Palavra do leitor
- 10 de outubro de 2007
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Qualquer semelhança, mera coincidência?
Assisti em DVD ao filme O Laririnto do Fauno, uma produção em parceria entre México/Espanha/EUA, de baixo orçamento (US$ 5 milhões), cujas filmagens ocorreram entre 11 de julho e 15 de outubro de 2005 e que ganhou, no Oscar 2007, 3 estatuetas: Direção de Arte, Fotografia e Maquiagem e ainda foi merecidamente indicado nas categorias de Filme Estrangeiro, de Roteiro Original e de Trilha Sonora.
O filme é classificado como suspense, mas mescla acontecimentos históricos e muita ficção, ao contar sobre a história de uma garota e sua mãe, que se mudam para uma região da Espanha onde ainda havia combates da Guerra Civil, lá pelos idos de 1944.
Em seus passeios pelo jardim da imensa mansão em que moravam, Ofélia, a menina, descobre um labirinto, a partir de um direcionamento dado por um tipo de inseto mutante (que às vezes se transforma em algo parecido com o personagem da fada "sininho", do filme Peter Pan), fazendo com que todo um mundo de fantasias fosse aberto, trazendo consequências para todos à sua volta.
É neste mundo de fantasia que existia a figura de um Fauno, um ser bípede, com aparência de monstro. Este ambiente é chamado de Mundo Subterrâneo, no qual o Fauno dizia existir a presença do "pai". A menina que faz as migrações do mundo real para o fictício, seria a princesa daquele reino que, muito tempo atrás, fugiu do labirinto, vindo a tornar-se humana e tendo reiniciado o ciclo biológico da vida em várias reencarnações. Estas lembranças passadas não lhe eram conhecidas.
Lá, o Fauno lhe diz da possibilidade dela reatar o seu vínculo espiritual, quebrado desde a fuga, que a tornou mortal e tendente ao sofrimento humano. Para isto, antes do surgir da próxima lua cheia, deveria cumprir três tarefas (bem difíceis por sinal!). A partir de então, percebi várias situações que me remetiam a algumas passagens bíblicas. Em uma das tarefas ela precisaria fazer um tipo de jejum ao entrar em contato num ambiente em que havia um grande banquete. Lá, havia um ser grotesco (semelhante a uma múmia), sentado numa cadeira, imóvel, como que sem vida, sem globo ocular, cujos olhos estavam postos numa bandeja.
A menina, ao olhar para a mesa (Eva um dia olhou para a árvore do conhecimento do bem e do mal!), não se conteve e, apesar de três insetos mutantes tentarem demovê-la daquela idéia, terminou comendo algumas uvas. Naquele momento, o ser monstruoso (talvez simbolizando o pecado) saiu da inércia, do estado de hibernação e, pegando os próprios olhos que estavam na bandeja, colocou-os, um em cada mão, levando-as (as mãos) ao rosto ("então foram abertos os olhos" - Gn 3.7a).
Momentos depois, aquele monstro imprimiu uma grande perseguição à menina, que conseguiu, através de um portal, voltar ao mundo real, quando sua mãe estava prestes a dar à luz a um menino. O Fauno, em contato posterior com a menina, indignou-se ao saber da sua desobediência ("E disse Deus à mulher: porque fizeste isto? - Gn 3.13a) e, assim, recomendou que a menina tomasse o seu irmão recém-nascido (a mãe morrera de parto) e o levasse ao Labirinto. Naquele lugar, ela recusou-se a oferecer o seu irmão em sacrifício, visto pelo Fauno dizia que precisava de um ser inocente para ser imolado (alguma semelhança com a pessoa de Jesus?).
Por fim, a menina foi ferida e caiu, com a mão estendida para um lugar onde havia água, onde o seu sangue verteu, completamente. E a lua cheia apareceu. Ali, a menina morreu. Depois surgiu diante da presença do pai, no reino "subterrâneo", e foi determinado a que sentasse ao Seu lado.
Considerações finais
É inegável a relação de alguns fatos presentes neste filme com algumas passagens bíblicas. Acredito que o seu roteirista, Guilhermo del Toro, tenha algum conhecimento bíblico. Entretanto, se de fato o possui, incluiu nas falas dos atores e no contexto geral do filme, vários erros doutrinários, a saber:
1)Reencarnação: Não há sustentação bíblica, em várias passagens contidas nos Antigo e Novo Testamento, para legitimar essa doutrina (Hebreus 9.27 nos diz: "aos homens está ordenado morrer uma só vez, depois disso segue-se o juízo").
2)O reino do Pai não é subterrâneo (escuro e sombrio, habitado por seres deforrnados e mutilados) e, sim, celestial, onde há luz, paz e vida.
3)Por ter desobedecido (ao comer as uvas), a menina não poderia se auto-redimir (ou redimir quem quer que seja, se foi esta a proposta do roteirista). Precisaria de alguém verdadeiramente inocente. No plano real, à luz do evangelho, Jesus, sem pecado, é que foi imolado, pela vontade do Pai (e não para se auto-redimir, mas para salvar a humanidade caída pelo pecado).
