Palavra do leitor
- 16 de outubro de 2017
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A Vitória do Cordeiro de Deus
Continuação do artigo "O Plano Eterno de Deus". Caso não tenha lido, acesse este link.
4) Jesus Cristo - O Soberano Absoluto. O Supremo representante da raça humana.
"E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés... Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". - 1Co 15.24-28.
A responsabilidade pela criação e estabelecimento do ser humano no mundo na condição de pecador é de Deus. Contudo, Ele não é injusto. Possuindo um caráter total e plenamente justo, Deus não abdica de suas atribuições, respondendo, ele mesmo, pelas suas ações.
Por isso, também, Ele enviou Jesus para assumir e levar sobre si essa responsabilidade. A pesadíssima carga foi colocada sobre os ombros de Jesus. Deus não fica devendo nada a ninguém! Na verdade, ele assumiu tudo o que planejou! "Fez a ferida e a curará" - Os 6.1; Is 30.26; 52.13-53.12.
Em um esforço supremo, tente imaginar a extraordinária e magnífica importância do Plano Eterno de Deus. Era e é tão enorme, que foi necessária a encarnação de Deus, Jesus Cristo, sujeitando-se a grande e intenso sofrimento e morte cruel.
Com efeito, para a extinção da essência do mal no universo, a intervenção pessoal de Deus na raça humana se fazia imprescindível.
Nunca houve nem haverá em toda a história da humanidade e do universo algo semelhante, que se compare ao Plano Eterno de Deus. Ele é eterno e se estende de eternidade a eternidade. Ultrapassa os limites de todas as ciências e do conhecimento humano.
Da parte de Jesus, não foi apenas um sofrimento atroz, cruel, inimaginável! Nem, tampouco, apenas algo insuportável para o ser humano. Muito mais que isso! O que elevou ao infinito a aflição de Jesus como algo nunca imaginado por qualquer criatura humana, foi o fato de ser Ele o amoroso Criador daqueles que o supliciaram.
Essa condição, por si só, agravou infinitamente a dor profunda e a humilhação dele em seu martírio. Que sofrimento doloroso ele suportou ao ser totalmente desprezado, afrontado, abusado, torturado e morto pelo ser que havia criado com total, profundo e completo amor!
Nunca houve até então, nem nunca haverá fato semelhante a esse! Acontecimento singular, sem paralelo nem repetição em toda a história universal.
Como foi o processo?
Ao chegar a plenitude dos tempos, ou seja, o tempo certo, ideal, preparado, exato, marcado e determinado, Deus, então, dando prosseguimento à sua teodiceia, dentro de seu Plano Eterno, envia à insignificante aldeia de Nazaré da Galiléia, em Israel, um mensageiro angelical.
O anjo Gabriel visita a humilde cidade para noticiar a uma virgem mocinha, chamada Maria, pertencente à tribo de Judá, que Deus vai realizar uma incursão pessoal na terra. Mais propriamente, uma interferência na raça humana, fazendo brotar da raiz de Jessé um renovo.
Seria levado em consideração, no entanto, a existência de uma condição legal de entrada na terra: O planeta destina-se apenas ao ser humano e o meio para entrar nele é através do nascimento físico (Sl 115.16). Deus, então, providencia a concepção humana de Jesus, através do Espírito Santo colocando no útero de Maria a semente de vida.
A terra é, legalmente, de propriedade do ser humano, doada pelo próprio Deus. Ainda que, talvez, possa ser apenas como depositário mas, a posse legal é dele. E essa posse ele a entregou a Satanás, juntamente com o domínio de sua vida.
Como Adão foi o responsável pela queda do homem, isto é, quem entregou a Satanás legalmente, de sua livre e espontânea vontade, o direito de propriedade sobre a sua própria vida e, por descendência natural, a vida de toda raça humana, tornando-se ela escrava (2Pe 2.19), apenas outro ser humano poderia reaver esse domínio.
Observe que Satanás não forçou ou obrigou o homem. Ele apenas o iludiu, com base na cobiça do ser humano. Ele subjugou a si a humanidade! Usurpou através da sagacidade. Nos tempos antigos, quem conquistava um reino, não importando se à força ou não, tinha o domínio legal sobre ele.
