Palavra do leitor
- 11 de setembro de 2014
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Fé e Democracia
Há muito que os cristãos debatem o tema Fé versus Política. Em época de eleições, o tema invariavelmente vem à tona. Aproveitando o ensejo, vou falar sobre Fé e Democracia.
Na Escola, nas aulas de História, estudamos um pouco sobre a Democracia. Aprendemos que esse tipo de governo foi instituído na Grécia Antiga e que o termo teve sua origem na língua helênica, formado por dois radicais: demos, que significa povo, e kratos, que é poder. Daí surge democracia, o governo do povo. Além disso, ouvimos que a definição de democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo*.
Nesse ponto, o leitor deve estar imaginando ler um arrazoado sobre a fé, ou talvez, mais precisamente, sobre a posição do cristão perante a política, o que seria bastante pertinente no momento atual. Mas, não vou falar exatamente sobre esse assunto, e sim, aproveitar e fazer um paralelo com a vida cristã.
Nos dias atuais, parece que a igreja tomou emprestado o termo que mencionei acima e criou uma nova definição para o Evangelho. Se a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, muitos líderes cristãos têm criado o Evangelho do homem, pelo homem e para o homem.
Na democracia, o governo é do povo, isto é, os governantes são originários do próprio povo, ao invés dos regimes monárquicos absolutistas, em que os governantes são originários da nobreza e geralmente recebem a coroa de forma hereditária.
Para parte da igreja hoje, o Evangelho é do homem, já que Jesus não é mais o centro e sim, o homem. Nesse Evangelho, o homem é a fonte de sabedoria e não a Bíblia. As pregações são inspiradas nos livros e textos de autoajuda e as mensagens contaminadas pelo humanismo, ainda que haja uma capa de espiritualidade.
Nesse Evangelho, não há tempo para se buscar a Deus em oração e ouvir a voz dele. Ao invés, procura-se ajuda dos gurus da administração de negócios e a Igreja é conduzida como uma empresa com metas de crescimento, prazos e prêmios para os que atingem pontuação elevada. É o Evangelho no qual o pastoreio é uma carreira profissional, com etapas e degraus a serem percorridos até se chegar ao topo.
Em segundo lugar, na democracia, o governo é pelo povo, pois, na teoria, é exercido pelo próprio povo, pelo cidadão comum, diferente de um regime totalitário, onde o governo é exercido por uma minoria restrita, às vezes por uma única pessoa, deixando o povo completamente fora das decisões, que no final afetam a vida diária de cada um.
O Evangelho pelo homem é aquele em que tudo é feito pelo homem. Não há mais a dependência de Deus. O Criador é apenas um coadjuvante. Há, nas entrelinhas das pregações, uma mensagem que dilui a graça e enfatiza o legalismo. É o Evangelho no qual o povo tem aprendido que Deus aceita o homem com base nos seus méritos, no seu desempenho, na sua frequência às atividades da igreja e no tamanho das suas ofertas.
Em terceiro e último lugar, democracia é o governo para o povo, ou seja, os governantes devem trabalhar para garantir o bem-estar e a segurança do povo.
O Evangelho de hoje é para o homem, visando seu conforto e sucesso. Não é mais o Evangelho do arrependimento, da rendição a Deus e da submissão ao senhorio de Jesus. O alvo não é mais o Reino de Deus, mas a glória do homem.
Esse Evangelho do homem, pelo homem e para o homem nada mais é que a Nova Era entrando sorrateiramente na igreja. É o Evangelho dos que vivem como inimigos da cruz de Cristo, como disse Paulo (Filipenses 3.18).
Mas há o Evangelho verdadeiro, de Jesus, do seu Reino, e a única maneira de vivê-lo é reconhecendo nossa total dependência da graça de Deus, nos chegando a ele com um coração quebrantado e contrito. Não há atalhos. É o Evangelho dos que aceitaram o desafio de tomar a sua cruz dia após dia e seguir o Mestre. É o Evangelho dos que se recusam a buscar a própria glória e desejam ver a glória de Deus manifesta através das suas vidas.
A Ele seja toda a glória!
