Opinião
- 09 de setembro de 2022
- Visualizações: 2613
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
E o dia se fez noite e habitou a alma aflita
Por Deborah Costa Esquarcio
Assim como quem não quer nada, como quem anda despretensiosamente a vagar, como quem não se apercebe que transita por um território inexplorado tem início os pensamentos de dar cabo à própria vida.
A realidade afligente dos aspectos dramáticos do existir se sobrepõe ao anúncio da renovação das misericórdias do Senhor a cada manhã (Lam 3:22-23). O que fica avultado é o imponderável, a inseguridade, a incerteza da fatalidade do viver. O desbotamento dos interesses, da vontade, das necessidades desmobiliza a magnitude da vida e compromete o fluxo dos afetos.
Para onde apontam as dolorosas questões de quem não tem mais a possibilidade de ser incitado pela dinâmica do cotidiano da existência? De que ordem é esse sofrimento que aniquila o devir?
O comprometimento da dimensão afetiva consome o esplendoroso anúncio da vida abundante em Jesus aqui na terra como nos céus. O que é experimentado pessoalmente pela impressão dos acontecimentos faz um percurso subjetivo em caráter dramático que domina e abate os recursos para enfrentamento de adversidades.
O tempo de assombramento hipertrofia a desesperança. A noite da alma produz refração da alegria de viver. A ausência de sentimentos positivos torna a morte benfazeja. Ela, a morte, fica potente, notável, faustosa com o atributo de solução, expediente frente a insuficiência e desprovimento da vida.
A persistência de sentimentos negativos é uma referência para cuidado porque assola o autoconceito e permite a construção de um arrazoado pessimista das relações inter-humanas. A experimentação dilatada de sentimentos contraproducentes quanto ao viver prenuncia dificuldades, obstáculos, ambiguidades e arremessa para o mal estar, insatisfação e desconforto de estar no mundo.
A ausência de sentimentos positivos enrijece o discernimento, atrofia a autocompreensão e estabelece o encurtamento das paisagens do porvir.
O cuidado de si e do outro permite a exploração de experiências consigo mesmo e a aproximação com o outro em estimulante incitamento à novidade de vida. Cuidar de si não é um ato egoísta. É um ato responsável, cônscio, bondoso, da concessão da vida por Deus.
Quando Paulo nos instiga a considerarmos os outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3) a provocação é o saber de si. Então “quem sou eu”, pergunta de ilimitada complexidade, precisa ser investigada para a construção de si e esquadrinhamento de algum acesso ao “eu” através do conhecimento dos esquemas pessoais, das relações cotidianas, da forma de pensar, etc.
O desafio está posto: necessário saber de si para ter o que renunciar ao reputar a outro o devido lugar.
O saber de si revela a forma de ser afetado quando da ocorrência de fatos e situações. Mesmo não sendo previsíveis os danos e a durabilidade das condições desfavoráveis ao viver, pode ser que a realidade psíquica íntima acene com um pedido de ajuda para rever o dia e possibilitar à alma habitar espaços de alívio.
Saiba mais:
» Da aprovação à depressão: desafios enfrentados por estudantes universitários
» 7 em cada 10 adolescentes identificam "ansiedade e depressão" como um grande problema
» Culpa e Graça em WandaVision
Assim como quem não quer nada, como quem anda despretensiosamente a vagar, como quem não se apercebe que transita por um território inexplorado tem início os pensamentos de dar cabo à própria vida.
A realidade afligente dos aspectos dramáticos do existir se sobrepõe ao anúncio da renovação das misericórdias do Senhor a cada manhã (Lam 3:22-23). O que fica avultado é o imponderável, a inseguridade, a incerteza da fatalidade do viver. O desbotamento dos interesses, da vontade, das necessidades desmobiliza a magnitude da vida e compromete o fluxo dos afetos.
Para onde apontam as dolorosas questões de quem não tem mais a possibilidade de ser incitado pela dinâmica do cotidiano da existência? De que ordem é esse sofrimento que aniquila o devir?
O comprometimento da dimensão afetiva consome o esplendoroso anúncio da vida abundante em Jesus aqui na terra como nos céus. O que é experimentado pessoalmente pela impressão dos acontecimentos faz um percurso subjetivo em caráter dramático que domina e abate os recursos para enfrentamento de adversidades.
O tempo de assombramento hipertrofia a desesperança. A noite da alma produz refração da alegria de viver. A ausência de sentimentos positivos torna a morte benfazeja. Ela, a morte, fica potente, notável, faustosa com o atributo de solução, expediente frente a insuficiência e desprovimento da vida.
A persistência de sentimentos negativos é uma referência para cuidado porque assola o autoconceito e permite a construção de um arrazoado pessimista das relações inter-humanas. A experimentação dilatada de sentimentos contraproducentes quanto ao viver prenuncia dificuldades, obstáculos, ambiguidades e arremessa para o mal estar, insatisfação e desconforto de estar no mundo.
A ausência de sentimentos positivos enrijece o discernimento, atrofia a autocompreensão e estabelece o encurtamento das paisagens do porvir.
O cuidado de si e do outro permite a exploração de experiências consigo mesmo e a aproximação com o outro em estimulante incitamento à novidade de vida. Cuidar de si não é um ato egoísta. É um ato responsável, cônscio, bondoso, da concessão da vida por Deus.
Quando Paulo nos instiga a considerarmos os outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3) a provocação é o saber de si. Então “quem sou eu”, pergunta de ilimitada complexidade, precisa ser investigada para a construção de si e esquadrinhamento de algum acesso ao “eu” através do conhecimento dos esquemas pessoais, das relações cotidianas, da forma de pensar, etc.
O desafio está posto: necessário saber de si para ter o que renunciar ao reputar a outro o devido lugar.
O saber de si revela a forma de ser afetado quando da ocorrência de fatos e situações. Mesmo não sendo previsíveis os danos e a durabilidade das condições desfavoráveis ao viver, pode ser que a realidade psíquica íntima acene com um pedido de ajuda para rever o dia e possibilitar à alma habitar espaços de alívio.
- Deborah Costa Esquarcio é psicóloga clínica e especialista em Psicoterapia Fenomenológico Existencial pela PUCMG, mestre em Psicologia pela UFMG e colaboradora do CPPC Minas Gerais.
Saiba mais:
» Da aprovação à depressão: desafios enfrentados por estudantes universitários
» 7 em cada 10 adolescentes identificam "ansiedade e depressão" como um grande problema
» Culpa e Graça em WandaVision
- 09 de setembro de 2022
- Visualizações: 2613
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Em janeiro: CIMA 2025 - Cumpra seu destino
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Cheiro de graça no ar
- Vem aí o Congresso ALEF 2024 – “Além dos muros – Quando a igreja abraça a cidade”
- Todos querem Ser milionários
- A visão bíblica sobre a velhice
- Vem aí o Congresso AME: Celebremos e avancemos no Círculo Asiático
- A colheita da fé – A semente caiu em boa terra, e deu fruto
- IV Encontro do MC 60+ reúne idosos de todo o país – Um espaço preferencial
- A era inconclusa