Opinião
- 25 de outubro de 2017
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Discipular significa deixar que te sigam
Um dos maiores obstáculos para compreendermos o que é fazer discípulos é lermos essa expressão unicamente com as lentes da soteriologia, do estudo das doutrinas da salvação, sem atentarmos para o fato óbvio de que Jesus fez discípulos discipulando-os, não apenas salvando-os.
De modo geral, não paramos para pensar que os discípulos jamais precisariam especular – como fazemos hoje – sobre o que significou a ordem de “ide, fazei discípulos”, já que o discipulado era uma realidade presente em sua cultura e em sua própria experiência recente com Jesus.
Os discípulos nunca responderiam à Grande Comissão com “como faremos isso?”. Essa pergunta não está lá – nem poderia estar – porque os discípulos não tiveram dúvidas de como deveriam executar o que Jesus lhes estava pedindo. Eles foram discipulados!
Fazendo nossos próprios discípulos de Jesus
Se admitirmos que o Senhor Jesus ordenou que reproduzíssemos com outros o que ele fez com aqueles doze homens, então a Grande Comissão nos obriga a fazer discípulos não apenas dele, mas também de nós – à medida que somos discípulos dele. Por mais paradoxal que pareça, a missão que Cristo nos entregou é cumprida ao produzirmos os nossos próprios discípulos dele.
Quando Jesus se despediu de seus discípulos e os incumbiu de ensinar a novas pessoas, estava nomeando todos eles como discipuladores. Desde então e até os dias de hoje, Jesus não vai descer do céu para fazer novos discípulos. Agora isso compete a nós. Se fizermos discípulos apenas de Cristo e não de nós, então não estaremos discipulando, pois o sujeito ativo do “fazer discípulos” na Grande Comissão somos nós, e não ele.
Com tudo isso, não quero dizer que o objetivo final do discipulado é levar alguém a parecer-se conosco. Se for assim, teremos um alvo muito medíocre. A finalidade do discipulado é produzir um imitador de Cristo. Se o referencial sempre é Cristo e se nós o seguimos, o discípulo poderá seguir a nós.
Obter convertidos ou nutrir um relacionamento discipulador?
Mas por que será que recusamos tanto a ideia de termos nossos discípulos de Cristo? Uma parte da resposta é a rejeição a determinados movimentos de discipulado mais recentes que destoam do padrão bíblico. Mas, antes mesmo que tais movimentos surgissem, nós também não aceitávamos a ideia de que um discípulo genuíno de Cristo pudesse ter discípulos, ainda que por meio de um relacionamento saudável. Nós até admitimos que o discipulado pressupõe um discipulador de um lado e um discípulo de outro, mas chamamos esse discípulo de “discipulando”, “pupilo”, “mentoreado” ou até de “catecúmeno”, menos de discípulo.
Outra razão para essa recusa vem do fato de que, para muitos de nós, fazer discípulos tem sido pouco mais do que obter convertidos. Por esse pensamento, quando Jesus nos deu a Grande Comissão, sua intenção seria basicamente que buscássemos pessoas perdidas para a salvação. Com certeza, há algo de bíblico aqui. Mas a questão não é se nossa missão inclui semear o evangelho, mas se ela se resume a isso.
Bem, se nossa visão de fazer discípulos se limita a obter convertidos, então poderíamos fazer discípulos sem nenhum envolvimento relacional, e Jesus poderia ter feito discípulos sem ter convidado ninguém para segui-lo, pois seus sermões públicos bastariam.
Precisamos fazer discípulos de Jesus, sim, no sentido de levar pessoas ao arrependimento e à fé nele a fim de que sejam salvas. Mas também precisamos fazer discípulos de nós, o que significa desenvolver com essas pessoas um relacionamento de cuidado, ensino e aperfeiçoamento, para que elas também sejam levadas à multiplicação. Esse tipo de vínculo é o que chamamos de relacionamento discipulador, uma expressão formulada no contexto batista pela Junta de Missões Nacionais com a visão de Igreja Multiplicadora.
A essência do discipulado é seguir alguém
A Grande Comissão é algo que se implementa via relacionamentos. Ela acontece pela influência de um discípulo em outro, pessoa a pessoa, geração a geração, até chegar a todas as nações. Quanto à salvação, o discípulo é de Cristo, pois quem salva é ele. Quanto ao relacionamento discipulador, o discípulo é nosso, pois quem discipula somos nós.
Não se choque com os pronomes. Eles dão uma falsa ideia de posse. O sentido não é esse. Na verdade, entendo e respeito sua opção de não chamar os seus discípulos de seus, se for o caso. Você pode chamá-los de “discipulandos”, por exemplo. Contudo, certifique-se de que esteja desenvolvendo com eles o relacionamento discipulador modelado por Jesus.
• Diogo Carvalho é pastor batista, gerente de evangelismo da Junta de Missões Nacionais, autor do livro Relacionamento Discipulador: uma teologia da vida discipular. Você pode conhecer a visão de Igreja Multiplicadora em www.igrejamultiplicadora.org.br
Leia mais:
O que a sua igreja faz com o discipulado?
