Palavra do leitor
- 03 de abril de 2008
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João, o apóstolo do amor e da verdade
Em sua Segunda Epístola, o apóstolo João faz uma exaltação ao amor, mas também à verdade. Somente nos quatro primeiros versículos, a palavra "verdade" aparece cinco vezes. É bom lembrar que se trata de um livro de apenas treze versículos, o que ressalta a importância da verdade nesse texto joanino.
Escrevendo à "senhora eleita e aos seus filhos" (v. 1) como quem escreve a uma igreja estimada, João diz que os ama "na verdade", assim como aqueles que conhecem a verdade igualmente amam a senhora e seus filhos. Esse amor procede da verdade permanente ["que permanece em nós"] e envolvente [e conosco estará para sempre], conforme os vv. 1,2.
Na saudação, o apóstolo une mais uma vez a verdade e o amor, dizendo que a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e do Seu Filho Jesus Cristo estarão conosco "em verdade e amor" (v.3). A alegria do presbítero João (v. 1,4) é ver que os crentes daquela igreja vivem na verdade, de acordo com o mandamento recebido do Pai (v.4).
Reforçando o mandamento do amor, o apóstolo faz uma afirmação muito rica: o amor de uns para com os outros é o mandamento recebido desde o princípio, e este amor consiste em andar segundo os mandamentos que recebemos do Pai. E, mais uma vez, num ciclo, o apóstolo diz que esse mandamento é o amor. Dessa forma, devo amar porque é um mandamento. E o amor é obedecer aos mandamentos, que se resumem no amor (vv. 5,6). Longe de ser tautológico, João afirma simplesmente que o fundamento da Lei de Deus é o amor, algo que Paulo trabalhou muito bem em Romanos, culminando com a frase: "o cumprimento da lei é o amor" (13.10).
Em seguida, o apóstolo João se refere à extrema necessidade de confessar a Jesus como tendo vindo em carne (v. 7), e recomenda firmemente a observância da doutrina de Cristo (vv. 9-11). Para João, quem não ensina a doutrina do Cristo encarnado é enganador e anticristo (v. 7). Ele não mede palavras. Considera até mesmo que a desatenção à doutrina da encarnação de Cristo compromete a conquista de "completo galardão" (v. 8). E mais: não tem a Deus quem "ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece" (v. 9). É importante permanecer na doutrina para ser ligado ao Pai e ao Filho (v. 9).
João é muito claro: a doutrina quanto à pessoa e obra de Cristo é fundamental. De maneira que alguns podem achar deselegante, João exorta a que não recebamos em casa pessoas que não trazem "esta doutrina" (v. 10). Não é sequer para fazer uma saudação (v. 10), dado o perigo de compactuar com o ensino herético (v. 11). É digno de nota que essas admoestações tenham saído da pena do chamado "apóstolo do amor". Com efeito, o amor cristão não é mero sentimento nem característica individual, mas uma ordem. A Bíblia está repleta de exortações ao amor, desde a Torah até o Apocalipse.
Ao mesmo tempo, e sem conflito, é necessário apegar-se à verdade. Atualmente, alguns teólogos e líderes evangélicos andam ensinando uma espécie de amor que mitiga a verdade, como se houvesse uma incompatibilidade entre ambas as virtudes. Acham que a doutrina da Graça permite a manutenção de uma vida de pecado, ou que não existe verdade absoluta, pois "Deus é amor". É preciso entender que Jesus é o caminho e a vida, mas também é a verdade. Jesus é a verdade, e foi essa verdade que nos libertou (Jo 8.32,36).
Transigir na seara doutrinária não é um bom caminho. Os relativistas teológicos deveriam refletir mais sobre as conseqüências de suas idéias na espiritualidade dos cristãos que os escutam e lêem.
Precisamos, sim, de confissões de fé. Precisamos de referenciais. Precisamos de absolutos, ao menos naquilo que é a base de nossa Fé.
João, o apóstolo, não viu oposição entre o amor e a verdade. Por que eu, então, faria diferente?
Escrevendo à "senhora eleita e aos seus filhos" (v. 1) como quem escreve a uma igreja estimada, João diz que os ama "na verdade", assim como aqueles que conhecem a verdade igualmente amam a senhora e seus filhos. Esse amor procede da verdade permanente ["que permanece em nós"] e envolvente [e conosco estará para sempre], conforme os vv. 1,2.
Na saudação, o apóstolo une mais uma vez a verdade e o amor, dizendo que a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e do Seu Filho Jesus Cristo estarão conosco "em verdade e amor" (v.3). A alegria do presbítero João (v. 1,4) é ver que os crentes daquela igreja vivem na verdade, de acordo com o mandamento recebido do Pai (v.4).
Reforçando o mandamento do amor, o apóstolo faz uma afirmação muito rica: o amor de uns para com os outros é o mandamento recebido desde o princípio, e este amor consiste em andar segundo os mandamentos que recebemos do Pai. E, mais uma vez, num ciclo, o apóstolo diz que esse mandamento é o amor. Dessa forma, devo amar porque é um mandamento. E o amor é obedecer aos mandamentos, que se resumem no amor (vv. 5,6). Longe de ser tautológico, João afirma simplesmente que o fundamento da Lei de Deus é o amor, algo que Paulo trabalhou muito bem em Romanos, culminando com a frase: "o cumprimento da lei é o amor" (13.10).
Em seguida, o apóstolo João se refere à extrema necessidade de confessar a Jesus como tendo vindo em carne (v. 7), e recomenda firmemente a observância da doutrina de Cristo (vv. 9-11). Para João, quem não ensina a doutrina do Cristo encarnado é enganador e anticristo (v. 7). Ele não mede palavras. Considera até mesmo que a desatenção à doutrina da encarnação de Cristo compromete a conquista de "completo galardão" (v. 8). E mais: não tem a Deus quem "ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece" (v. 9). É importante permanecer na doutrina para ser ligado ao Pai e ao Filho (v. 9).
João é muito claro: a doutrina quanto à pessoa e obra de Cristo é fundamental. De maneira que alguns podem achar deselegante, João exorta a que não recebamos em casa pessoas que não trazem "esta doutrina" (v. 10). Não é sequer para fazer uma saudação (v. 10), dado o perigo de compactuar com o ensino herético (v. 11). É digno de nota que essas admoestações tenham saído da pena do chamado "apóstolo do amor". Com efeito, o amor cristão não é mero sentimento nem característica individual, mas uma ordem. A Bíblia está repleta de exortações ao amor, desde a Torah até o Apocalipse.
Ao mesmo tempo, e sem conflito, é necessário apegar-se à verdade. Atualmente, alguns teólogos e líderes evangélicos andam ensinando uma espécie de amor que mitiga a verdade, como se houvesse uma incompatibilidade entre ambas as virtudes. Acham que a doutrina da Graça permite a manutenção de uma vida de pecado, ou que não existe verdade absoluta, pois "Deus é amor". É preciso entender que Jesus é o caminho e a vida, mas também é a verdade. Jesus é a verdade, e foi essa verdade que nos libertou (Jo 8.32,36).
Transigir na seara doutrinária não é um bom caminho. Os relativistas teológicos deveriam refletir mais sobre as conseqüências de suas idéias na espiritualidade dos cristãos que os escutam e lêem.
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