Palavra do leitor
- 30 de janeiro de 2007
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Por que Jesus não riu?
- Por que Jesus nunca riu, pastor?
- De onde você tirou isso, meu irmão?
- Na minha Bíblia está escrito que Jesus chorou, mas não tem nada sobre "Jesus riu".
- Não tem nada mesmo, é verdade. Mas isso não significa que ele nunca riu.
- Mas pastor, um diácono já me falou que Jesus nunca riu.
- Por que você está tão preocupado com isso? O importante é que Jesus curou, pregou, morreu e ressuscitou. Vamos nos concentrar nisso, né, irmão!
Os dois se entreolharam, o suficiente para ambos perceberem o quão pouco conheciam daquele homem, que chamavam de Senhor. O pastor aproveitou a dúvida do irmão para estudar o tema, ler os comentários e preparar mais um esboço de pregação. O irmão curioso, por sua vez, se deu a uma leitura mais atenciosa da Bíblia, dos Evangelhos, para ver se não tinha deixado escapar algum detalhe. Tentou também questionar outros e chegou até mesmo a perguntar ao próprio Deus, em oração, sem receber alguma resposta mais convincente.
Quando o pastor trouxe aquele tema em uma pregação de domingo, aquele irmão se sentiu totalmente constrangido. Tinha a impressão de que o sermão era só para ele. Mas depois ficou mais à vontade, quando ouviu que esta dúvida já tinha despertado, em outras ocasiões, o interesse de outras pessoas.
A risada é algo normalmente associada ao diabo. A famosa "risada diabólica". Ou a expressão, o "diabo tá dando risadas" disto ou daquilo. A Bíblia diz que bem aventurados são os que choram, e adverte, ai de vós que agora rides. A dúvida do irmão era contudo legítima, visto que o riso, por outro lado, é parte natural da vida, e diga-se de passagem uma das melhores. Expressão de uma emoção tão humana e gostosa, o riso pode ser tão puro e cheio de significado como o riso de uma criança. Ou surgir no rosto de um idoso, que se esquece de suas armaguras e se deleita num momento inusitado. O riso de jovens apaixonados é cheio de vida. Ou cheio de energia como o de um adulto que conquista algo pelo qual lutou ano após ano, como por exemplo, a conversão de um parente querido, que se via longe de Deus. Nesse caso, diz a Bíblia, há uma verdadeira festa nos céus (estamos obviamente falando de uma conversão genuína, não de um simples levantar da mão em um apelo ou de uma oração de entrega repetida, que alegram mais as estatísticas denominacionais do que os céus).
O brasileiro, um povo alegre, sofre para conseguir convencer o mundo e a si mesmo de sua seriedade em meio às suas risadas festivas. Talvez esse fosse o dilema daquele irmão, como ser um cristão sério e ao mesmo tempo alegre? Como sorrir e ao mesmo tempo franzir a testa? Uma natureza rica e exuberante em uma sociedade decadente e corrompida. Tanta violência, tanta injustiça, tanta pilantragem... tanta beleza, tanto ritmo, tanta solidariedade... tantas crianças, tantas conversões... tanto espiritismo, tanto catolicismo, tanto evangelicalismo... fartura de um lado, miséria do outro. Será que o Senhor ri do Brasil, ou será que ele chora?
Depois do culto, o pastor cumprimentou aquele irmão. Sem palavras, os dois novamene se entreolharam. Como que olhando em um espelho, eles perceberam, no olhar do outro, que certas coisas não foram reveladas a sábios nem a entendidos, mas aos pequeninos. E se abraçaram calorosamente e deram juntos boas e altas risadas. Porque, de repente, para eles não existia nada mais importante do que o riso de Jesus.
- De onde você tirou isso, meu irmão?
- Na minha Bíblia está escrito que Jesus chorou, mas não tem nada sobre "Jesus riu".
- Não tem nada mesmo, é verdade. Mas isso não significa que ele nunca riu.
- Mas pastor, um diácono já me falou que Jesus nunca riu.
- Por que você está tão preocupado com isso? O importante é que Jesus curou, pregou, morreu e ressuscitou. Vamos nos concentrar nisso, né, irmão!
Os dois se entreolharam, o suficiente para ambos perceberem o quão pouco conheciam daquele homem, que chamavam de Senhor. O pastor aproveitou a dúvida do irmão para estudar o tema, ler os comentários e preparar mais um esboço de pregação. O irmão curioso, por sua vez, se deu a uma leitura mais atenciosa da Bíblia, dos Evangelhos, para ver se não tinha deixado escapar algum detalhe. Tentou também questionar outros e chegou até mesmo a perguntar ao próprio Deus, em oração, sem receber alguma resposta mais convincente.
Quando o pastor trouxe aquele tema em uma pregação de domingo, aquele irmão se sentiu totalmente constrangido. Tinha a impressão de que o sermão era só para ele. Mas depois ficou mais à vontade, quando ouviu que esta dúvida já tinha despertado, em outras ocasiões, o interesse de outras pessoas.
A risada é algo normalmente associada ao diabo. A famosa "risada diabólica". Ou a expressão, o "diabo tá dando risadas" disto ou daquilo. A Bíblia diz que bem aventurados são os que choram, e adverte, ai de vós que agora rides. A dúvida do irmão era contudo legítima, visto que o riso, por outro lado, é parte natural da vida, e diga-se de passagem uma das melhores. Expressão de uma emoção tão humana e gostosa, o riso pode ser tão puro e cheio de significado como o riso de uma criança. Ou surgir no rosto de um idoso, que se esquece de suas armaguras e se deleita num momento inusitado. O riso de jovens apaixonados é cheio de vida. Ou cheio de energia como o de um adulto que conquista algo pelo qual lutou ano após ano, como por exemplo, a conversão de um parente querido, que se via longe de Deus. Nesse caso, diz a Bíblia, há uma verdadeira festa nos céus (estamos obviamente falando de uma conversão genuína, não de um simples levantar da mão em um apelo ou de uma oração de entrega repetida, que alegram mais as estatísticas denominacionais do que os céus).
O brasileiro, um povo alegre, sofre para conseguir convencer o mundo e a si mesmo de sua seriedade em meio às suas risadas festivas. Talvez esse fosse o dilema daquele irmão, como ser um cristão sério e ao mesmo tempo alegre? Como sorrir e ao mesmo tempo franzir a testa? Uma natureza rica e exuberante em uma sociedade decadente e corrompida. Tanta violência, tanta injustiça, tanta pilantragem... tanta beleza, tanto ritmo, tanta solidariedade... tantas crianças, tantas conversões... tanto espiritismo, tanto catolicismo, tanto evangelicalismo... fartura de um lado, miséria do outro. Será que o Senhor ri do Brasil, ou será que ele chora?
Depois do culto, o pastor cumprimentou aquele irmão. Sem palavras, os dois novamene se entreolharam. Como que olhando em um espelho, eles perceberam, no olhar do outro, que certas coisas não foram reveladas a sábios nem a entendidos, mas aos pequeninos. E se abraçaram calorosamente e deram juntos boas e altas risadas. Porque, de repente, para eles não existia nada mais importante do que o riso de Jesus.
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