O discipulado na igreja local
De modo geral, não paramos para pensar que os discípulos jamais precisariam especular – como fazemos hoje – sobre o que significou a ordem de “ide, fazei discípulos”, já que o discipulado era uma realidade presente em sua cultura e em sua própria experiência recente com Jesus.
Os discípulos nunca responderiam à Grande Comissão com “como faremos isso?”. Essa pergunta não está lá – nem poderia estar – porque os discípulos não tiveram dúvidas de como deveriam executar o que Jesus lhes estava pedindo. Eles foram discipulados!
Fazendo nossos próprios discípulos de Jesus
Se admitirmos que o Senhor Jesus ordenou que reproduzíssemos com outros o que ele fez com aqueles doze homens, então a Grande Comissão nos obriga a fazer discípulos não apenas dele, mas também de nós – à medida que somos discípulos dele. Por mais paradoxal que pareça, a missão que Cristo nos entregou é cumprida ao produzirmos os nossos próprios discípulos dele.
Quando Jesus se despediu de seus discípulos e os incumbiu de ensinar a novas pessoas, estava nomeando todos eles como discipuladores. Desde então e até os dias de hoje, Jesus não vai descer do céu para fazer novos discípulos. Agora isso compete a nós. Se fizermos discípulos apenas de Cristo e não de nós, então não estaremos discipulando, pois o sujeito ativo do “fazer discípulos” na Grande Comissão somos nós, e não ele.
Com tudo isso, não quero dizer que o objetivo final do discipulado é levar alguém a parecer-se conosco. Se for assim, teremos um alvo muito medíocre. A finalidade do discipulado é produzir um imitador de Cristo. Se o referencial sempre é Cristo e se nós o seguimos, o discípulo poderá seguir a nós.
Obter convertidos ou nutrir um relacionamento discipulador?
Mas por que será que recusamos tanto a ideia de termos nossos discípulos de Cristo? Uma parte da resposta é a rejeição a determinados movimentos de discipulado mais recentes que destoam do padrão bíblico. Mas, antes mesmo que tais movimentos surgissem, nós também não aceitávamos a ideia de que um discípulo genuíno de Cristo pudesse ter discípulos, ainda que por meio de um relacionamento saudável. Nós até admitimos que o discipulado pressupõe um discipulador de um lado e um discípulo de outro, mas chamamos esse discípulo de “discipulando”, “pupilo”, “mentoreado” ou até de “catecúmeno”, menos de discípulo.
Outra razão para essa recusa vem do fato de que, para muitos de nós, fazer discípulos tem sido pouco mais do que obter convertidos. Por esse pensamento, quando Jesus nos deu a Grande Comissão, sua intenção seria basicamente que buscássemos pessoas perdidas para a salvação. Com certeza, há algo de bíblico aqui. Mas a questão não é se nossa missão inclui semear o evangelho, mas se ela se resume a isso.
Bem, se nossa visão de fazer discípulos se limita a obter convertidos, então poderíamos fazer discípulos sem nenhum envolvimento relacional, e Jesus poderia ter feito discípulos sem ter convidado ninguém para segui-lo, pois seus sermões públicos bastariam.
Precisamos fazer discípulos de Jesus, sim, no sentido de levar pessoas ao arrependimento e à fé nele a fim de que sejam salvas. Mas também precisamos fazer discípulos de nós, o que significa desenvolver com essas pessoas um relacionamento de cuidado, ensino e aperfeiçoamento, para que elas também sejam levadas à multiplicação. Esse tipo de vínculo é o que chamamos de relacionamento discipulador, uma expressão formulada no contexto batista pela Junta de Missões Nacionais com a visão de Igreja Multiplicadora.
A essência do discipulado é seguir alguém
A Grande Comissão é algo que se implementa via relacionamentos. Ela acontece pela influência de um discípulo em outro, pessoa a pessoa, geração a geração, até chegar a todas as nações. Quanto à salvação, o discípulo é de Cristo, pois quem salva é ele. Quanto ao relacionamento discipulador, o discípulo é nosso, pois quem discipula somos nós.
Não se choque com os pronomes. Eles dão uma falsa ideia de posse. O sentido não é esse. Na verdade, entendo e respeito sua opção de não chamar os seus discípulos de seus, se for o caso. Você pode chamá-los de “discipulandos”, por exemplo. Contudo, certifique-se de que esteja desenvolvendo com eles o relacionamento discipulador modelado por Jesus.
• Diogo Carvalho é pastor batista, gerente de evangelismo da Junta de Missões Nacionais, autor do livro Relacionamento Discipulador: uma teologia da vida discipular. Você pode conhecer a visão de Igreja Multiplicadora em www.igrejamultiplicadora.org.br
Leia mais:
O que a sua igreja faz com o discipulado?
O discipulado na igreja local
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