Palavra do leitor
- 19 de setembro de 2008
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Dos projetos de igreja
Qual deve ser o projeto de uma igreja? Como uma igreja deve se organizar, e o que deve buscar? Seria a igreja como uma empresa, estabelecendo metas e estratégias para ganhar tantas pessoas para Cristo, batizá-las, e construir tantos e quantos prédios? É isso o que se deve querer?
E mais: a igreja deve trabalhar com marketing empresarial como se tudo dependesse de princípios administrativos, como se o aspecto espiritual não contasse?
Nesse tipo de projeto, qual a medida das metas financeiras? E como se deve fazer para que a busca pelo dinheiro não passe a ser um problema moral, social e espiritual dentro do grupo?
Precisamos entender que a Igreja é uma instituição divina, assim como a família, o trabalho e a sociedade civil. Ainda que formada por homens e mulheres, todos pecadores, a Igreja foi edificada por Cristo, sendo Ele o Seu fundamento único (Mt 16.18). Bem por isso, é equivocado criar projetos que não se coadunem com o projeto de Cristo. E, diferentemente da família, do trabalho e da sociedade civil, a Igreja é instituição soteriológica, ou seja, corresponde ao plano de Salvação da Humanidade, concebido por Deus.
O projeto de uma igreja precisa estar de acordo com a Bíblia: a Igreja existe para a adoração, a comunhão e a evangelização. Pronto. Nada há de novo, e nada a acrescentar.
Se alguém quiser falar de ensino e discipulado, estes itens podem se ajustar sob a epígrafe da comunhão, pois a Igreja, que adora a Deus e anuncia a Cristo, vive em comunhão para crescer espiritualmente - isso só se dá pelo ensino e pelo discipulado, que, por sua vez, estão associados às ordenanças do batismo e da Ceia - enquanto o batismo é para o ingresso dos salvos na comunidade cristã, a Ceia representa a comunhão dos santos em torno da Cruz, o que não deixa de ser um método de ensino, de discipulado.
De qualquer maneira, o projeto da Igreja não vai muito além desses requisitos fundamentais - adoração, comunhão e evangelização.
No entanto, tem gente querendo reinventar a roda. Pode observar: o G-12 tem seu slogan: ganhar, consolidar, capacitar e enviar. São os passos que, segundo seus mestres, irão determinar o crescimento espantoso da Igreja em Células "no modelo dos 12". Também Rick Warren, talentoso em divulgar em livros seus o que a Bíblia já dizia, divide o ministério da Igreja em adoração, comunhão, discipulado, serviço e missões, mas acrescenta uma série de ensinos pragmáticos, bem ao estilo americano, no sentido de atrair as pessoas, ser mais "sensível" aos interessados, mais atraente aos circunstantes.
De fato, fala-se hoje de igrejas com propósitos, como se a Igreja de Cristo já não tivesse propósitos há dois mil anos, ou, para ser mais bíblico, antes da fundação do mundo. Fala-se de visões e "moveres", estratégias para "conquistar" cidades, regiões e o planeta! Fala-se de mega-templos, mega-cruzadas, mega-shows gospel, mega-contas bancárias, mega-investimentos em "missões". Fala-se em inserções ousadas na mídia, na política, enfim, trava-se a batalha da ocupação de espaços.
E eu pergunto: alguém perguntou a Deus se esse é o projeto d'Ele?
Ora, o que vejo é a ambição de homens e mulheres que se autopromovem a apóstolos, bispos, missionários, e arrogam para si a última revelação de Deus para a última hora dos últimos dias, para conquistar o Brasil, para fazer do País uma "Nação evangélica"...Isso não cheira a messianismo, não?
Tem muita gente escrevendo projetos por aí. Eles pensam em igrejas que crescem, têm admiração profunda por igrejas de sucesso, mesmo que esse sucesso esteja associado a heresias.
Quem planeja coisas para a igreja e não se preocupa em saber qual o pensamento de Deus a respeito, age nesciamente, quando não age por dolo. Quem faz projetos que Deus não assina está dizendo que o projeto divino para a Igreja é errado, fracassado, insuficiente.