Satã confessa isso quando disse a Jesus na tentação: "... Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser"! - Lucas 4.6. E Jesus não desmentiu o Tentador sobre essa entrega voluntária e legal que Adão lhe fez.
Satanás se enganou ao pensar que derrotaria Jesus, atacando-o com dúvidas a respeito de sua identidade eterna e de sua filiação ao Pai, utilizando sua arma mortal insufladora de desejos incontroláveis de apetites humanos de sobrevivência física. Ouviu o retumbante "...está escrito..."! - Mt 4.4.
Quando o adversário percebeu que Jesus utilizara a Palavra de Deus, quis alcançar supremacia usando, estrategicamente, a mesma fonte de autoridade aplicada pelo Mestre: a Palavra.
Entrementes, logo percebeu que distorcer a Palavra para o seu próprio Autor (o mesmo ardil que empregou com Eva, no Jardim) não lograria êxito frente à emenda contraditória e repressora de sua "interpretação" premeditada e maliciosamente deturpada das Escrituras - "... também está escrito..."! - Mt 4.7.
Satanás sofreu sua derrota devastadora no primeiro embate com Jesus, ao ouvir dele a ordem impositiva para se retirar, sob a sentença de que o Único que tem o direito de ser adorado é o Pai - "... Retira-te, Satanás, porque está escrito..."! - Mt 4.10.
Para efetivar o resgate, no entanto, a exigência, segundo a lei de Deus, era a expiação do pecado pelo sangue - Lv 17.11. De fato, "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22). O sangue para a redenção do ser humano precisava ser Inocente, puro e incontaminado.
A fim de não trazer em si mesma a natureza pecaminosa da raça humana contaminada pela ação de Satanás, o ente humano a ser gerado não poderia ser resultado da relação conjugal de um casal.
Objetivando não se contaminar com o pecado original que, imperiosamente, foi passado a todas as pessoas nascidas na terra, Jesus deveria nascer de uma virgem.
Assim, o Deus Todo-Poderoso, consegue, então, pelas vias legais, colocar na face da terra um homem puro; um ser humano sem contaminação. Deus, como é justo, não infringiu a lei que ele mesmo estabeleceu.
Dessa forma, Deus, pelas vias legais do nascimento físico humano, está trazendo à existência na terra o seu próprio Filho, que se chamará Jesus.
Chegada a data de seu nascimento, Herodes, o Grande, o rei que representava o Império Romano na Judeia, procurou com todas as suas diligências aquela criança indesejada, a qual aspirava matar, motivo apresentado por ele para assassinar outras crianças inocentes.
No final da saga humana, na eternidade futura, Herodes ainda irá se encontrar e se ajoelhar perante aquela criança, cujos pais o levaram para o Egito, fugindo da astúcia e sanha criminosa desse rei. Só que em condições nada semelhantes àquele fatídico contexto histórico da região de Belém, da Judeia.
A História continua!
Conforme deixei indicado no texto anterior, Jesus é a figura central, em volta da qual todo o Plano de Deus foi idealizado e está sendo executado. Ele é a mente controladora por detrás de tudo. O legítimo e o representante por excelência da raça humana.
Na caminhada para a última semana de sua vida, e quando vai se aproximando a hora, Jesus vai viver, sozinho, os últimos e mais terríveis momentos de sua trajetória aqui na terra.
Jesus é o centro de todo o universo. Tudo está orbitando em volta dele. No palco, Jesus está atuando magistralmente! Ele vai realizar agora o maior, mais profundo, significativo e extraordinário ato jamais visto e protagonizado por qualquer espécie de ser.
Com sua batuta, regência, maestria e em unidade perfeita com o Pai, Jesus vai comandar, pessoalmente, os momentos finais e as horas mais difíceis do Plano Eterno de Deus.
Jesus era o ponto de convergência naqueles dias e detinha o controle absoluto de todas as coisas, acontecimentos e pessoas, quer estivessem conscientes disso ou não, de modo que fosse levado a efeito na sua inteireza o Plano de Deus - Jo 19.10-11.
Escribas, fariseus, sinédrio, sacerdotes, império romano, príncipes, rei, governador, discípulos, familiares, guardas romanos, autoridades de Israel, comandantes, reino das trevas, reino celestial, os universos físicos e espirituais, enfim, tudo! Todas as atenções estão voltadas para aquele personagem em Jerusalém naquele dia. Jesus comandava todo o espetáculo!