4)Quem está ao lado do "Pai" é o "Filho", visto que "em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12), "eis que vejo os céus abertos , e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus" (At 7.56).
O filme é classificado como suspense, mas mescla acontecimentos históricos e muita ficção, ao contar sobre a história de uma garota e sua mãe, que se mudam para uma região da Espanha onde ainda havia combates da Guerra Civil, lá pelos idos de 1944.
Em seus passeios pelo jardim da imensa mansão em que moravam, Ofélia, a menina, descobre um labirinto, a partir de um direcionamento dado por um tipo de inseto mutante (que às vezes se transforma em algo parecido com o personagem da fada "sininho", do filme Peter Pan), fazendo com que todo um mundo de fantasias fosse aberto, trazendo consequências para todos à sua volta.
É neste mundo de fantasia que existia a figura de um Fauno, um ser bípede, com aparência de monstro. Este ambiente é chamado de Mundo Subterrâneo, no qual o Fauno dizia existir a presença do "pai". A menina que faz as migrações do mundo real para o fictício, seria a princesa daquele reino que, muito tempo atrás, fugiu do labirinto, vindo a tornar-se humana e tendo reiniciado o ciclo biológico da vida em várias reencarnações. Estas lembranças passadas não lhe eram conhecidas.
Lá, o Fauno lhe diz da possibilidade dela reatar o seu vínculo espiritual, quebrado desde a fuga, que a tornou mortal e tendente ao sofrimento humano. Para isto, antes do surgir da próxima lua cheia, deveria cumprir três tarefas (bem difíceis por sinal!). A partir de então, percebi várias situações que me remetiam a algumas passagens bíblicas. Em uma das tarefas ela precisaria fazer um tipo de jejum ao entrar em contato num ambiente em que havia um grande banquete. Lá, havia um ser grotesco (semelhante a uma múmia), sentado numa cadeira, imóvel, como que sem vida, sem globo ocular, cujos olhos estavam postos numa bandeja.
A menina, ao olhar para a mesa (Eva um dia olhou para a árvore do conhecimento do bem e do mal!), não se conteve e, apesar de três insetos mutantes tentarem demovê-la daquela idéia, terminou comendo algumas uvas. Naquele momento, o ser monstruoso (talvez simbolizando o pecado) saiu da inércia, do estado de hibernação e, pegando os próprios olhos que estavam na bandeja, colocou-os, um em cada mão, levando-as (as mãos) ao rosto ("então foram abertos os olhos" - Gn 3.7a).
Momentos depois, aquele monstro imprimiu uma grande perseguição à menina, que conseguiu, através de um portal, voltar ao mundo real, quando sua mãe estava prestes a dar à luz a um menino. O Fauno, em contato posterior com a menina, indignou-se ao saber da sua desobediência ("E disse Deus à mulher: porque fizeste isto? - Gn 3.13a) e, assim, recomendou que a menina tomasse o seu irmão recém-nascido (a mãe morrera de parto) e o levasse ao Labirinto. Naquele lugar, ela recusou-se a oferecer o seu irmão em sacrifício, visto pelo Fauno dizia que precisava de um ser inocente para ser imolado (alguma semelhança com a pessoa de Jesus?).
Por fim, a menina foi ferida e caiu, com a mão estendida para um lugar onde havia água, onde o seu sangue verteu, completamente. E a lua cheia apareceu. Ali, a menina morreu. Depois surgiu diante da presença do pai, no reino "subterrâneo", e foi determinado a que sentasse ao Seu lado.
Considerações finais
É inegável a relação de alguns fatos presentes neste filme com algumas passagens bíblicas. Acredito que o seu roteirista, Guilhermo del Toro, tenha algum conhecimento bíblico. Entretanto, se de fato o possui, incluiu nas falas dos atores e no contexto geral do filme, vários erros doutrinários, a saber:
1)Reencarnação: Não há sustentação bíblica, em várias passagens contidas nos Antigo e Novo Testamento, para legitimar essa doutrina (Hebreus 9.27 nos diz: "aos homens está ordenado morrer uma só vez, depois disso segue-se o juízo").
2)O reino do Pai não é subterrâneo (escuro e sombrio, habitado por seres deforrnados e mutilados) e, sim, celestial, onde há luz, paz e vida.
3)Por ter desobedecido (ao comer as uvas), a menina não poderia se auto-redimir (ou redimir quem quer que seja, se foi esta a proposta do roteirista). Precisaria de alguém verdadeiramente inocente. No plano real, à luz do evangelho, Jesus, sem pecado, é que foi imolado, pela vontade do Pai (e não para se auto-redimir, mas para salvar a humanidade caída pelo pecado).
4)Quem está ao lado do "Pai" é o "Filho", visto que "em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12), "eis que vejo os céus abertos , e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus" (At 7.56).
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