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Palavra do leitor

Carta (imaginária) de Paulo à Febe

Querida Febe,

"Já há algum tempo não nos vemos. Quantos momentos especiais passamos juntos com outros irmãos louvando Nosso Senhor Jesus. Mesmo em meio a perseguições e até divisões na igreja, nossa amizade e nosso amor pelo Evangelho só crescia. Minha saúde continua se enfraquecendo a cada dia, sinto já as forças indo embora. Apesar de tudo, meu coração está firme Naquele que me chamou na estrada de Damasco. Não posso deixar de lhe agradecer, minha irmã, pela sua ousadia e coragem em ter levado, pessoalmente, minha carta aos irmãos de Roma. Talvez, nem você nem eu, tenhamos ideia do que esta epístola significará não só para eles, mas para todo o cristianismo que há de chegar a todos os cantos do Império e fora dele. A sua visão e o seu compromisso certamente influenciarão muitas vidas e seu nome será lembrado por muitos séculos.

Na dor, mas no amor que tudo sofre,

Irmão Paulo."

Esta seria uma breve carta de Paulo à irmã Febe, segundo John Stott, uma mulher de posses que usou sua riqueza e, provavelmente, sua influência para apoiar a igreja e o apóstolo, e que muito provavelmente teria levado a famosa carta deste ao seu destino final, Roma. Tenho uma curiosidade especial por personagens que surgem e desaparecem de repente nos relatos bíblicos, pessoas como o ladrão na cruz, o jovem rico, a sogra de Pedro, o velho Simeão...e Febe, que aparece no capítulo 16 da carta aos Romanos. A pequena carta acima, fruto da minha imaginação, bem que poderia ser algo que Paulo tivesse escrito à referida irmã como agradecimento pelo seu apoio e coragem, ou pelo menos pensado em escrever. Quem sabe?

Não há dúvidas o quanto o apóstolo Paulo de Tarso deixou de riqueza ao cristianismo e ao mundo da Literatura como um todo. Seus escritos são uma pérola que trouxeram profundidade e beleza a um mundo hostil, porém, sedento de verdade e justiça e explicam o que é, de fato, o Evangelho e quais suas implicações para a vida dos seguidores de Jesus. Há poemas, tratados teológicos, apologética etc. Todavia, para que sua obra tivesse êxito e alcance, dois personagens foram fundamentais nesta empreitada: aquele que copiava os textos à mão, o amanuense, que era um profissional raro, considerando o alto índice de analfabetismo da época (muitos ou todos os escritores bíblicos tiveram esta colaboração) e aquele que entregava a carta ao destinatário. Sem estes dois agentes, não teríamos tido o privilégio de usufruir das riquezas oriundas da pena de Paulo.

Estudando a carta aos Romanos, meus olhos se inclinaram para esta figura pouco conhecida e comentada nos púlpitos, uma mulher grega de nome Febe, cujo nome significa "aquela que traz luz", que surge na história da vida da igreja, e que havia, de alguma forma, cruzado o caminho do apóstolo dos gentios e conquistado a confiança deste a ponto de ter dado a ela a responsabilidade de, nada mais nada menos, entregar aquela que, para muitos, se constitui a maior obra em toda a história da cristandade. Mais uma vez, uma mulher surpreende um mundo totalmente governado e pensado por homens. Algumas perguntas me vieram à mente quando resolvi dar mais atenção à história desta personagem. O que realmente Paulo havia visto nela de especial para receber tamanha incumbência? E se Febe não tivesse entregado a carta, considerando todos os percalços ou obstáculos que provavelmente teria no caminho? Como ela fora recebida pela igreja de Roma, com indiferença, dúvida, suspeita? Qual o impacto inicial do conteúdo da carta em sua vida e na vida da igreja que dava os primeiros passos na capital do Império?

O próprio Paulo nos dá dicas do porquê teria escolhido Febe, e ainda, recomendado à congregação romana que a recebesse com honra e carinho. Ela era reconhecida como "uma colaboradora na sua igreja local, sempre auxiliando aos irmãos e ao próprio apóstolo" (16.1-2). Portanto, a "diaconia" era a marca desta valorosa irmã. Havia entendido a ordem do Mestre: "vim para servir e não para ser servido". Havia assimilado o senso de urgência que fez Paulo empreender três viagens missionárias e querer chegar à Espanha passando pela "cidade eterna". Havia sido aprovada no teste da resiliência e da humilhação. Havia conquistado o diploma "honoris causa" de serva.

E eu e você, temos tido a disposição, o caráter e a ousadia de Febe? O que temos entregado à igreja de Cristo? Somos confiáveis, estamos disponíveis? Somos dignos de fazer parte da "noiva de Cristo"? Como seremos lembrados ou recomendados pela igreja do amanhã? Que estejamos atentos à promessa feita pelo Cordeiro à igreja de Sardes: "ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono..." Ap 3.21
Brasília - DF
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