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Opinião

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Eu gosto muito de parábolas, contos, fábulas e histórias do cotidiano. Elas me fazem pensar e refletir. Mas especialmente agora eu gostaria de compartilhar uma metáfora diferente. Nela, desejo que você se torne um dos personagens do texto. Então, agora, imagine que é uma típica tarde de segunda-feira e você está voltando para sua casa. Nesse momento, sintoniza o rádio e ouve músicas e coisas de pouca importância. De repente, você escuta o locutor anunciar que numa cidadezinha na região norte, em plena Amazônia, morreram três pessoas de uma gripe até então completamente desconhecida. É claro que não dá muita importância ao fato e se esquece do assunto. No dia seguinte, quando acorda, liga o rádio e escuta que já não são três, mas 30.000 as pessoas mortas pela tal gripe, na fronteira da selva amazônica com os países vizinhos.

O Ministério da Saúde intervém e envia o grupo de Controle Emergencial de Doenças, para investigar o caso. Na quarta-feira, ouve mais informações importantes e essas já ocupam a primeira página de todos os jornais. O problema agora não é situado apenas no Brasil, mas também, na Bolívia, Venezuela, Colômbia, Chile, Argentina... Enfim, a notícia se espalha pelo mundo. A doença foi denominada de 'La Influenza Misteriosa'. E todos perguntam: “O que será feito para controlar esse mal?”. Mas uma notícia surpreendeu a todos: A Europa fechou suas fronteiras. A França, Itália, Portugal e Espanha não receberão mais voos do Brasil, nem de outros países que tenham tido contato com pessoas com tal doença. E por causa dessa notícia grave, você vai procurando informações em todas as emissoras. E de repente, ouve uma mulher declarar que em um dos hospitais da França, um homem morreu por causa da tal 'Influenza Misteriosa'. Começa o pânico na Europa. Há informações de que, quando uma pessoa contrai o vírus, o corpo vai se debilitando e em seguida, têm três dias de sintomas horríveis e morre.

A Inglaterra também fechou suas fronteiras, porém, tarde demais. No dia seguinte, o presidente dos EUA fechou também suas fronteiras para o Brasil, Europa e Ásia, para evitar a entrada do vírus no país, até que encontrem a cura. No dia seguinte, as pessoas começam a se reunir nas igrejas, em oração, pela descoberta da cura. E numa dessas reuniões, de repente, entra alguém em uma igreja, aos gritos: “Liguem o rádio! Liguem o rádio! Milhões de pessoas estão contaminadas e morrendo no mundo inteiro!”

Assim, em questão de horas, parece que a tal doença invadiu todas as nações. Os cientistas continuam trabalhando na descoberta de um antídoto, mas sem resultados aparentes. Subitamente, surgiu a notícia tão esperada: Um laboratório europeu conseguiu decifrar o código de DNA do vírus. Isso criou possibilidade para a fabricação da vacina! Mas, para ocorrer a cura é preciso identificar alguém cujo sangue não tenha sido infectado pelo vírus.

Mas como conseguir isso, se agora todos, em todo o mundo, estão contaminados?

Os médicos pesquisadores do laboratório chegam ao Brasil. Ouve-se a notícia de que as pessoas devem ir aos hospitais fazer análise de seu sangue e doá-lo para a possível fabricação da vacina. Então, com muita preocupação, você leva a sua família ao hospital onde estão os cientistas, perguntando-se o que acontecerá. Será este o final da raça humana e do mundo? De repente, um pesquisador vai até a recepção do hospital onde sua família doou o sangue e grita um nome que leu em uma folha. O seu filho primogênito está ao seu lado, se agarra na sua camisa e lhe diz: “Papai, esse é o meu nome!”

E antes que possa raciocinar, estão levando seu filho para o interior do hospital. A análise é feita. Os cientistas bradam de alegria: “Fantástico! o sangue dele está limpo e é totalmente puro. Achamos aquele precisamos para fabricar a vacina!”. Depois de cinco longos minutos, saem os médicos chorando e rindo ao mesmo tempo. E é a primeira vez que você vê alguém sorrindo em uma semana. O médico mais velho se aproxima de você e diz: - “Obrigado, senhor! O sangue de seu filho é perfeito, está limpo, puro e o antídoto finalmente poderá ser fabricado”.

A notícia se espalha por todo o mundo. As pessoas estão plenas de felicidade. Mas nesse momento, o médico se aproxima de você e de sua esposa, e diz:
“Posso falar-lhes um momento a sós? Não sabíamos que o doador seria uma criança e precisamos que o senhor assine uma autorização para usarmos o sangue de seu filho..”. Quando você está lendo, percebe que não colocaram a quantidade de sangue que vão usar, e pergunta: 'Mas, qual a quantidade de sangue que vão usar?' O sorriso do médico desapareceu e ele responde: “Precisamos de todo o sangue de seu filho...”

Você protesta, grita, mas o médico insiste: “O senhor não compreende? Estamos falando da cura para o mundo inteiro! Por favor, assine! Nós precisamos de todo o sangue!’ Você, então, pergunta: “Vocês não podem tirar-lhe apenas uma bolsa de sangue...? E ouviu como resposta: “Não! Precisamos de todo o seu sangue... Por amor a humanidade, assine!” Em silêncio, e sem ao menos poder sentir a caneta na mão, você assina...

Passaram-se alguns instantes e você está em profundo silêncio. Então, outro médico lhe pergunta: “Amigo, você quer ver seu filho agora?” Você caminha na direção da sala de emergência onde se encontra seu filho, que está deitado em uma cama, e ele diz: “Papai, o que está acontecendo?”. O pai segura-lhe a mão e diz: “Filho, eu o amo muito e jamais permitiria que lhe acontecesse algo que não fosse necessário, você entende?' O médico regressa e diz: “Sinto muito senhor, precisamos começar o procedimento pois pessoas no mundo inteiro estão morrendo... O senhor pode se retirar?” Você vai se afastando e o seu filho grita: “Papai, por que você está me abandonando?”

E na semana seguinte, quando fazem uma cerimônia para honrar a memória do seu filho, pessoas se comportam com indiferença e outras nem querem tomar ciência do acontecido. Algumas até se emocionam, mas é como se realmente não estivessem se importando. Poucos, muitos poucos, são gratos pelo gesto salvador. Aí você tem vontade de parar e gritar: “Meu filho morreu por vocês e não se importam com isso?”

Talvez seja isto que Deus nos quer nos dizer: “Meu filho morreu por vocês e quero que saibam que eu os amo realmente”. A Bíblia afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. A vida eterna que hoje temos, garantida por Deus, custou não apenas algumas gotas de sangue, mas todo o sangue do Senhor Jesus derramado naquela rude cruz.

Creio que aqui cabe uma pergunta: Jesus se doou total e completamente para nos ter ao seu lado por toda a eternidade. E o que estamos fazendo por Ele. É como se Ele dissesse: “Morri, morri na cruz por ti. Que fazes tu por mim?”

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Noélio Duarte é teólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, neurolinguista, professor universitário e pastor. É diretor de comunicação e capelão da Academia Evangélica de Letras do Brasil, além de escritor e educador. Na Rádio Trans Mundial, é apresentador do programa “Auto Ajuda, mas com a Ajuda do Alto” e preletor de cursos sobre Capelania Universitária.

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