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- 07 de março de 2023
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A rã, os 1.500 cruzeiros e o psiquiatra
Sessenta +
Por Djanira Momesso César
Artigo originalmente publicado na edição 400 de Ultimato.
Completei 90 anos em junho de 2022. Foi uma alegria só! Toda a família reunida, exceto o neto mais velho e sua família, que moram no exterior. No encontro, minhas cinco filhas e eu contamos histórias da revista Ultimato (que é um ministério da família), ilustrando a provisão de Deus no decorrer de tantos anos.
Tem sido assim também na minha vida pessoal. Nunca me faltou a provisão do Senhor Jesus, em quem eu creio desde os meus 14 anos. Fui criada numa família presbiteriana, mas, quando criança, participei de muitos projetos na igreja batista que minha família frequentava. Aos 14 anos, tive experiências de resposta de oração. Passei a levar mais a sério o cristianismo.
Ilustro a provisão de Deus com três pequenas histórias.
Elben e eu nos casamos em 1956. Eu esperava ficar grávida logo depois. Qual nada! Não vinha neném algum. Aos oito meses de casada, fui a um conceituado ginecologista. Logo que me viu, foi dizendo: “A senhora é nova, pode fazer um tratamento”, e receitou-me dois tipos de hormônio pouco encontrados naquela época: Pregnyl e Maturon. Eram medicamentos caros e não tínhamos condições de comprá-los. Logo me lembrei da minha prima Yvonne, casada com o reverendo Milton Cocarelli, pois ele trabalhava como representante de laboratório farmacêutico – além do pastorado – na capital de São Paulo. Eu pedi a ele que me ajudasse a encontrar os remédios e mandasse, pelo correio, para Ubá, em Minas Gerais, uma caixa de cada um todo mês. Sabia que o remédio nunca faltou? Quando eu iria fazer três anos de casada, engravidei. Veio uma menina. Naquele tempo o teste de gravidez era bem diferente. Usava-se injetar numa rã a urina da mulher com suspeita de gravidez. Se a rã botasse ovos, era sinal de gravidez. Pois é, a rã botou muitos ovinhos!
Eu estava grávida da quarta filha quando a primeira teve um surto alérgico. O único pediatra em Viçosa naquela época diagnosticou artrite reumatoide, quando ela parou de andar, aos 4 anos. Ele resolveu internar-nos, mãe e filha, no hospital da cidade. Foram três dias angustiantes até ela voltar a andar. Na alta, teríamos de pagar 1.500 cruzeiros. Elben chegou para nos buscar e mostrou uma carta dos meus pais. Eles estavam enviando 1.500 cruzeiros para que tivéssemos um bom Natal. Contudo, a correspondência atrasara, chegando exatamente quando tínhamos de pagar o hospital naquele dia.
Em 1971, já casada e com cinco filhas, consultei-me, em Juiz de Fora, com um psiquiatra cristão. Tendo procurado outros médicos sem bons resultados, fiquei muito satisfeita. Ele me disse: “O seu caso é crônico, tem de tomar remédio continuamente. A senhora é esposa de pastor e eu sou filho de pastor. Eu sei como a coisa é. A senhora não me deve nem um tostão. Sempre estarei à sua disposição”. E assim tem sido por 52 anos ininterruptos. Hoje, pela dificuldade da idade, nossa consulta é on-line, a cada seis meses. Ele me envia as receitas via correio e nunca me deixou na mão. (Ele não pode morrer antes de mim...) Sinto-me bem, mas às vezes fico chateada com esse espinho na carne, que me dá dissabores. Mas, como o apóstolo Paulo, consigo assimilar as palavras de Jesus: “A minha graça te basta”. Isso não é uma provisão do Senhor?
Com a colaboração de Délnia Bastos.
O QUE ESPERAM OS CRISTÃOS? | REVISTA ULTIMATO
» Confiança paciente
Por Djanira Momesso César
Artigo originalmente publicado na edição 400 de Ultimato.
