roda dos incrédulos e estreitam de tal maneira amizade com aqueles que zombam do seu Deus e de tudo que lhes é mais caro sem se importar com isso. É triste quando cristãos afirmam sentir mais alegria nos entretenimentos do mundo do que na Casa do Senhor, quando não veem a hora de chegar o domingo para correrem atrás de seus interesses e assim negligenciarem o mandamento (Is 58.13). Quando isso acontece com mais frequência do que deveria, então os sintomas de um coração pesado, endurecido, frio, terreno, mundano, desabastecido da Palavra, sem iluminação e rasteiro estão no comando das afeições, dos apetites, dos gozos e do sentido da vida.
Estamos nos aproximando da Páscoa quando recordaremos de maneira mais especial a nossa libertação mais profunda e fundamental, o nosso Êxodo verdadeiro que nos arrancou de nossa mais opressiva e letal escravidão, de Satanás, do pecado e da morte. Faríamos bem se aceitássemos o convite da liturgia: “Sursum Corda!” (Elevemos o coração) e respondêssemos com firme decisão: “Habemus ad Dominum!” (Nós o temos no Senhor) para que toda a nossa vida se enchesse de santificação, gozo e paz.
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“Sursum Corda”. Esta expressão latina é uma invocação da liturgia eucarística que pode ser encontrada nos documentos mais primitivos do cristianismo ocidental. “Sursum Corda” traduzido livremente quer dizer “Elevemos o coração” e sua invocação era a senha para a introdução da grande oração de Ação de Graças e Consagração dos elementos do pão e do vinho na Ceia do Senhor.
A Igreja de Roma conserva até os dias de hoje em sua liturgia esta expressão: “Corações ao alto” ao que responde a assembleia “O nosso coração está em Deus”. Lutero e também Calvino tinham grande apreço por esta invocação, os luteranos a conservam até o dia de hoje. E, nós presbiterianos, por motivos os mais variados, infelizmente já não a usamos em nossas liturgias. Não foi à toa que desde o tempo dos “Pais da Igreja” as grandes famílias litúrgicas conservaram esta invocação. Ela é bíblica e é um convite à contemplação e ao gozo, bem como uma chamada ao retorno aos aspectos essenciais da fé. As decisões mais cruciais da vida são tomadas na sede do coração. A mente compara, pesa, julga, avalia, mas o coração inclina o homem e o arrasta em seus desejos.
O Senhor Jesus advertiu: “Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34) “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração" (Lc 6.45) e ainda ensinou que é o coração que dá o devido valor às coisas: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.21).
Na adoração não só a mente está em atividade, ouvindo, meditando, entendendo, raciocinando, comparando e aprendendo. As emoções também estão em atividade, o coração precisa ser tocado e abastecido da Palavra, os sentimentos precisam ser purificados, as paixões ordenadas e as lembranças afetivas organizadas em nosso coração. Nossos desejos precisam ser transformados e santificados para que o coração seja ele também treinado a elevar-se sobre a carne, o fascínio do mundo e as sutilezas de Satanás.
O apóstolo Paulo apela: “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas” (Cl 3. 1,2). A adoração precisa mexer com as nossas emoções, mas não parar aí, as experiências emocionais são importantes, mas não podem ser a coisa mais importante do culto.
O coração deve ser cativado pela verdade e treinado a obedecer. O coração deve ser circuncidado pela Palavra e pelo Espírito e deve ser levado a detestar o mal e apegar-se ao bem (Rm 12.9, 21). Nosso coração, por natureza é corrupto (Jr 17.9) e precisa sofrer um transplante espiritual (Ez 11.19; Ez 36.26), nosso coração é leviano, distraído e precisa aprender, assim como Maria, a guardar a Palavra de Deus e nela meditar (Lc 2.19). Por último, necessitamos de um coração que se afeiçoe aos santos (Fp 1.8; 2Co 7.15) que ame a presença destes, sinta compaixão em suas dores, socorra em suas necessidades, ame a sua companhia e sinta saudades em sua ausência. É lamentável quando cristãos sentem mais prazer na roda dos incrédulos e estreitam de tal maneira amizade com aqueles que zombam do seu Deus e de tudo que lhes é mais caro sem se importar com isso. É triste quando cristãos afirmam sentir mais alegria nos entretenimentos do mundo do que na Casa do Senhor, quando não veem a hora de chegar o domingo para correrem atrás de seus interesses e assim negligenciarem o mandamento (Is 58.13). Quando isso acontece com mais frequência do que deveria, então os sintomas de um coração pesado, endurecido, frio, terreno, mundano, desabastecido da Palavra, sem iluminação e rasteiro estão no comando das afeições, dos apetites, dos gozos e do sentido da vida.
Estamos nos aproximando da Páscoa quando recordaremos de maneira mais especial a nossa libertação mais profunda e fundamental, o nosso Êxodo verdadeiro que nos arrancou de nossa mais opressiva e letal escravidão, de Satanás, do pecado e da morte. Faríamos bem se aceitássemos o convite da liturgia: “Sursum Corda!” (Elevemos o coração) e respondêssemos com firme decisão: “Habemus ad Dominum!” (Nós o temos no Senhor) para que toda a nossa vida se enchesse de santificação, gozo e paz.
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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