Palavra do leitor
- 06 de março de 2020
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Achei um bom amigo!
Os dias pareciam passar lentamente naquela pequena casa de dois cômodos no vilarejo de Betânia, onde outrora, moravam três pessoas. A velha mania de colocar cada item no seu lugar ainda podia ser observada. O perfeccionismo era a marca daquela já anciã conhecida em toda a comunidade como a última daquela família que se tornara conhecida por causa de um milagre acontecido há uma quadra de anos.
A rotina daquela simpática nonagenária senhora já era conhecida por todos. Logo pela manhã, ia até o mercado na praça principal para obter os insumos que precisaria para suas refeições. Pouca coisa, na verdade, considerando sua alimentação quase vegetariana, talvez o segredo da sua longevidade e vitalidade. Antes do fim do dia, saía para fazer algumas visitas a vizinhos e amigos carentes de oração, de companhia e de uma boa conversa. Ela tinha descoberto esse carisma especial para cuidar de gente desde que o Mestre começou a visitar sua casa e ensinar suas maravilhas a ela e a seus irmãos quando estes o hospedavam. Que visitas inesquecíveis. Que tardes maravilhosas aquelas em que ficávamos horas ouvindo e sendo alimentados pelas palavras inefáveis daquele nosso amigo nazareno, conversas regadas com um gostoso chá de romã e acompanhadas de matzá.
A noite chegava. Ela sempre chegava naquela simples e aconchegante cabana. Sentada na sua cadeira de balanço feita pelo seu amado irmão, um exímio carpinteiro, Marta viajava em seus pensamentos quando se lembrava daquele dia triste quando Lázaro, depois de vários dias sofrendo de uma doença incurável, fora levado a seu túmulo. O amigo tão esperado não havia chegado a tempo para uma última visita. A tristeza havia tomado o coração dela e de Maria, sua irmã mais nova. O que seria delas sem a ajuda, sem a presença masculina do querido irmão? Mas aí o milagre visitou aquela família. O grande amigo Jesus havia chegado para chorar com elas, porém, mais do que isso: havia chegado para derrotar a morte, trazia consigo o antídoto contra esta intrusa parasita, chegara para ordenar que a vida retornasse ao corpo sem vida há quatro dias de seu amigo. Diante de uma palavra de ordem: Lázaro, vem para fora!, a grande pedra rolou e todos puderam testemunhar do poder que emanava daquele profeta filho de José. Marta jamais esquecerá daquela voz potente, segura, vibrante como o gorjear de uma águia. Ver seu irmão saindo da tumba, caminhando em direção à luz tirou todas as dúvidas que ainda permeavam seu coração sobre a origem divina daquele amigo especial. Deus, em Cristo estava devolvendo a alegria ao coração dela e de sua irmã. Agora entendia as palavras outrora ditas por Jesus: "não te disse que se creres verás a glória de Deus?"
O cantar do velho galo anunciava um novo dia sob as colinas da cidade. Lá ia novamente a velha Marta fazer sua peregrinação costumeira. No caminho, sentiu saudades de Maria e Lázaro. Este havia partido em definitivo para os braços de Abraão há vinte anos, e aquela, há exatos cinco anos, vitimada por uma pandemia de gripe que assolou a região. Mas, a certeza da vida eterna e do encontro definitivo com o amigo Jesus acalmava e alegrava o coração daquela anciã. Apesar da solidão familiar, sentia-se a cada dia envolvida pelo amor e pela paz que havia conhecido quando o amigo galileu adentrou sua história trazendo significado, fazendo-lhe sonhar novamente, fazendo-lhe ver a beleza da criação e da redenção.
Ao cair do sol, quando se preparava para mais uma visita, uma dor no peito a fez sentar-se e a buscar ar para seus cansados pulmões. Em seguida, uma escuridão repentina. Seu coração entrara em outro ritmo. O corpo parecia dizer que havia chegado o fim. A passos lentos, deitou-se na velha cama feita de cedro do Líbano. Um sorriso começou a invadir sua alma. E como Estêvão, cheia do Espírito Santo, ergueu seus olhos em direção ao céu e contemplou a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita do Pai. Senhor Jesus, disse com as últimas energias provindas de seu interior: recebe o meu espírito. E, tendo dito isto, adormeceu, partindo ao encontro tão esperado com o Senhor da vida. Testemunha de um dos maiores milagres já narrados, Marta, que havia sido salva de si mesmo, que passara a amar mais as coisas do reino de Deus do que as do mundo, antes, ansiosa e fadigada com muitas coisas, estava agora, em definitivo, sem dor e sem solidão, diante de seu Senhor e Salvador.
Se os anos lhe estão pesados e a jornada parece sem sentido, se a alegria tem lhe dado as costas, o autor da vida, aquele que cuida das aves do céu, pode mudar sua história hoje chamando à existência aquilo que ainda não podes ver. E uma nova e bela amizade, com repercussões eternas, poderá surgir entre ele e você neste exato momento e poderás cantar como Marta um dia cantou:
"Achei um bom amigo,
Jesus, o Salvador,
O escolhido dos milhares para mim;
Dos vales é o lírio; é o forte Mediador,
Que me purifica e guarde para Si,
Consolador amado, meu protetor do mal,
Solicitude minha toma a Si."