Completei 90 anos em junho de 2022. Foi uma alegria só! Toda a família reunida, exceto o neto mais velho e sua família, que moram no exterior. No encontro, minhas cinco filhas e eu contamos histórias da revista Ultimato (que é um ministério da família), ilustrando a provisão de Deus no decorrer de tantos anos.
Tem sido assim também na minha vida pessoal. Nunca me faltou a provisão do Senhor Jesus, em quem eu creio desde os meus 14 anos. Fui criada numa família presbiteriana, mas, quando criança, participei de muitos projetos na igreja batista que minha família frequentava. Aos 14 anos, tive experiências de resposta de oração. Passei a levar mais a sério o cristianismo.
Ilustro a provisão de Deus com três pequenas histórias.
Elben e eu nos casamos em 1956. Eu esperava ficar grávida logo depois. Qual nada! Não vinha neném algum. Aos oito meses de casada, fui a um conceituado ginecologista. Logo que me viu, foi dizendo: “A senhora é nova, pode fazer um tratamento”, e receitou-me dois tipos de hormônio pouco encontrados naquela época: Pregnyl e Maturon. Eram medicamentos caros e não tínhamos condições de comprá-los. Logo me lembrei da minha prima Yvonne, casada com o reverendo Milton Cocarelli, pois ele trabalhava como representante de laboratório farmacêutico – além do pastorado – na capital de São Paulo. Eu pedi a ele que me ajudasse a encontrar os remédios e mandasse, pelo correio, para Ubá, em Minas Gerais, uma caixa de cada um todo mês. Sabia que o remédio nunca faltou? Quando eu iria fazer três anos de casada, engravidei. Veio uma menina. Naquele tempo o teste de gravidez era bem diferente. Usava-se injetar numa rã a urina da mulher com suspeita de gravidez. Se a rã botasse ovos, era sinal de gravidez. Pois é, a rã botou muitos ovinhos!
Eu estava grávida da quarta filha quando a primeira teve um surto alérgico. O único pediatra em Viçosa naquela época diagnosticou artrite reumatoide, quando ela parou de andar, aos 4 anos. Ele resolveu internar-nos, mãe e filha, no hospital da cidade. Foram três dias angustiantes até ela voltar a andar. Na alta, teríamos de pagar 1.500 cruzeiros. Elben chegou para nos buscar e mostrou uma carta dos meus pais. Eles estavam enviando 1.500 cruzeiros para que tivéssemos um bom Natal. Contudo, a correspondência atrasara, chegando exatamente quando tínhamos de pagar o hospital naquele dia.
Em 1971, já casada e com cinco filhas, consultei-me, em Juiz de Fora, com um psiquiatra cristão. Tendo procurado outros médicos sem bons resultados, fiquei muito satisfeita. Ele me disse: “O seu caso é crônico, tem de tomar remédio continuamente. A senhora é esposa de pastor e eu sou filho de pastor. Eu sei como a coisa é. A senhora não me deve nem um tostão. Sempre estarei à sua disposição”. E assim tem sido por 52 anos ininterruptos. Hoje, pela dificuldade da idade, nossa consulta é on-line, a cada seis meses. Ele me envia as receitas via correio e nunca me deixou na mão. (Ele não pode morrer antes de mim...) Sinto-me bem, mas às vezes fico chateada com esse espinho na carne, que me dá dissabores. Mas, como o apóstolo Paulo, consigo assimilar as palavras de Jesus: “A minha graça te basta”. Isso não é uma provisão do Senhor?
Com a colaboração de Délnia Bastos.
- Djanira Momesso César, junto com Elben César (1930-2016), é fundadora da revista Ultimato. Tem 90 anos e meio, cinco filhas (quatro casadas), quatro genros, dez netos e, em março, completará quatorze bisnetos.
O QUE ESPERAM OS CRISTÃOS? | REVISTA ULTIMATO
A esperança cristã possibilita alegria hoje, guia os nossos afetos e o modo como vivemos, nos relembra da nossa condição de peregrinos, nos anima na evangelização e na missão, nos dá a perspectiva correta com relação ao sofrimento atual, alinha os nossos planos aos de Deus, não permite que nos acomodemos às facilidades do mundo.
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