O projeto de Deus é cuidar das pessoas. Para que ganhar tantas outras pessoas supostamente para Cristo se não se pastoreiam "as ovelhas da casa de Israel"? Que voluntarismo estranho é esse? A quem nós queremos enganar? Em quantas placas de quantos prédios desejamos ver nossos nomes escritos para a posteridade?
E mais: a igreja deve trabalhar com marketing empresarial como se tudo dependesse de princípios administrativos, como se o aspecto espiritual não contasse?
Nesse tipo de projeto, qual a medida das metas financeiras? E como se deve fazer para que a busca pelo dinheiro não passe a ser um problema moral, social e espiritual dentro do grupo?
Precisamos entender que a Igreja é uma instituição divina, assim como a família, o trabalho e a sociedade civil. Ainda que formada por homens e mulheres, todos pecadores, a Igreja foi edificada por Cristo, sendo Ele o Seu fundamento único (Mt 16.18). Bem por isso, é equivocado criar projetos que não se coadunem com o projeto de Cristo. E, diferentemente da família, do trabalho e da sociedade civil, a Igreja é instituição soteriológica, ou seja, corresponde ao plano de Salvação da Humanidade, concebido por Deus.
O projeto de uma igreja precisa estar de acordo com a Bíblia: a Igreja existe para a adoração, a comunhão e a evangelização. Pronto. Nada há de novo, e nada a acrescentar.
Se alguém quiser falar de ensino e discipulado, estes itens podem se ajustar sob a epígrafe da comunhão, pois a Igreja, que adora a Deus e anuncia a Cristo, vive em comunhão para crescer espiritualmente - isso só se dá pelo ensino e pelo discipulado, que, por sua vez, estão associados às ordenanças do batismo e da Ceia - enquanto o batismo é para o ingresso dos salvos na comunidade cristã, a Ceia representa a comunhão dos santos em torno da Cruz, o que não deixa de ser um método de ensino, de discipulado.
De qualquer maneira, o projeto da Igreja não vai muito além desses requisitos fundamentais - adoração, comunhão e evangelização.
No entanto, tem gente querendo reinventar a roda. Pode observar: o G-12 tem seu slogan: ganhar, consolidar, capacitar e enviar. São os passos que, segundo seus mestres, irão determinar o crescimento espantoso da Igreja em Células "no modelo dos 12". Também Rick Warren, talentoso em divulgar em livros seus o que a Bíblia já dizia, divide o ministério da Igreja em adoração, comunhão, discipulado, serviço e missões, mas acrescenta uma série de ensinos pragmáticos, bem ao estilo americano, no sentido de atrair as pessoas, ser mais "sensível" aos interessados, mais atraente aos circunstantes.
De fato, fala-se hoje de igrejas com propósitos, como se a Igreja de Cristo já não tivesse propósitos há dois mil anos, ou, para ser mais bíblico, antes da fundação do mundo. Fala-se de visões e "moveres", estratégias para "conquistar" cidades, regiões e o planeta! Fala-se de mega-templos, mega-cruzadas, mega-shows gospel, mega-contas bancárias, mega-investimentos em "missões". Fala-se em inserções ousadas na mídia, na política, enfim, trava-se a batalha da ocupação de espaços.
E eu pergunto: alguém perguntou a Deus se esse é o projeto d'Ele?
Ora, o que vejo é a ambição de homens e mulheres que se autopromovem a apóstolos, bispos, missionários, e arrogam para si a última revelação de Deus para a última hora dos últimos dias, para conquistar o Brasil, para fazer do País uma "Nação evangélica"...Isso não cheira a messianismo, não?
Tem muita gente escrevendo projetos por aí. Eles pensam em igrejas que crescem, têm admiração profunda por igrejas de sucesso, mesmo que esse sucesso esteja associado a heresias.
Quem planeja coisas para a igreja e não se preocupa em saber qual o pensamento de Deus a respeito, age nesciamente, quando não age por dolo. Quem faz projetos que Deus não assina está dizendo que o projeto divino para a Igreja é errado, fracassado, insuficiente.
O projeto de Deus é cuidar das pessoas. Para que ganhar tantas outras pessoas supostamente para Cristo se não se pastoreiam "as ovelhas da casa de Israel"? Que voluntarismo estranho é esse? A quem nós queremos enganar? Em quantas placas de quantos prédios desejamos ver nossos nomes escritos para a posteridade?
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