Palavra do leitor
- 17 de junho de 2008
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Deixando o cárcere
"E disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça as sandálias. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e segue-me" (At 12:8).
Há anos convivo com um problema que me aborrece muito. Fiz tudo o que considerava possível para resolvê-lo, mas ainda não consegui. Ele está nas minhas orações também há muito tempo. Paralelamente ao meu esforço (vão, até hoje), tenho clamado a Deus diariamente, para que a solução apareça. Como ela ainda não surgiu, tenho sido obrigada a dormir e acordar, dia após dia, com esse "abacaxi para descascar". Esse problema limita minhas ações, meus sonhos, meus planos, minhas expectativas. Por isso, eu o comparo a uma cadeia da qual, há incontáveis dias, sou prisioneira.
Foi com essa sensação – a de viver presa num lugar onde não gosto de estar, mas de onde eu não consigo sair – que fui para casa almoçar, na tarde de ontem. Antes mesmo de comer, ajoelhei-me diante do Senhor, para desabafar. Depois de me derramar na presença dEle, clamando pela "libertação", comi e fui ler a Bíblia, pensando: "Deus já me ouviu. Agora, eu é que preciso ouvi-lO". Entre outras passagens, li o capítulo 12 do livro de Atos. Ali, é contada a história da prisão de Pedro. Herodes, o rei da Judéia, naquela ocasião, havia encarcerado o apóstolo, sob forte guarda. De madrugada, um anjo do Senhor apareceu no calabouço, quebrou os grilhões que acorrentavam Pedro e lhe ordenou que se vestisse, calçasse suas sandálias, pusesse sua capa e o seguisse para fora do cárcere (versículo 8). Pedro obedeceu, mas, tamanho o milagre daquela libertação, demorou um pouco para acreditar que ela era real (verso 9).
Atentei para os detalhes da narrativa. Percebi que Pedro estava algemado, preso no subsolo do castelo real. Se ele gritasse por socorro, não seria ouvido. No momento em que o anjo apareceu, ele dormia entre duas sentinelas do rei, e a porta da prisão era guardada por mais algumas outras. Era impossível escapar. Mas o anjo do Senhor entrou, sem ser visto. Falou, sem ser ouvido, a não ser por quem interessava que o ouvisse. Tocou em Pedro, mandou que ele ficasse de pé e, nesse momento, as algemas se quebraram. Então, a Pedro, que estava nu (com certeza não porque desejava, mas porque suas vestes lhe haviam sido tiradas pelos guardas), no frio e no escuro da masmorra, o anjo mandou que vestisse as roupas, calçasse as sandálias, jogasse a capa nas costas e o seguisse. E, assim, Pedro chegou até a rua, passando pelos muitos e, com certeza, grandes guardas do rei, que não o perceberam. Quando Pedro estava em segurança, fora da prisão, o anjo se foi.
Foram esses detalhes que falaram comigo tão profundamente, naquela hora em que eu me sentia algemada e presa no calabouço do inimigo. Pedro estava ainda no cárcere, quando se preparou para deixá-lo. Cercado de pessoas que estavam ali para mantê-lo preso, ele se ergueu, vestiu-se e finalmente saiu para a liberdade. Era tão impossível que isso acontecesse, que essas pessoas sequer notaram que ele estava reagindo à prisão!
Entendi claramente que o Senhor me dizia: "Levante-se da sua prostração. Prepare-se para deixar a cadeia, diante dos carcereiros. Tome de volta tudo o que te foi tirado. Disponha-se e corra para a sua liberdade!"
E você? Está encarcerado em alguma circunstância da vida? Num emprego que mina as suas forças, num desemprego que destrói a sua dignidade, num relacionamento que acaba com a sua auto-estima, numa realidade cruel qualquer que ofusca o brilho dos seus sonhos? Talvez o Senhor já esteja lhe dizendo que você deve preparar-se para deixar essa prisão, ainda que seja evidente, aos olhos humanos, a impossibilidade disso acontecer. Talvez o Senhor já esteja determinando que você se prepare para a liberdade, ainda que seus opressores tenham lhe despojado dos meios que você utilizava para mantê-la. E o que você ainda está esperando? Teme as sentinelas? Esqueça-as! Apenas acompanhe o anjo!
Há anos convivo com um problema que me aborrece muito. Fiz tudo o que considerava possível para resolvê-lo, mas ainda não consegui. Ele está nas minhas orações também há muito tempo. Paralelamente ao meu esforço (vão, até hoje), tenho clamado a Deus diariamente, para que a solução apareça. Como ela ainda não surgiu, tenho sido obrigada a dormir e acordar, dia após dia, com esse "abacaxi para descascar". Esse problema limita minhas ações, meus sonhos, meus planos, minhas expectativas. Por isso, eu o comparo a uma cadeia da qual, há incontáveis dias, sou prisioneira.
Foi com essa sensação – a de viver presa num lugar onde não gosto de estar, mas de onde eu não consigo sair – que fui para casa almoçar, na tarde de ontem. Antes mesmo de comer, ajoelhei-me diante do Senhor, para desabafar. Depois de me derramar na presença dEle, clamando pela "libertação", comi e fui ler a Bíblia, pensando: "Deus já me ouviu. Agora, eu é que preciso ouvi-lO". Entre outras passagens, li o capítulo 12 do livro de Atos. Ali, é contada a história da prisão de Pedro. Herodes, o rei da Judéia, naquela ocasião, havia encarcerado o apóstolo, sob forte guarda. De madrugada, um anjo do Senhor apareceu no calabouço, quebrou os grilhões que acorrentavam Pedro e lhe ordenou que se vestisse, calçasse suas sandálias, pusesse sua capa e o seguisse para fora do cárcere (versículo 8). Pedro obedeceu, mas, tamanho o milagre daquela libertação, demorou um pouco para acreditar que ela era real (verso 9).
Atentei para os detalhes da narrativa. Percebi que Pedro estava algemado, preso no subsolo do castelo real. Se ele gritasse por socorro, não seria ouvido. No momento em que o anjo apareceu, ele dormia entre duas sentinelas do rei, e a porta da prisão era guardada por mais algumas outras. Era impossível escapar. Mas o anjo do Senhor entrou, sem ser visto. Falou, sem ser ouvido, a não ser por quem interessava que o ouvisse. Tocou em Pedro, mandou que ele ficasse de pé e, nesse momento, as algemas se quebraram. Então, a Pedro, que estava nu (com certeza não porque desejava, mas porque suas vestes lhe haviam sido tiradas pelos guardas), no frio e no escuro da masmorra, o anjo mandou que vestisse as roupas, calçasse as sandálias, jogasse a capa nas costas e o seguisse. E, assim, Pedro chegou até a rua, passando pelos muitos e, com certeza, grandes guardas do rei, que não o perceberam. Quando Pedro estava em segurança, fora da prisão, o anjo se foi.
Foram esses detalhes que falaram comigo tão profundamente, naquela hora em que eu me sentia algemada e presa no calabouço do inimigo. Pedro estava ainda no cárcere, quando se preparou para deixá-lo. Cercado de pessoas que estavam ali para mantê-lo preso, ele se ergueu, vestiu-se e finalmente saiu para a liberdade. Era tão impossível que isso acontecesse, que essas pessoas sequer notaram que ele estava reagindo à prisão!
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