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Por Escrito

Chiaroscuro, luz e sombra – Escrita e desenho na luta contra a depressão

Entrevista
Por Marcos Rodrigues

Marcos Rodrigues é conhecido por suas ilustrações, especialmente pelos retratos de celebridades. Os desenhos são feitos com tanto cuidado e detalhes que por pouco não passam por fotos de cientistas, presidentes, músicos, escritores, reformadores, amigos entre outros. De acordo com o artista, já são quase cem desenhos de pessoas e mais de trezentos, feitos desde a sua formação, em 2001.

Mas Marcos não é só ilustrador, agora é também autor. Ele acaba de lançar o livro Chiaroscuro pela W4 Editora.

Chiaroscuro é um livro de reflexões, memórias e arte que surgiu da experiência de escrever um diário pessoal como recurso terapêutico enquanto Marcos tratava de depressão. Nele, o autor fala sobre sua peregrinação na busca por Deus, da transição do meio pentecostal para a teologia reformada e de como é ser um artista no meio cristão evangélico.

Vale a pena ler a entrevista feita por Ultimato com Marcos.

Sobre o que fala o seu livro?
Chiaroscuro é um testemunho! É um livro de reflexões, memórias e arte. Nele, falo sobre minha peregrinação na busca pelo Deus das Escrituras. Minha transição do reduto pentecostal para a teologia reformada, bem como o viver do artista no meio cristão evangélico.


Por que o título Chiaroscuro, o outono da alma?
Chiaroscuro é a palavra italiana para luz e sombra, técnica criada por Leonardo Da Vinci no Renascimento. É também a técnica que uso em minha arte, daí a escolha para o título principal. Já o outono é minha estação favorita! A estação em que nasci. É uma estação de mudanças em que as folhas mudam de cores e caem esperando o renovo.


Sobre a produção do livro em si, como foi a experiência? Desde o início você planejava aliar texto a desenhos ou a ideia surgiu no processo?
Bom, em primeiro lugar preciso deixar claro que enquanto escrevia meu diário, não pensava em transformá-lo em livro. A ideia do livro surgiu em conversas com amigos que me incentivaram na publicação. Quanto às ilustrações, sim, eu não faria um livro onde a minha arte não estivesse presente. Eu sabia que as ilustrações seriam parte essencial do livro.


Como o diário o ajudou no relacionamento com Deus e no reconhecimento de quem é você diante dele?
O diário surgiu num momento muito complicado da minha vida. Estava vivendo por viver, sem nenhum propósito. Fui diagnosticado com depressão e instruído a fazer uso da escrita como recurso terapêutico. Era como se estivesse sentado diante de Deus rasgando o meu coração e isso me levou a confiar que ele se importava comigo. Era real! E mostrando e reconhecendo minhas debilidades e fraquezas o seu poder foi se aperfeiçoando em mim. Como Jó, eu o conhecia de ouvir falar, então meus olhos o viram!


Expressar abertamente a experiência de depressão o incomodou? Encontrou em seu caminho pessoas que acolheram bem o seu desabafo?
Ninguém que tem depressão quer se expor. As pessoas julgam! Então, eu descobri que Spurgeon, o príncipe dos pregadores, lutou contra ela. Como parti do princípio de que estava conversando abertamente com Deus, decidi me abrir sem medo. O temor a Deus é o princípio da sabedoria e não o temor a homens. É algo que precisamos aplicar em nossas vidas em tempos de vidas perfeitas na internet. E recebi apoio de pastores que leram e se identificaram no livro.


Que público você tinha em mente quando decidiu produzir este livro?
Pentecostais e artistas, porém, descobri que o livro não tem classificação indicativa e nem público definido. Abordo questões universais.


Receber o retorno do leitor sobre seu livro deve ser uma grande alegria. Você pode compartilhar conosco alguma história/experiência a partir dos leitores desde o lançamento do livro?
Sim! Minha mãe foi a primeira leitora e me lembro dela dizendo: você amava muito o seu pai! É algo que ela sabia, mas que foi forte ao seu coração. Também recebi a mensagem de um cristão artista dizendo: "(...) passei por algumas coisas que você relatou sobre sua vida na igreja e sei exatamente como é. Foi maravilhoso ler esse livro! Faz tempo que não lia algo tão emocionante. As partes que escreve sobre seu pai, são as mais belas para mim". É gratificante receber mensagens assim.


Como foi o processo de se tornar um desenhista?
Na verdade, foi um processo bem definido desde a minha infância. Eu não tinha dúvidas sobre isso. Desenho desde criança! A arte sempre foi minha grande companheira de jornada. Meu pai percebeu e me colocou para estudar desenho artístico aos 11 anos! Foi quando descobri Rembrandt, Michelangelo e Rubens, três pilares da arte que moldaram minha formação artística.


Você fez "retratos" desenhados de várias lideranças evangélicas, inclusive do pastor Elben César, fundador da Ultimato. Quantos foram ao todo? Estes desenhos estão reunidos em um só lugar, para que as pessoas possam apreciar?
Eu não parei para contar, mas devo estar perto dos cem, ou mais, desenhos de lideranças, reformadores e puritanos. Em geral, deve ter passado de trezentos os desenhos feitos a partir da minha formação em 2001.
Os desenhos podem ser vistos (em sua maioria) no meu perfil do Instagram: @mmarcosrodriguess


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