Sem nenhuma violência, através de sua morte voluntária e vicária, ele vai destronar Satanás do seu poder e proclamar a liberdade para o ser humano reencontrar-se com Deus.
Não eram marionetes! A liberdade de cada um estava preservada, sendo exercida livremente mas, a despeito disso, tudo deveria contribuir para o cumprimento do propósito eterno e soberano de Deus.
Tangendo o relato principal, dramas profundos de Jesus em conexão direta ou indireta com os seres, personagens, fatos, acontecimentos e momentos diversos relacionados a seguir, poderiam ser narrativas extraídas isoladamente de sua vida e acrescentadas legitimamente à sua história.
Jesus e os cravos da cruz;
Jesus e a viúva pobre no gazofilácio;
Jesus e o Monte das Oliveiras;
Jesus e o cálice da amargura;
Jesus e seu suor como sangue;
Jesus e os mestres da lei e os saduceus
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os tributos;
Jesus e os cambistas vendilhões no templo;
Jesus e o rei Herodes, o Grande;
Jesus e Pilatos;
Jesus e o rei Herodes, a Raposa;
Jesus e a mulher de Pilatos;
Jesus e as mulheres de Jerusalém;
Jesus e o centurião da crucificação;
Jesus e os ladrões crucificados;
Jesus e Nicodemos;
Jesus e José de Arimatéia;
Jesus e sua mãe;
Jesus e a Eira de Araúna (Monte do Templo);
Jesus e o Gólgota;
Jesus e a lavagem dos pés dos discípulos;
Jesus e a Via Dolorosa;
Jesus e Jerusalém;
Jesus e Pedro;
Jesus e a Santa Ceia;
Jesus e a queda dos soldados no Getsêmani;
Jesus e o galo cantador;
Jesus e as doze legiões (cerca de 82 mil) de anjos;
Jesus e o julgamento noturno ilegal;
Jesus e Judas;
Jesus e os guardas do sepulcro;
Jesus e Maria Madalena;
Jesus e João;
Jesus e os anjos na ressurreição;
Jesus e seus irmãos;
Jesus e o guarda esbofeteador;
Jesus e os sumos sacerdotes;
Jesus e Barrabás;
Jesus e os sacerdotes;
Jesus e Simão, o Cirineu;
Jesus e os soldados flageladores;
Jesus e o anjo consolador;
Jesus e Malco;
Jesus e o jumentinho (emprestado);
Jesus e o Templo;
Jesus e o proprietário do jumentinho;
Jesus e a meteorologia;
Jesus e o terremoto;
Jesus e os túmulos abertos;
Jesus e o jovem coberto com um lençol;
Jesus e os ressurretos;
Jesus e João Batista;
Jesus e o véu do templo;
Jesus e as falsas testemunhas de acusação;
Jesus e a figueira infrutífera;
Jesus e os anciãos dos judeus;
Jesus e as 30 moedas de prata;
Jesus e o carpinteiro da cruz;
Jesus e a coroa de espinhos;
Jesus e a lança que o traspassou;
Jesus e o homem com um cântaro de água;
Jesus e o frio do inverno;
Jesus e o dono do cenáculo;
Jesus e o Sinédrio;
Jesus e seu cansaço, desgaste e noite em claro - do Getsêmani à cruz;
Jesus e o Império Romano;
Jesus e os dois discípulos de Emaús;
Jesus e Tomé;
Jesus e o soldado que o traspassou;
Jesus e as profecias;
Jesus e os soldados que sortearam sua túnica;
Jesus e a Páscoa;
Jesus e suas vestes;
Jesus e o tecedor da coroa de espinhos
Jesus e a cruz;
Jesus e a sua sepultura (emprestada);
Jesus e o Pai;
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os ramos;
Jesus e sua alimentação na prisão;
Jesus e o vinagre;
Jesus e o fel;
Jesus e o Espírito Santo;
Jesus e as pedras que clamariam;
Jesus e os barquinhos no Mar da Galiléia;
Jesus e a bacia com água e a toalha;
Jesus e as duas espadas;
Jesus e as Escrituras;
Jesus e Satanás;
Jesus e os demônios;
Jesus e o vaso de alabastro (doado);
Jesus e Lázaro;
Jesus e o sol, a lua e as estrelas.
