Palavra do leitor
- 03 de setembro de 2017
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As quatro mulheres de Jesus
Digitais
‘’suas digitais
esparramam-se em vasos
com pinçadas de sangue
e:
ao eco solitário dos ventos,
em meio aos desfiladeiros,
sobras de páginas fatiadas
que:
com pequenos retratos
guardados numa gaveta
esconde almas ruidosas.’’
O adágio popular, filho de peixinho, peixinho é, pode ser interpretado como uma sentença imperativa normativa e fatal, sem nenhuma condição de alteração desse script. A partir de tais colocações, dirigi-me a caminhar pelos enredos de quatro mulheres e incrustadas no evangelho de Mateus, ao qual compõem e forma a raiz genealógica de Jesus. De certo, nenhuma delas, dentro de uma leitura legalista e sobre a moldura das tradições, poderia adquirir importância e, talvez, caso houve condição, as riscaríamos do mapa.
Afinal de contas, adentro na história de Tamar, Genesis 38. 01 a 27, ao qual tinha se casado com um dos filhos de Judá e, após a morte do mesmo, houve o mesmo destino de seu irmão e deveria, segundo a tradição, casar com o terceiro, mas isso não aconteceu. Então, qual a decisão dessa mulher, senão passar-se por uma prostituta e se deitar com seu sogro? Sim, assim aconteceu, e quando estava prestes a ser apedrejada, porque todos a tinham como transgressora da lei e das formalidades, a situação veio a tona para o estarrecer do pai e avó.
Parto de respectivo relato e observo a saga de Raabe, Josué 2, uma prostituta, ao qual decidiu, colocou sua cabeça a prêmio, assumir um risco, o tudo ou nada, ao ajudar dois espias do povo de Israel, com a promessa de que seria poupada e sua família, como de fato aconteceu. Vamos adiante, folheio a novela da vida nem sempre um buque de rosas, com suas águas gélidas e turvas, com sua garoa cortante, com suas incertezas e inquietudes, pelo qual atento para Rute, uma estrangeira, uma sombra na vida de Noemi, que sobrepuja determinados protocolos para reconstruir sua história, com Boás.
Nessa linha de mulheres envoltas por suspeitas, por olhares de reprovação, por dedos condenadores e acusadores, desembarco no diário de Bate Seba, a mulher de Urias, o hitita, levada a intimidade do Monarca Davi e, desde então, sua vida ganha contornos de dissabores e reviravoltas. Ora, ao desfiar as nuances de cada desses tecidos, percebe-se mulheres de força, de coragem, de iniciativa, de ir adiante e não adentrarei, aqui, em questões de ordem moral, do certo e errado, do bem e mal. Em direção oposta, essas personagens da vida, do dia a dia, dos nãos, das respostas a serem tomadas, formam e costuram o caminho da raiz genealógica de Jesus, da Graça que coloca a alma, o espírito, o ser e a imaginação no palco da realidade.
Sem sombra de dúvida, isto me leva a perceber o quanto o Kairos vem para caminhar, em meio a contextos, muitas vezes, sem uma justificação ponderável, situações que escapam as nossas mãos, de por que teve de ser do jeito como as coisas são e estão. Eis a genealogia de Jesus, difícil de digerir para os tidos arautos da espiritualidade, para os místicos que se consideram acima de gente, dos moralistas e apregoadores de uma vida sem mácula ou não? Ah, não poderia me esquecer de Maria, mãe de Jesus, prometida a Jose e, de repente, aparece grávida e não de homem e sim do Espírito Santo. Ali, estava Maria, numa cultura teocrática, por onde a mulher não passava de um enfeite, bem discreto, diante de uma absurda situação. A lei determinava a punição da morte, o apedrejamento e a honra de Jose lavada, resgatada e sei lá mais o que.
Verdadeiramente, cada uma dessas mulheres são os caminhos de passagens, pelo qual o Deus ser humano Jesus Cristo se apresenta aos homens e se nos apresenta com uma justiça contagiada de misericórdia e compaixão, de acolher e alentar o ser humano, independentemente de seus itinerários, de sua genealogia, de sua história familiar, de sua condição social e outros matizes que influenciam as pessoas. Estranhamente, Deus não vem no obvio, surpreende, altera as coordenadas dos homens de ser tudo conforme suas considerações e trilhou por redações que, provavelmente, sejamos sinceros, teríamos imensurável dificuldade de aceitá-las.