*N.A.: a frase é do ex-presidente americano Abraham Lincoln, em seu discurso de Gettysburg, em Nov/1863, durante a Guerra da Secessão (Guerra Civil Americana).
Na Escola, nas aulas de História, estudamos um pouco sobre a Democracia. Aprendemos que esse tipo de governo foi instituído na Grécia Antiga e que o termo teve sua origem na língua helênica, formado por dois radicais: demos, que significa povo, e kratos, que é poder. Daí surge democracia, o governo do povo. Além disso, ouvimos que a definição de democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo*.
Nesse ponto, o leitor deve estar imaginando ler um arrazoado sobre a fé, ou talvez, mais precisamente, sobre a posição do cristão perante a política, o que seria bastante pertinente no momento atual. Mas, não vou falar exatamente sobre esse assunto, e sim, aproveitar e fazer um paralelo com a vida cristã.
Nos dias atuais, parece que a igreja tomou emprestado o termo que mencionei acima e criou uma nova definição para o Evangelho. Se a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, muitos líderes cristãos têm criado o Evangelho do homem, pelo homem e para o homem.
Na democracia, o governo é do povo, isto é, os governantes são originários do próprio povo, ao invés dos regimes monárquicos absolutistas, em que os governantes são originários da nobreza e geralmente recebem a coroa de forma hereditária.
Para parte da igreja hoje, o Evangelho é do homem, já que Jesus não é mais o centro e sim, o homem. Nesse Evangelho, o homem é a fonte de sabedoria e não a Bíblia. As pregações são inspiradas nos livros e textos de autoajuda e as mensagens contaminadas pelo humanismo, ainda que haja uma capa de espiritualidade.
Nesse Evangelho, não há tempo para se buscar a Deus em oração e ouvir a voz dele. Ao invés, procura-se ajuda dos gurus da administração de negócios e a Igreja é conduzida como uma empresa com metas de crescimento, prazos e prêmios para os que atingem pontuação elevada. É o Evangelho no qual o pastoreio é uma carreira profissional, com etapas e degraus a serem percorridos até se chegar ao topo.
Em segundo lugar, na democracia, o governo é pelo povo, pois, na teoria, é exercido pelo próprio povo, pelo cidadão comum, diferente de um regime totalitário, onde o governo é exercido por uma minoria restrita, às vezes por uma única pessoa, deixando o povo completamente fora das decisões, que no final afetam a vida diária de cada um.
O Evangelho pelo homem é aquele em que tudo é feito pelo homem. Não há mais a dependência de Deus. O Criador é apenas um coadjuvante. Há, nas entrelinhas das pregações, uma mensagem que dilui a graça e enfatiza o legalismo. É o Evangelho no qual o povo tem aprendido que Deus aceita o homem com base nos seus méritos, no seu desempenho, na sua frequência às atividades da igreja e no tamanho das suas ofertas.
Em terceiro e último lugar, democracia é o governo para o povo, ou seja, os governantes devem trabalhar para garantir o bem-estar e a segurança do povo.
O Evangelho de hoje é para o homem, visando seu conforto e sucesso. Não é mais o Evangelho do arrependimento, da rendição a Deus e da submissão ao senhorio de Jesus. O alvo não é mais o Reino de Deus, mas a glória do homem.
Esse Evangelho do homem, pelo homem e para o homem nada mais é que a Nova Era entrando sorrateiramente na igreja. É o Evangelho dos que vivem como inimigos da cruz de Cristo, como disse Paulo (Filipenses 3.18).
Mas há o Evangelho verdadeiro, de Jesus, do seu Reino, e a única maneira de vivê-lo é reconhecendo nossa total dependência da graça de Deus, nos chegando a ele com um coração quebrantado e contrito. Não há atalhos. É o Evangelho dos que aceitaram o desafio de tomar a sua cruz dia após dia e seguir o Mestre. É o Evangelho dos que se recusam a buscar a própria glória e desejam ver a glória de Deus manifesta através das suas vidas.
A Ele seja toda a glória!
*N.A.: a frase é do ex-presidente americano Abraham Lincoln, em seu discurso de Gettysburg, em Nov/1863, durante a Guerra da Secessão (Guerra Civil Americana).
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