Esses detalhes devidamente abordados numa reflexão, certamente contribuiriam para fornecer um conhecimento e entendimento mais amplos e profundos do maravilhoso ser e figura singular que é Jesus.
Atos graciosos da vida de Jesus são profusos. Na sua singularidade foi o motivo da libertação de Barrabás e da reconciliação entre Herodes e Pilatos (Lc 23.12). Tal evento revela um pouco da riqueza benevolente do amor, paz, poder, humildade, caráter e influência que irradiavam de Jesus.
Agora, a última semana da vida de Jesus na terra está chegando ao fim.
Tudo deverá contribuir plenamente para o perfeito desenrolar e desfecho do Plano de Deus, com vista à redenção da humanidade e a aniquilação da essência do mal. O que, de fato, aconteceu! Tudo, como estava previsto. Deus vela pela sua Palavra para a cumprir - Jr 1.12.
No contexto desses últimos acontecimentos, Satanás e seus anjos prosseguem arregimentando seus agentes para conseguirem de Jesus a desistência de sua missão salvadora.
A antiga serpente estava jogando suas cartadas finais. Não era seu objetivo contribuir para a morte de Jesus. O que ela desejava era infligir sofrimentos intensos em Jesus com o objetivo de fazê-lo desistir da cruz.
Satanás instiga seus asseclas a acenarem para o Nazareno com a liberdade e o alívio das dores lancinantes que ele poderia obter ao descer da cruz. Sua maior esperança, que alimentava seus esforços e ataques, era que Jesus renunciasse ao sofrimento - Mt 16.23.
Quando Satanás imaginava ter obtido êxito, garantida a vitória e que tudo parecia ter chegado ao fim para Jesus, ele se depara com o silêncio demolidor do Filho de Deus. De nada adiantou! Jesus tinha decidido se entregar como um cordeiro mudo! Deus estava agindo de forma plena dentro de seu Plano Eterno.
À essa altura, pode surgir uma pergunta: - "Por que, então, Satanás usou Herodes para perseguir Jesus e levá-lo à morte"? "O rei ordenou a execução de todas as crianças de dois anos para baixo, pensando que, dessa forma, apanharia Jesus".
De fato, a lógica maligna da realidade era a seguinte.
Eliminar Jesus ainda criança atenderia aos propósitos do inimigo porque, assim sendo, ele (Jesus) não se ofereceria a si mesmo para o sacrifício, visto que, como criança recém nascida, não era dotado de capacidade de decidir pela razão. Jesus não possuía, ainda, vontade própria nem consciência para se entregar voluntariamente. Dessa forma, seu sacrifício seria ineficaz, visto não ter valor legal. Deus é justo!
Alguém pode argumentar: - "Mas, era Jesus! Ele tinha poder para fazer isso"! A despeito da autenticidade dessa afirmação, a verdade dominante é: Não! Ele não podia! Lembre-se de que Jesus era um ser humano completo e, nessa condição, ele não podia fazer isso! Possuía limitações como qualquer humano.
Não é muito difícil imaginar um diálogo que o Pai poderia ter tido com o seu Filho Jesus, por ocasião de sua entrega total para a morte, a qual foi motivo de seu pedido por três vezes, e sua agonia no Jardim do Getsêmani: - "Pai, se possível, passe de mim este cálice"! - Mt 26.39-44.
Efetivamente, não havia um possível "plano b"! Uma segunda opção. Nenhuma alternativa! Deus não tinha como inventar qualquer coisa de forma legal e justa. Só havia esse caminho!
É como se o Pai, respondendo, dissesse: - "Meu Filho, é impossível! A única maneira de aniquilar a essência do mal, redimir a humanidade e a natureza é entregar a sua vida! Você deverá fazer isso sozinho porque, se eu não abandoná-lo para esse ato, eu poupo a sua vida e a humanidade estará perdida para sempre".
E foi o que, realmente, ficou acordado e concluído no Getsêmani. Jesus confirmou a sua entrega ao Pai. Ele havia vindo para essa finalidade e esse momento.