‘’suas digitais
esparramam-se em vasos
com pinçadas de sangue
e:
ao eco solitário dos ventos,
em meio aos desfiladeiros,
sobras de páginas fatiadas
que:
com pequenos retratos
guardados numa gaveta
esconde almas ruidosas.’’
O adágio popular, filho de peixinho, peixinho é, pode ser interpretado como uma sentença imperativa normativa e fatal, sem nenhuma condição de alteração desse script. A partir de tais colocações, dirigi-me a caminhar pelos enredos de quatro mulheres e incrustadas no evangelho de Mateus, ao qual compõem e forma a raiz genealógica de Jesus. De certo, nenhuma delas, dentro de uma leitura legalista e sobre a moldura das tradições, poderia adquirir importância e, talvez, caso houve condição, as riscaríamos do mapa.
Afinal de contas, adentro na história de Tamar, Genesis 38. 01 a 27, ao qual tinha se casado com um dos filhos de Judá e, após a morte do mesmo, houve o mesmo destino de seu irmão e deveria, segundo a tradição, casar com o terceiro, mas isso não aconteceu. Então, qual a decisão dessa mulher, senão passar-se por uma prostituta e se deitar com seu sogro? Sim, assim aconteceu, e quando estava prestes a ser apedrejada, porque todos a tinham como transgressora da lei e das formalidades, a situação veio a tona para o estarrecer do pai e avó.
Parto de respectivo relato e observo a saga de Raabe, Josué 2, uma prostituta, ao qual decidiu, colocou sua cabeça a prêmio, assumir um risco, o tudo ou nada, ao ajudar dois espias do povo de Israel, com a promessa de que seria poupada e sua família, como de fato aconteceu. Vamos adiante, folheio a novela da vida nem sempre um buque de rosas, com suas águas gélidas e turvas, com sua garoa cortante, com suas incertezas e inquietudes, pelo qual atento para Rute, uma estrangeira, uma sombra na vida de Noemi, que sobrepuja determinados protocolos para reconstruir sua história, com Boás.
Nessa linha de mulheres envoltas por suspeitas, por olhares de reprovação, por dedos condenadores e acusadores, desembarco no diário de Bate Seba, a mulher de Urias, o hitita, levada a intimidade do Monarca Davi e, desde então, sua vida ganha contornos de dissabores e reviravoltas. Ora, ao desfiar as nuances de cada desses tecidos, percebe-se mulheres de força, de coragem, de iniciativa, de ir adiante e não adentrarei, aqui, em questões de ordem moral, do certo e errado, do bem e mal. Em direção oposta, essas personagens da vida, do dia a dia, dos nãos, das respostas a serem tomadas, formam e costuram o caminho da raiz genealógica de Jesus, da Graça que coloca a alma, o espírito, o ser e a imaginação no palco da realidade.
Sem sombra de dúvida, isto me leva a perceber o quanto o Kairos vem para caminhar, em meio a contextos, muitas vezes, sem uma justificação ponderável, situações que escapam as nossas mãos, de por que teve de ser do jeito como as coisas são e estão. Eis a genealogia de Jesus, difícil de digerir para os tidos arautos da espiritualidade, para os místicos que se consideram acima de gente, dos moralistas e apregoadores de uma vida sem mácula ou não? Ah, não poderia me esquecer de Maria, mãe de Jesus, prometida a Jose e, de repente, aparece grávida e não de homem e sim do Espírito Santo. Ali, estava Maria, numa cultura teocrática, por onde a mulher não passava de um enfeite, bem discreto, diante de uma absurda situação. A lei determinava a punição da morte, o apedrejamento e a honra de Jose lavada, resgatada e sei lá mais o que.
Verdadeiramente, cada uma dessas mulheres são os caminhos de passagens, pelo qual o Deus ser humano Jesus Cristo se apresenta aos homens e se nos apresenta com uma justiça contagiada de misericórdia e compaixão, de acolher e alentar o ser humano, independentemente de seus itinerários, de sua genealogia, de sua história familiar, de sua condição social e outros matizes que influenciam as pessoas. Estranhamente, Deus não vem no obvio, surpreende, altera as coordenadas dos homens de ser tudo conforme suas considerações e trilhou por redações que, provavelmente, sejamos sinceros, teríamos imensurável dificuldade de aceitá-las.
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