Opinião
- 15 de dezembro de 2017
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Como reconciliar rupturas na família
Por Carlos “Catito” Grzybowski
Quando pensamos em uma reconciliação pressupomos que antes deva ter ocorrido uma ruptura relacional. E é dentro da família onde as rupturas são mais fáceis de acontecer, pois é o espaço onde a convivência é maior.
Filhos que se sentem injustiçados, cônjuges que se sentem colocados em um segundo plano, pais que se sentem desrespeitados, irmãos que entram em escalonamento de disputa pelo afeto parental, avós que querem interferir no sistema da família nuclear dos filhos, etc., são algumas coisas que promovem rupturas no seio da família.
>>> Acontece nas Melhores Famílias <<<
Um exemplo nos evangelhos é a disputa entre as irmãs Marta e Maria quando recebem uma visita de Jesus (Lucas 10: 38-42). Haviam tarefas a serem realizadas, gente para ser alimentada, muita gente, e Marta trabalhava exaustivamente para dar conta, enquanto sua irmã, tranquilamente, sentava-se aos pés de Jesus para ouvi-lo. Será que Maria não se dá conta da situação? Não, deduziu Marta: “Ela está é fazendo ‘corpo mole’ e eu aqui me matando de trabalhar”.
Sim, quando não entendemos o comportamento do outro sempre tendemos a encontrar uma explicação que seja plausível dentro de nossos esquemas mentais – na maioria das vezes culpabilizando o outro. Segundo Laura Holcroft, citando São Bento, afirma que “Marta havia perdido a alegria e estava ansiosa (...) porque só praticava a mortificação externa do trabalho e se esqueceu de ‘ruminar’ sem cessar a Palavra de Jesus. Maria, pelo contrário, ruminava na Palavra sem cessar... havia elegido a única coisa necessária”.
Na ansiedade e exaustão das tarefas (mortificação externa), Marta tem uma reação de ruptura relacional (queixa) em relação à sua irmã, Maria, e leva esta queixa a Jesus, que lhe indica o caminho da reconciliação. Como se Jesus lhe dissesse: “Marta, tarefas são importantes, mas te deixam ansiosa e tua ansiedade te faz perceber a atitude de tua irmã de uma forma limitada. Veja, ela escolheu algo que não se desorganizará com a chegada das próximas visitas, algo que ela poderá guardar como um tesouro que não acaba ao final da hospedagem. Talvez, Marta, você precise refletir mais e de forma menos ansiosa (mortificação interna) e verá que essa é a melhor parte”!
>>> Famílias em Crise <<<
O episódio nos indica algumas coisas importantes no processo de reconciliação dentro da família. Em primeiro lugar, devemos sempre nos perguntar se a mossa percepção é a única e possível explicação para o ocorrido ou se existem outras possibilidades de explicação que, em virtude de minhas emoções alteradas, eu resisto perceber. Na maioria das vezes, não enxergamos a realidade como ela é, mas sim como nós somos!
Se essa análise é muito difícil no momento de agito emocional, uma segunda iniciativa pode ser tentada, que é levar a sua percepção até Jesus e ouvir – com coração disponível – o que ele tem a nos dizer sobre nossa percepção. Talvez, como fez com Marta, ele nos revele que há coisas mais significativas que disputas por tarefas domésticas.
Em terceiro lugar, é preciso “buscar a melhor parte”, que é a leitura e meditação contínua na palavra de Deus. Então poderemos nos recordar que “no que depender de vós, tende paz com todos” (Romanos 12:18); e também que se meu irmão fez algo contra mim, devo buscar a reconciliação com ele, antes de buscar o culto a Deus (Mateus 5:23-25). Por fim, meditar também que Deus reconciliou consigo todas as coisas e nos torna “ministros de reconciliação” (II Cor. 5:18), ou seja, devemos ser as primícias de exemplo na busca de reconciliação, principalmente nas rupturas que ocorrem dentro de nossas famílias!
• Carlos “Catito”, psicólogo e terapeuta de casais e de família. É autor de Pais Santos, Filhos Nem Tanto.