Lembre-se de que, na verdade, quem está entregando Jesus à morte não é o diabo mas, o Pai e Ele (Jesus) mesmo! Ele disse: "... eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la..." - João 10.17-18.
Por isso, a luta de Satanás para fazer Jesus desistir do sofrimento e da cruz. Uma dessas ocasiões, por exemplo, foi bem clara! Pedro repreendendo Jesus para Ele não ir à cruz.
Atente para essa importante observação! Na tentação no deserto, o diabo não exigiu nenhum sacrifício de Jesus! Ao contrário; só acenou com facilidades! - Mt 4.1-10.
Guarde isso! A morte voluntária de Jesus na cruz era a derrota de Satanás. Por isso, o seu esforço para que Jesus não renunciasse a si mesmo nem se entregasse à morte.
Sem alternativas, ele se viu obrigado a prosseguir, oferecendo condições para o assassinato de Jesus, cujo crime lhe traria a derrota definitiva. Não deve ser esquecido que o Plano de Deus estava em curso (como ainda continua) e que o autor do pecado deveria provar o seu próprio veneno - Sl 7.16. Seria usado por Deus para promover a sua própria destruição, contribuindo efetivamente para a imolação do Cordeiro de Deus.
"Deus meu! Deus meu! Por que me desamparaste"? O Pai teve de desamparar o Filho, para que ele se entregasse completamente ao sacrifício. De outra forma, o Pai não o deixaria morrer. Mas, era necessário! Abraão entregou Isaque! Um ato profético! O Pai faria a mesma coisa!
Ao dar o brado "tudo está consumado" e expirar, Jesus conquista a vitória e toma de volta, legalmente, a chave das mãos do diabo. Isto é, Ele resgata o domínio legal e total do Criador sobre a raça humana e toda a sua criação, o qual Adão havia entregue a Satanás no Jardim do Éden - Cl 2.14-15.
Agora ele vai proclamar, de imediato, no mundo dos fisicamente mortos, a sua vitória plena e eficaz. Proclama que venceu e destruiu o diabo, que tinha o poder da morte e, consequentemente, possuía o domínio sobre a raça humana - Hb 2.14-15; Ap 1.18.
Levantai ó portas as vossas cabeças! Levantai-vos ó entradas eternas.... Sl 24.7-10.
Com essa atuação estupenda, magistral, única, colossal, singular e fenomenal, Jesus Cristo, sob os olhares de todo o multiverso animado e inanimado, conclui a parte do resgate da humanidade e de toda a criação para Deus, dentro de seu Plano Eterno.
Após essa proclamação portentosa, Satanás receberia o golpe fatal ao amanhecer do terceiro dia, quando Jesus foi poderosamente levantado do túmulo por Deus. Com a ressurreição, estava consumada e selada a sentença condenatória do diabo, que já havia sido decretada pelo Pai, o Deus Todo Poderoso, no seu Plano Eterno, bem como a anulação dos efeitos da morte, sua arma fatal,
Tendo conquistado, literalmente, todas as coisas, Jesus agora vai reinar assim, conforme registrado em 1Co 15.24-27, até concluir a destruição final das consequências da essência do mal, provocadas pela sua disseminação através do pecado, com dois efeitos retroativos, definitivos e eternos:
Primeiro, a destituição da essência do mal e seu poder destruidor e mortal, juntamente com o seu agente, Satanás;
Segundo, o resgate da oportunidade para o ser humano se voltar para Deus.
Considerações finais.
Precisam ser consideradas três etapas na obra de Jesus, como Deus, que ele é; e como representante legítimo da raça humana, ser humano que ele é; com a condição singular de ser o único santíssimo e impecável:
Primeira - a submissão do Cordeiro: desde sua disposição em descer à terra, renunciando momentaneamente à sua glória, em rendição completa, absoluta, perfeita ao Pai e, sacrificialmente, ao ser humano, na vida, no jardim e na cruz - Jo 1.29; At 8.32; 1Co 5.7; Fp 2.5-11; 1Pe 1.19;
Segunda - a missão e vitória do Cordeiro: conquistada e conseguida como resultado de sua entrega total, suplício, morte e ressurreição - Ap 5.6-14; e,
Terceira - a ira do Cordeiro: quando descer novamente à terra pessoalmente para destruir, literalmente, o domínio de Satanás, de seus agentes e reinos humanos perversos que, atualmente, ainda exercem sobre a humanidade dominada e cativa - Ap 6.16; 14.9-11; 17.14; 19.11-21.
