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Palavra do leitor

Ser ou não ser fiador

Minha igreja teve problemas com essa questão, por causa da exigência de fiador para o aluguel de casas/aptos. Isso aconteceu para o sofrimento e desgaste de algumas pessoas inclusive de minha família. Este meu texto é apenas um ensaio. Não é uma resposta final ou algo do tipo. Se alguém quiser contribuir nos comentários ou escrevendo um texto de resposta, eu ficarei muito grato.

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Provérbios 6.1-5

Fiador do teu companheiro (RA), estranho, pessoa nova ou estranho (Bíblia Viva).

Parece não incluir amigos próximos e parentes.

Qual a idéia que se tinha de FIADOR no Antigo Testamento?

Em Levítico 25.25-27 fala sobre o RESGATE da terra por parte daquele que empobreceu.

Parece que a obrigação de ajudar vem exatamente do parente mais próximo.

O texto inclusive mostra a tentativa de permitir ao que empobreceu a re-aquisição das terras.

Pensando em Novo Testamento, é difícil não lembrar de que o Sangue de Jesus nos aproxima (Ef 2.13) e nos torna participantes da “Família de Deus” (Ef 2.19). É difícil ignorar também o alto grau de intimidade que possuía a multidão de neófitos da Judéia, cuja generosidade e vida comum fazia com que não houvesse pobreza entre eles (At 4.35).

Provérbios 20.16

Aqui todas as versões apontam para estranho e estrangeiro.

(Apesar de que a primeira parte da RA apresenta apenas fiador por outrem; a NVI por sua vez apresenta estranho na primeira parte e mulher leviana na segunda).

Detalhe para essa variação de gênero na segunda parte do verso apresentado na ACF e na NVI.

A Versão Católica e uma das versões em Inglês (Basic English) entende fiador como aquele que responde por outrem. Isso mudaria tudo, inclusive nos versos anteriores.

Porém, não se pode concluir nada se apoiando apenas em textos do AT. Devemos ler, por exemplo, o texto de Ex 22 para compreender que o contexto a que se refere esses livros são completamente diferentes dos nossos. Naquela época se tomava um casaco de uma pessoa como forma de garantia de pagamento de uma dívida. Outra diferença ainda mais gritante é que Ex 22.25 proíbe a chamada Usura, que é a cobrança de juros sobre uma dívida ou empréstimo. Seria especialmente impossível viver hoje como nos tempos do AT pelo fato de o nosso sistema financeiro ser totalmente baseado em juros e taxas bancarias. Devemos, portanto, nos agarrar muito mais aos princípios gerais que podem ser extraídos do Novo Testamento.

Ainda assim, é bom lembrar que a Lei mosaica (que é a Lei dada diretamente por Deus para os filhos de Israel exatamente para que eles fossem diferentes das nações pagãs que lhe eram vizinhas) sempre buscava favorecer o endividado, obrigando, por exemplo, que o casaco fosse devolvido antes do fim do dia, para que o inadimplente não sofresse com o frio (Ex 22.26-27).

Os textos do AT devem, de alguma forma, apontar para a Nova Aliança, baseada muito menos em regras rígidas do que em princípios rígidos! Para mim, o maior princípio, é o dever de amarmos os irmãos de forma prática incluindo, se necessário, a esfera econômica. Isso é retirado de alguns trechos do livro de Atos e, principalmente, do texto de Tg 2.15-16, em que o autor tenta convencer a Igreja a praticar ações de amor em favor dos necessitados ao invés de espiritualizar essas situações.

É claro que se todos são pecadores Rm 3.23, nada me obriga a acreditar absolutamente na palavra de qualquer homem. Porem, o que importa mais é a necessidade de alguém que partilha da mesma fé, do mesmo batismo e da mesma mesa de comunhão (Santa Ceia). Uma pessoa ou uma família sem abrigo deveria ser um problema de toda a sua comunidade (igreja local) e deveria ser natural que os irmãos se esforçassem para suprir essa necessidade, ainda que isso tivesse um custo muito alto, como o valor de uma propriedade (At 4.34) ou como o valor da própria vida (2Co 8.5).

Entre os cristãos primitivos, ninguém considerava exclusivamente seu nada do que possuía (At 4.32) e isso os fazia viver uma comunhão que incluía a vida econômica de cada um. Na verdade, se entendemos que todos os dons só existem para serem desfrutados em um ambiente comunitário e não para a satisfação individual (1Co 12), e se entendermos também que Deus é o único dono toda a riqueza que há na Terra (1Cr 29.11,12), então, logicamente, entenderemos que nossos bens e propriedades não tem nenhuma função a não ser glorificar a Deus através de um uso santo e saudável que envolva sempre a esfera comunitária.

Tal concepção seria tão radical e tão contra-cultural nos das atuais, marcados pela individualidade extrema, que se fosse entendida e praticada em uma grande comunidade, chamaria a atenção de muitos não cristãos para uma nova mensagem, para uma boa noticia. E novas pessoas nos seriam acrescentadas quase que naturalmente. Enquanto não aprendemos isso, sigamos vergonhosamente nossos projetos evangelisticos.

Deus, perdoa-nos por termos esquecido esse amor.

Perdoa-me.
São Carlos - SP
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