Opinião
- 19 de novembro de 2010
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Angústia que gera resoluções
As expectativas de todos os participantes da Conferência pareciam ser altíssimas. Isso era perceptível logo que se chegava à Cidade do Cabo. A organização do evento se mostrava à altura dessas expectativas, com uma eficiência à toda prova, amparada por uma grande estrutura. Mas aquelas impressões iniciais foram substituídas, já nas primeiras horas de trabalhos, por um clima de frustrações e tensões históricas. Era um sentimento palpável, que logo aflorou e causou um certo mal-estar. Tensões regionais, falta de representatividade – inclusive de algumas das preocupações, principalmente latino-americanas – e um “modus operandi” americanizado espetacular e aparentemente superficial... tudo isso parecia apontar para uma semana decepcionante. Parecia que iríamos experimentar uma espécie de “Epcot Center” cristão (“Mas fazer o quê? Eles pagaram a conta”, alguém comentou).
Para a minha surpresa, com humildade os organizadores se explicaram, buscaram diálogo, se desculparam, chamaram todos à oração. Na intenção de viabilizar não um evento mas um estopim para um novo ímpeto do movimento mundial evangélico, Lausanne III, o “Primeiro Mundo”, fez o que pôde para acomodar os demais. Sua miopia regional foi assumida com penitência e graça. Houve também uma operação da graça de Deus no meu íntimo, que despertou a missão clara, urgente e imediata de relevar, reconciliar e buscar caminhos para vivenciar o espírito cristão já naquele lugar – embora sabendo que o evento, em si, tinha um horizonte curto. Podia, é claro, apenas aguentar firme, pois logo estaria de volta ao meu reduto e “em segurança”.
O exercício da angústia me inspirou novas resoluções: ser mais conciliador, redobrar meus esforços no discipulado e vislumbrar uma missão mais madura e socialmente consequente. Não serei o mesmo homem que partiu duas semanas antes para a África e que foi surpreendido ao encontrar, em Cristo, o mundo.
• Walter McAlister, bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida.
Para a minha surpresa, com humildade os organizadores se explicaram, buscaram diálogo, se desculparam, chamaram todos à oração. Na intenção de viabilizar não um evento mas um estopim para um novo ímpeto do movimento mundial evangélico, Lausanne III, o “Primeiro Mundo”, fez o que pôde para acomodar os demais. Sua miopia regional foi assumida com penitência e graça. Houve também uma operação da graça de Deus no meu íntimo, que despertou a missão clara, urgente e imediata de relevar, reconciliar e buscar caminhos para vivenciar o espírito cristão já naquele lugar – embora sabendo que o evento, em si, tinha um horizonte curto. Podia, é claro, apenas aguentar firme, pois logo estaria de volta ao meu reduto e “em segurança”.
O exercício da angústia me inspirou novas resoluções: ser mais conciliador, redobrar meus esforços no discipulado e vislumbrar uma missão mais madura e socialmente consequente. Não serei o mesmo homem que partiu duas semanas antes para a África e que foi surpreendido ao encontrar, em Cristo, o mundo.
• Walter McAlister, bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida.
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