Palavra do leitor
- 26 de janeiro de 2019
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Por que Deus não fez nada, em Brumadinho?
Por que Deus não fez nada, em Brumadinho?
‘’Se lermos a bíblia como uma fuga, não passaremos de cultuadores de bizarrices e afrontas, da realidade e de seus eventos’’.
1 REIS 19. 11, 12 - O Senhor lhe disse: "Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar". Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.
O por qual motivo Deus não fez nada, em Brumadinho, situado em Minas Gerais, com o rompimento de uma barragem e, até o presente momento, há um contingente considerável de desaparecidos, de mortos e vítimas resgatadas, em estado grave? Para muitos, pode parecer proposital e certo oportunismo, por enquanto, filio-me a finalidade de, a partir do texto de 1 Reis 19. 11,12, estabelecer uma leitura, ao mesmo tempo, ousada e sem ser movida por um discurso evasivo e fatalista. Sem sombra de dúvida, ecos surgem ou podem surgir, de um e de outro lado, no que toca a perguntar:
- Onde estava Deus, o por qual motivo permitiu isso, qual a razão de mais uma tragédia, com inocentes vidas humanas atingidas implacavelmente?
Não poderia ser diferente, em meio a esse episódio, ao qual nos faz reviver o ocorrido em Mariana, também em Minas Gerais, ouço os ecos do fatalismo, de uma punição e castigo, por meio da lama, tristemente. É bem verdade, arriscamos andar por esses trilhos e nos conformamos com certa lógica, pelo qual os bons, os corretos, os certos, os justos são poupados e outros não. Agora, entre os desaparecidos não havia, simplesmente, gente, como eu e você? Destarte, não seria uma afronta ao Deus bíblico, personificado em Jesus Cristo, compromissado e comprometido a promover a vida, a justiça voltada a restaurar e reconciliar, a misericórdia, a compaixão, a bondade, a dignidade e o respeito, como valores cardeais inegociáveis? Sinceramente, nos meandros de tais considerações, expressamente, ficamos num beco sem saída e nos encontramos com um Deus inseguro, de humor mutável, como se estivesse marcado por uma bipolaridade - de esse eu quero bem e, aquele, eu quero mal.
Ora, cadê os seus profetas, os revelacionistas, os gurus, os adivinhadores e, ainda, ouvimos os ecos desumanos de ser o resultado, os efeitos e as consequências do pecado, da dureza dos corações e da maldade humana. Vou adiante, então, qual a serventia de uma fé dessas, de cultuar um Deus de opiniões e opções de bem te quero e mal te quero, que se torna conivente com catástrofes, tragédias, genocídios, calamidades e violências de todas as espécies? Deveras, o texto de 1 Reis 19. 11,12 não deixa nenhuma margem de dúvida, em outras palavras, o Deus criador responsável, de maneira alguma, se alinha aos cenários de anomalias, de mazelas, de dissabores e situações de desfiguração do ser humano.
Evidentemente, vírus, bactérias, disfunções e outros aspectos podem desencadear doenças degenerativas, mortais e protagonistas de dores. De modo simultâneo, a natureza segue uma dinâmica, um modo de ser, uma forma toda sua e, muitas vezes, a cobiça e a sede virulenta por expandir divisas provocam impactos não esperados e com cicatrizes irreversíveis, em muitos. Mesmo com essas colocações, não chegamos a uma resposta aceitável, o por qual motivo Deus não fez nada: em Brumadinho, nos campos de contração (durante a segunda mundial, com mais de seis milhões de judeus exterminados), em Mariana, nas chacinas coletivas e em toda uma pletora de retratos que nos envergonham, como seres racionais, de imaginação, de sonhos, de ideais e ideias, de afetos e emoções? Por ora, não tenho uma resposta, muito embora a natureza apresente uma forma de ser, como não estamos imunes (a vírus, a bactérias).
De certo, posso dizer o Deus inclinado a se apresentar aos abatidos, das mais amplas e diversas posturas (os voluntários, os bombeiros e todos os profissionais, neste momento, entrelaçados, ali, a apoiar, a ajudar e a ser um ombro, como se fosse uma nascente para o fluir das lágrimas de corações estilhaçados), isto sem falar todos aqueles atingidos, direta ou indiretamente. Enfim, não venho negar temas referentes a onisciência, a onipresença, a onipotência, a soberania de Deus, todavia, arrisco mergulhar no Deus ser humano Jesus Cristo, ao qual desceu para lavar os pés da humanidade e, neste momento, os pés de famílias, de vidas, profundamente, abaladas.
‘’Se lermos a bíblia como uma fuga, não passaremos de cultuadores de bizarrices e afrontas, da realidade e de seus eventos’’.
1 REIS 19. 11, 12 - O Senhor lhe disse: "Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar". Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.
O por qual motivo Deus não fez nada, em Brumadinho, situado em Minas Gerais, com o rompimento de uma barragem e, até o presente momento, há um contingente considerável de desaparecidos, de mortos e vítimas resgatadas, em estado grave? Para muitos, pode parecer proposital e certo oportunismo, por enquanto, filio-me a finalidade de, a partir do texto de 1 Reis 19. 11,12, estabelecer uma leitura, ao mesmo tempo, ousada e sem ser movida por um discurso evasivo e fatalista. Sem sombra de dúvida, ecos surgem ou podem surgir, de um e de outro lado, no que toca a perguntar:
- Onde estava Deus, o por qual motivo permitiu isso, qual a razão de mais uma tragédia, com inocentes vidas humanas atingidas implacavelmente?
Não poderia ser diferente, em meio a esse episódio, ao qual nos faz reviver o ocorrido em Mariana, também em Minas Gerais, ouço os ecos do fatalismo, de uma punição e castigo, por meio da lama, tristemente. É bem verdade, arriscamos andar por esses trilhos e nos conformamos com certa lógica, pelo qual os bons, os corretos, os certos, os justos são poupados e outros não. Agora, entre os desaparecidos não havia, simplesmente, gente, como eu e você? Destarte, não seria uma afronta ao Deus bíblico, personificado em Jesus Cristo, compromissado e comprometido a promover a vida, a justiça voltada a restaurar e reconciliar, a misericórdia, a compaixão, a bondade, a dignidade e o respeito, como valores cardeais inegociáveis? Sinceramente, nos meandros de tais considerações, expressamente, ficamos num beco sem saída e nos encontramos com um Deus inseguro, de humor mutável, como se estivesse marcado por uma bipolaridade - de esse eu quero bem e, aquele, eu quero mal.
Ora, cadê os seus profetas, os revelacionistas, os gurus, os adivinhadores e, ainda, ouvimos os ecos desumanos de ser o resultado, os efeitos e as consequências do pecado, da dureza dos corações e da maldade humana. Vou adiante, então, qual a serventia de uma fé dessas, de cultuar um Deus de opiniões e opções de bem te quero e mal te quero, que se torna conivente com catástrofes, tragédias, genocídios, calamidades e violências de todas as espécies? Deveras, o texto de 1 Reis 19. 11,12 não deixa nenhuma margem de dúvida, em outras palavras, o Deus criador responsável, de maneira alguma, se alinha aos cenários de anomalias, de mazelas, de dissabores e situações de desfiguração do ser humano.
Evidentemente, vírus, bactérias, disfunções e outros aspectos podem desencadear doenças degenerativas, mortais e protagonistas de dores. De modo simultâneo, a natureza segue uma dinâmica, um modo de ser, uma forma toda sua e, muitas vezes, a cobiça e a sede virulenta por expandir divisas provocam impactos não esperados e com cicatrizes irreversíveis, em muitos. Mesmo com essas colocações, não chegamos a uma resposta aceitável, o por qual motivo Deus não fez nada: em Brumadinho, nos campos de contração (durante a segunda mundial, com mais de seis milhões de judeus exterminados), em Mariana, nas chacinas coletivas e em toda uma pletora de retratos que nos envergonham, como seres racionais, de imaginação, de sonhos, de ideais e ideias, de afetos e emoções? Por ora, não tenho uma resposta, muito embora a natureza apresente uma forma de ser, como não estamos imunes (a vírus, a bactérias).
De certo, posso dizer o Deus inclinado a se apresentar aos abatidos, das mais amplas e diversas posturas (os voluntários, os bombeiros e todos os profissionais, neste momento, entrelaçados, ali, a apoiar, a ajudar e a ser um ombro, como se fosse uma nascente para o fluir das lágrimas de corações estilhaçados), isto sem falar todos aqueles atingidos, direta ou indiretamente. Enfim, não venho negar temas referentes a onisciência, a onipresença, a onipotência, a soberania de Deus, todavia, arrisco mergulhar no Deus ser humano Jesus Cristo, ao qual desceu para lavar os pés da humanidade e, neste momento, os pés de famílias, de vidas, profundamente, abaladas.
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