Opinião
- 11 de novembro de 2010
- Visualizações: 3858
- 3 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
Conto de graça
Minhas filhas e eu partimos apressadas ao encontro de minha irmã, tomando a estrada naquela manhã morna de sábado, com o céu azul sem nuvens por companhia.
Tínhamos 80 quilômetros pela frente. Depois de rodarmos metade do caminho, um frio gélido percorreu minha espinha: eu havia esquecido os documentos do carro em casa. E como desgraça pouca é bobagem, esquecera também todos os meus documentos pessoais.
As meninas perceberam meu semblante angustiado. Todas partilhamos da mesma angústia quando lhes contei o que ocorrera.
A viagem que tinha tudo para ser um tempo agradável de conversa e distração, tornara-se agora um espaço de silêncio constrangedor. Silêncio fruto do medo de que a transgressão fosse descoberta e punida. Dito e feito.
Poucos minutos depois, um guarda rodoviário fez o sinal característico de parar o carro.
Meu coração quase saltou pela boca. Olhando pelo retrovisor, constatei o olhar de pavor das meninas e tentei com todas as forças manter a calma. Por que justamente hoje, meu Deus, ser parada na estrada?
O guarda, com a face carrancuda, foi direito ao assunto: “Documentos, por favor”. Alguns segundos de silêncio e a resposta inevitável: “Seu guarda... é o seguinte: esqueci TODOS os documentos em casa. Pessoais e do carro”. Mais alguns segundos de silêncio.
Nesses instantes que pareceram uma eternidade, viajei no pensamento. Qual seria o desfecho do episódio? Apreensão do carro? Fim da viagem? Voltar para casa como? E as despesas decorrentes de multas?
Encarei o guarda nos olhos, e disse: “Seu guarda, sei que estou errada, mas não foi minha intenção... lamento profundamente o fato de não ter os documentos comigo... por favor, me desculpe!”.
Mais um pouco de silêncio.
Por fim, com voz firme e forte, o guarda deu o veredicto: “Siga adiante, senhora”. Mal pude acreditar no que ouvi.
Agradecendo rapidamente, sem coragem de olhá-lo nos olhos, liguei o carro e segui viagem. Foi como se o mundo tivesse sido retirado de meus ombros. Embalada pelo ritmo leve e suave da graça.
Siga-nos no Twitter!
Tínhamos 80 quilômetros pela frente. Depois de rodarmos metade do caminho, um frio gélido percorreu minha espinha: eu havia esquecido os documentos do carro em casa. E como desgraça pouca é bobagem, esquecera também todos os meus documentos pessoais.
As meninas perceberam meu semblante angustiado. Todas partilhamos da mesma angústia quando lhes contei o que ocorrera.
A viagem que tinha tudo para ser um tempo agradável de conversa e distração, tornara-se agora um espaço de silêncio constrangedor. Silêncio fruto do medo de que a transgressão fosse descoberta e punida. Dito e feito.
Poucos minutos depois, um guarda rodoviário fez o sinal característico de parar o carro.
Meu coração quase saltou pela boca. Olhando pelo retrovisor, constatei o olhar de pavor das meninas e tentei com todas as forças manter a calma. Por que justamente hoje, meu Deus, ser parada na estrada?
O guarda, com a face carrancuda, foi direito ao assunto: “Documentos, por favor”. Alguns segundos de silêncio e a resposta inevitável: “Seu guarda... é o seguinte: esqueci TODOS os documentos em casa. Pessoais e do carro”. Mais alguns segundos de silêncio.
Nesses instantes que pareceram uma eternidade, viajei no pensamento. Qual seria o desfecho do episódio? Apreensão do carro? Fim da viagem? Voltar para casa como? E as despesas decorrentes de multas?
Encarei o guarda nos olhos, e disse: “Seu guarda, sei que estou errada, mas não foi minha intenção... lamento profundamente o fato de não ter os documentos comigo... por favor, me desculpe!”.
Mais um pouco de silêncio.
Por fim, com voz firme e forte, o guarda deu o veredicto: “Siga adiante, senhora”. Mal pude acreditar no que ouvi.
Agradecendo rapidamente, sem coragem de olhá-lo nos olhos, liguei o carro e segui viagem. Foi como se o mundo tivesse sido retirado de meus ombros. Embalada pelo ritmo leve e suave da graça.
Siga-nos no Twitter!
Mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor.
- Textos publicados: 39 [ver]
- 11 de novembro de 2010
- Visualizações: 3858
- 3 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Descobrindo o potencial da diáspora: um chamado à igreja brasileira
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- Jesus [não] tem mais graça
- Onde estão as crianças?
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- C. S. Lewis, 126 anos
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Exalte o Altíssimo!
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida