Palavra do leitor
- 08 de julho de 2011
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O progresso e o reino de Deus - uma avaliação da Teologia da Crise de Emil Brunner
Neste comentário estaremos analisando de forma sintética a abordagem que o teólogo suíço Emil Brunner faz sobre a tensão que existe entre o sonho de progresso da humanidade e o Reino de Deus. Sua abordagem faz parte da série de palestras que ministrou em 1928 nos Estados Unidos, e que culminou com a publicação do livro “Teologia da Crise.
A tese principal de Brunner no capítulo em questão é mostrar que o tão almejado progresso do homem, em que este vai adquirindo conhecimento com o transcorrer do tempo e, assim tornando-se melhor, não passa de uma ideologia irreal. Para isto Brunner apresenta que a ordem esperada não virá do homem e sim do Deus do Antigo e Novo Testamentos.
O progresso e o reino de Deus
Emil Brunner, destaca que a evolução tem sido dominante nos Estados Unidos. Uma evolução sob a perspectiva naturalista, representada que está nas teorias da causalidade e da relação natural, e a perspectiva idealista, representada no esquema hegeliano.
Esta idéia de evolução nada mais é que o sonho de progresso do homem. O homem acredita que pode progredir tornando-se cada vez melhor podendo assim viver à altura dos mais nobres ideais.
No entanto, Emil Brunner, salienta que esta expectativa de uma imanência crescente no homem, onde cada vez mais ele toma consciência de si, de seus desafios e potencialidades e propõe uma busca pela concretização da instauração definitiva do bem supremo, não é real, pois não leva em conta a natureza pecaminosa do homem.
Apesar da consciência e da luta pela melhoria da sociedade, o homem é escravo do pecado e qualquer tentativa empírica de promoção das virtudes neste século, não se conseguirá chegar a este lugar sem que o pecado também esteja presente. O pecado acompanha o homem. As ações mais propositivas na restrição do mal estão acompanhadas pela presença marcante do pecado.
Bem, se o pecado é uma má notícia entre nós e todos os esforços em alcançar um bem são inúteis, visto que a mácula do pecado sempre estará presente, o que, então, podemos fazer? Qual seria a expectativa da humanidade? Brunner pontifica que as Escrituras Sagradas tem algo a dizer quanto à ordem no caos que o Senhor pretende estabelecer.
Brunner declara que no Antigo Testamento, por exemplo, Deus se revela e investe no homem à despeito do caráter deste. Não é a melhora do homem que atrai Deus. É o Deus do Antigo Testamento que atrai o homem caótico, confuso e debilitado para Si. O Antigo Testamento apresenta um Deus que entra na história humana e lhe apresenta um rumo, uma direção. A graça de Deus só faz sentido porque é um favor, um bem, uma ação de Deus em direção a homens dignos de repúdio. A graça não é manifestação da imanência e sim da transcendência. Deus eterno, santo, poderoso decide compartilhar sua vida, seus planos, conosco. O Reino de Deus vem, mas não por força ou mérito do homem, mas porque o Rei resolveu abrir as portas de seus palácios para que bêbados e vagabundos entrassem e sentassem à mesa com Ele.
O progresso e o Reino no Novo Testamento
Diferentemente do que muitos liberais e conservadores, pós-milenistas afirmam, o Novo Testamento não traz nenhuma expectação de uma melhora no homem que venha, por conseguinte, aperfeiçoar o cosmos. “O oposto que é verdadeiro”, diz Brunner, pois, de acordo com a linguagem escatológica empregada no Novo Testamento, “os últimos tempos serão os mais terríveis. Nenhum progresso lento é esperado pelo qual forças do mal serão subjugadas”. Portanto, por mais que haja avanços tecnológicos, melhorias no nível de vida, índices favoráveis de educação e avanços significativos nas questões humanitárias, também é verdade que a “iniquidade tem multiplicado”; o amor esfriado e a apostasia está acontecendo.
Para os escritores do Novo Testamento o Reino de Deus, tão esperado, não virá gradualmente, à medida que o homem avançar, mas através de Jesus Cristo que inaugurou o Reino. Entretanto, este Reino inaugurado só pode ser visto, vivido e celebrado pela fé e não pelos sentidos. Apesar disto os efeitos deste Reino podem ser percebidos na Terra, mas não geograficamente, como uma teocracia temporal. O Reino de Deus, inaugurado por Cristo, coloca a criação em ordem, ainda que não plenamente nesta presente era. A nova vida, pode ser vista naqueles que se apoderaram e que foram apoderados pelo Reino.
Longe, então, do Reino de Deus ser o cumprimento da progressão do homem, é a dinâmica do Espírito que entra neste tempo e espaço e propõe uma nova existência. Esta existência à seu tempo será plenamente revelada, porém no momento pode-se perceber sua presença entre nós. Ou seja, o caos não é para sempre, mas seu fim não depende de nós. É Jesus Cristo quem dá o golpe final e estabelece, através de seu Reino, a nova vida, o novo céu, a nova terra e as pisadas do novo homem.
Continua no próximo artigo....
A tese principal de Brunner no capítulo em questão é mostrar que o tão almejado progresso do homem, em que este vai adquirindo conhecimento com o transcorrer do tempo e, assim tornando-se melhor, não passa de uma ideologia irreal. Para isto Brunner apresenta que a ordem esperada não virá do homem e sim do Deus do Antigo e Novo Testamentos.
O progresso e o reino de Deus
Emil Brunner, destaca que a evolução tem sido dominante nos Estados Unidos. Uma evolução sob a perspectiva naturalista, representada que está nas teorias da causalidade e da relação natural, e a perspectiva idealista, representada no esquema hegeliano.
Esta idéia de evolução nada mais é que o sonho de progresso do homem. O homem acredita que pode progredir tornando-se cada vez melhor podendo assim viver à altura dos mais nobres ideais.
No entanto, Emil Brunner, salienta que esta expectativa de uma imanência crescente no homem, onde cada vez mais ele toma consciência de si, de seus desafios e potencialidades e propõe uma busca pela concretização da instauração definitiva do bem supremo, não é real, pois não leva em conta a natureza pecaminosa do homem.
Apesar da consciência e da luta pela melhoria da sociedade, o homem é escravo do pecado e qualquer tentativa empírica de promoção das virtudes neste século, não se conseguirá chegar a este lugar sem que o pecado também esteja presente. O pecado acompanha o homem. As ações mais propositivas na restrição do mal estão acompanhadas pela presença marcante do pecado.
Bem, se o pecado é uma má notícia entre nós e todos os esforços em alcançar um bem são inúteis, visto que a mácula do pecado sempre estará presente, o que, então, podemos fazer? Qual seria a expectativa da humanidade? Brunner pontifica que as Escrituras Sagradas tem algo a dizer quanto à ordem no caos que o Senhor pretende estabelecer.
Brunner declara que no Antigo Testamento, por exemplo, Deus se revela e investe no homem à despeito do caráter deste. Não é a melhora do homem que atrai Deus. É o Deus do Antigo Testamento que atrai o homem caótico, confuso e debilitado para Si. O Antigo Testamento apresenta um Deus que entra na história humana e lhe apresenta um rumo, uma direção. A graça de Deus só faz sentido porque é um favor, um bem, uma ação de Deus em direção a homens dignos de repúdio. A graça não é manifestação da imanência e sim da transcendência. Deus eterno, santo, poderoso decide compartilhar sua vida, seus planos, conosco. O Reino de Deus vem, mas não por força ou mérito do homem, mas porque o Rei resolveu abrir as portas de seus palácios para que bêbados e vagabundos entrassem e sentassem à mesa com Ele.
O progresso e o Reino no Novo Testamento
Diferentemente do que muitos liberais e conservadores, pós-milenistas afirmam, o Novo Testamento não traz nenhuma expectação de uma melhora no homem que venha, por conseguinte, aperfeiçoar o cosmos. “O oposto que é verdadeiro”, diz Brunner, pois, de acordo com a linguagem escatológica empregada no Novo Testamento, “os últimos tempos serão os mais terríveis. Nenhum progresso lento é esperado pelo qual forças do mal serão subjugadas”. Portanto, por mais que haja avanços tecnológicos, melhorias no nível de vida, índices favoráveis de educação e avanços significativos nas questões humanitárias, também é verdade que a “iniquidade tem multiplicado”; o amor esfriado e a apostasia está acontecendo.
Para os escritores do Novo Testamento o Reino de Deus, tão esperado, não virá gradualmente, à medida que o homem avançar, mas através de Jesus Cristo que inaugurou o Reino. Entretanto, este Reino inaugurado só pode ser visto, vivido e celebrado pela fé e não pelos sentidos. Apesar disto os efeitos deste Reino podem ser percebidos na Terra, mas não geograficamente, como uma teocracia temporal. O Reino de Deus, inaugurado por Cristo, coloca a criação em ordem, ainda que não plenamente nesta presente era. A nova vida, pode ser vista naqueles que se apoderaram e que foram apoderados pelo Reino.
Longe, então, do Reino de Deus ser o cumprimento da progressão do homem, é a dinâmica do Espírito que entra neste tempo e espaço e propõe uma nova existência. Esta existência à seu tempo será plenamente revelada, porém no momento pode-se perceber sua presença entre nós. Ou seja, o caos não é para sempre, mas seu fim não depende de nós. É Jesus Cristo quem dá o golpe final e estabelece, através de seu Reino, a nova vida, o novo céu, a nova terra e as pisadas do novo homem.
Continua no próximo artigo....
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