Pb. Tony
A rotina daquela simpática nonagenária senhora já era conhecida por todos. Logo pela manhã, ia até o mercado na praça principal para obter os insumos que precisaria para suas refeições. Pouca coisa, na verdade, considerando sua alimentação quase vegetariana, talvez o segredo da sua longevidade e vitalidade. Antes do fim do dia, saía para fazer algumas visitas a vizinhos e amigos carentes de oração, de companhia e de uma boa conversa. Ela tinha descoberto esse carisma especial para cuidar de gente desde que o Mestre começou a visitar sua casa e ensinar suas maravilhas a ela e a seus irmãos quando estes o hospedavam. Que visitas inesquecíveis. Que tardes maravilhosas aquelas em que ficávamos horas ouvindo e sendo alimentados pelas palavras inefáveis daquele nosso amigo nazareno, conversas regadas com um gostoso chá de romã e acompanhadas de matzá.
A noite chegava. Ela sempre chegava naquela simples e aconchegante cabana. Sentada na sua cadeira de balanço feita pelo seu amado irmão, um exímio carpinteiro, Marta viajava em seus pensamentos quando se lembrava daquele dia triste quando Lázaro, depois de vários dias sofrendo de uma doença incurável, fora levado a seu túmulo. O amigo tão esperado não havia chegado a tempo para uma última visita. A tristeza havia tomado o coração dela e de Maria, sua irmã mais nova. O que seria delas sem a ajuda, sem a presença masculina do querido irmão? Mas aí o milagre visitou aquela família. O grande amigo Jesus havia chegado para chorar com elas, porém, mais do que isso: havia chegado para derrotar a morte, trazia consigo o antídoto contra esta intrusa parasita, chegara para ordenar que a vida retornasse ao corpo sem vida há quatro dias de seu amigo. Diante de uma palavra de ordem: Lázaro, vem para fora!, a grande pedra rolou e todos puderam testemunhar do poder que emanava daquele profeta filho de José. Marta jamais esquecerá daquela voz potente, segura, vibrante como o gorjear de uma águia. Ver seu irmão saindo da tumba, caminhando em direção à luz tirou todas as dúvidas que ainda permeavam seu coração sobre a origem divina daquele amigo especial. Deus, em Cristo estava devolvendo a alegria ao coração dela e de sua irmã. Agora entendia as palavras outrora ditas por Jesus: "não te disse que se creres verás a glória de Deus?"
O cantar do velho galo anunciava um novo dia sob as colinas da cidade. Lá ia novamente a velha Marta fazer sua peregrinação costumeira. No caminho, sentiu saudades de Maria e Lázaro. Este havia partido em definitivo para os braços de Abraão há vinte anos, e aquela, há exatos cinco anos, vitimada por uma pandemia de gripe que assolou a região. Mas, a certeza da vida eterna e do encontro definitivo com o amigo Jesus acalmava e alegrava o coração daquela anciã. Apesar da solidão familiar, sentia-se a cada dia envolvida pelo amor e pela paz que havia conhecido quando o amigo galileu adentrou sua história trazendo significado, fazendo-lhe sonhar novamente, fazendo-lhe ver a beleza da criação e da redenção.
Ao cair do sol, quando se preparava para mais uma visita, uma dor no peito a fez sentar-se e a buscar ar para seus cansados pulmões. Em seguida, uma escuridão repentina. Seu coração entrara em outro ritmo. O corpo parecia dizer que havia chegado o fim. A passos lentos, deitou-se na velha cama feita de cedro do Líbano. Um sorriso começou a invadir sua alma. E como Estêvão, cheia do Espírito Santo, ergueu seus olhos em direção ao céu e contemplou a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita do Pai. Senhor Jesus, disse com as últimas energias provindas de seu interior: recebe o meu espírito. E, tendo dito isto, adormeceu, partindo ao encontro tão esperado com o Senhor da vida. Testemunha de um dos maiores milagres já narrados, Marta, que havia sido salva de si mesmo, que passara a amar mais as coisas do reino de Deus do que as do mundo, antes, ansiosa e fadigada com muitas coisas, estava agora, em definitivo, sem dor e sem solidão, diante de seu Senhor e Salvador.
Se os anos lhe estão pesados e a jornada parece sem sentido, se a alegria tem lhe dado as costas, o autor da vida, aquele que cuida das aves do céu, pode mudar sua história hoje chamando à existência aquilo que ainda não podes ver. E uma nova e bela amizade, com repercussões eternas, poderá surgir entre ele e você neste exato momento e poderás cantar como Marta um dia cantou:
"Achei um bom amigo,
Jesus, o Salvador,
O escolhido dos milhares para mim;
Dos vales é o lírio; é o forte Mediador,
Que me purifica e guarde para Si,
Consolador amado, meu protetor do mal,
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