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Família, Graças a Deus!
A reconciliação e o mistério do perdão triangular
Laços sólidos de família
Família: fonte de alegria e sofrimento
Crises e Perdas na Família
Imagem: Photo by Kevin Delvecchio on Unsplash
Quando pensamos em uma reconciliação pressupomos que antes deva ter ocorrido uma ruptura relacional. E é dentro da família onde as rupturas são mais fáceis de acontecer, pois é o espaço onde a convivência é maior.
Filhos que se sentem injustiçados, cônjuges que se sentem colocados em um segundo plano, pais que se sentem desrespeitados, irmãos que entram em escalonamento de disputa pelo afeto parental, avós que querem interferir no sistema da família nuclear dos filhos, etc., são algumas coisas que promovem rupturas no seio da família.
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Um exemplo nos evangelhos é a disputa entre as irmãs Marta e Maria quando recebem uma visita de Jesus (Lucas 10: 38-42). Haviam tarefas a serem realizadas, gente para ser alimentada, muita gente, e Marta trabalhava exaustivamente para dar conta, enquanto sua irmã, tranquilamente, sentava-se aos pés de Jesus para ouvi-lo. Será que Maria não se dá conta da situação? Não, deduziu Marta: “Ela está é fazendo ‘corpo mole’ e eu aqui me matando de trabalhar”.
Sim, quando não entendemos o comportamento do outro sempre tendemos a encontrar uma explicação que seja plausível dentro de nossos esquemas mentais – na maioria das vezes culpabilizando o outro. Segundo Laura Holcroft, citando São Bento, afirma que “Marta havia perdido a alegria e estava ansiosa (...) porque só praticava a mortificação externa do trabalho e se esqueceu de ‘ruminar’ sem cessar a Palavra de Jesus. Maria, pelo contrário, ruminava na Palavra sem cessar... havia elegido a única coisa necessária”.
Na ansiedade e exaustão das tarefas (mortificação externa), Marta tem uma reação de ruptura relacional (queixa) em relação à sua irmã, Maria, e leva esta queixa a Jesus, que lhe indica o caminho da reconciliação. Como se Jesus lhe dissesse: “Marta, tarefas são importantes, mas te deixam ansiosa e tua ansiedade te faz perceber a atitude de tua irmã de uma forma limitada. Veja, ela escolheu algo que não se desorganizará com a chegada das próximas visitas, algo que ela poderá guardar como um tesouro que não acaba ao final da hospedagem. Talvez, Marta, você precise refletir mais e de forma menos ansiosa (mortificação interna) e verá que essa é a melhor parte”!
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O episódio nos indica algumas coisas importantes no processo de reconciliação dentro da família. Em primeiro lugar, devemos sempre nos perguntar se a mossa percepção é a única e possível explicação para o ocorrido ou se existem outras possibilidades de explicação que, em virtude de minhas emoções alteradas, eu resisto perceber. Na maioria das vezes, não enxergamos a realidade como ela é, mas sim como nós somos!
Se essa análise é muito difícil no momento de agito emocional, uma segunda iniciativa pode ser tentada, que é levar a sua percepção até Jesus e ouvir – com coração disponível – o que ele tem a nos dizer sobre nossa percepção. Talvez, como fez com Marta, ele nos revele que há coisas mais significativas que disputas por tarefas domésticas.
Em terceiro lugar, é preciso “buscar a melhor parte”, que é a leitura e meditação contínua na palavra de Deus. Então poderemos nos recordar que “no que depender de vós, tende paz com todos” (Romanos 12:18); e também que se meu irmão fez algo contra mim, devo buscar a reconciliação com ele, antes de buscar o culto a Deus (Mateus 5:23-25). Por fim, meditar também que Deus reconciliou consigo todas as coisas e nos torna “ministros de reconciliação” (II Cor. 5:18), ou seja, devemos ser as primícias de exemplo na busca de reconciliação, principalmente nas rupturas que ocorrem dentro de nossas famílias!
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