Qual é o resultado, objetivo, consequência última do mal? É a morte, aniquilação, eliminação de toda a criação de Deus. Por isso, Jesus está reinando até que o Pai coloque debaixo dos pés dele todos os seus inimigos - 1Co 15.24-28.
Se Satanás usou a humanidade de Adão para disseminar o mal através do pecado, Jesus se humanizou para, através de seu corpo, destruir a raiz do mal, alimentadora do pecado.
Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, primeiro destruiu o diabo que tinha o poder da morte - Hb 2.14-15.
Finalmente, com a destruição da própria morte (1Co 15.26), Jesus, o Cordeiro de Deus, dará conclusão para a eternidade infinita, do extraordinário, secreto (talvez por isso, inúmeras vezes incompreendido), ignorado, profundo e extensivo PLANO ETERNO DE DEUS.
Glória, pois, ao Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, pelos séculos dos séculos!
4) Jesus Cristo - O Soberano Absoluto. O Supremo representante da raça humana.
"E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés... Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". - 1Co 15.24-28.
A responsabilidade pela criação e estabelecimento do ser humano no mundo na condição de pecador é de Deus. Contudo, Ele não é injusto. Possuindo um caráter total e plenamente justo, Deus não abdica de suas atribuições, respondendo, ele mesmo, pelas suas ações.
Por isso, também, Ele enviou Jesus para assumir e levar sobre si essa responsabilidade. A pesadíssima carga foi colocada sobre os ombros de Jesus. Deus não fica devendo nada a ninguém! Na verdade, ele assumiu tudo o que planejou! "Fez a ferida e a curará" - Os 6.1; Is 30.26; 52.13-53.12.
Em um esforço supremo, tente imaginar a extraordinária e magnífica importância do Plano Eterno de Deus. Era e é tão enorme, que foi necessária a encarnação de Deus, Jesus Cristo, sujeitando-se a grande e intenso sofrimento e morte cruel.
Com efeito, para a extinção da essência do mal no universo, a intervenção pessoal de Deus na raça humana se fazia imprescindível.
Nunca houve nem haverá em toda a história da humanidade e do universo algo semelhante, que se compare ao Plano Eterno de Deus. Ele é eterno e se estende de eternidade a eternidade. Ultrapassa os limites de todas as ciências e do conhecimento humano.
Da parte de Jesus, não foi apenas um sofrimento atroz, cruel, inimaginável! Nem, tampouco, apenas algo insuportável para o ser humano. Muito mais que isso! O que elevou ao infinito a aflição de Jesus como algo nunca imaginado por qualquer criatura humana, foi o fato de ser Ele o amoroso Criador daqueles que o supliciaram.
Essa condição, por si só, agravou infinitamente a dor profunda e a humilhação dele em seu martírio. Que sofrimento doloroso ele suportou ao ser totalmente desprezado, afrontado, abusado, torturado e morto pelo ser que havia criado com total, profundo e completo amor!
Nunca houve até então, nem nunca haverá fato semelhante a esse! Acontecimento singular, sem paralelo nem repetição em toda a história universal.
Como foi o processo?
Ao chegar a plenitude dos tempos, ou seja, o tempo certo, ideal, preparado, exato, marcado e determinado, Deus, então, dando prosseguimento à sua teodiceia, dentro de seu Plano Eterno, envia à insignificante aldeia de Nazaré da Galiléia, em Israel, um mensageiro angelical.
O anjo Gabriel visita a humilde cidade para noticiar a uma virgem mocinha, chamada Maria, pertencente à tribo de Judá, que Deus vai realizar uma incursão pessoal na terra. Mais propriamente, uma interferência na raça humana, fazendo brotar da raiz de Jessé um renovo.
Seria levado em consideração, no entanto, a existência de uma condição legal de entrada na terra: O planeta destina-se apenas ao ser humano e o meio para entrar nele é através do nascimento físico (Sl 115.16). Deus, então, providencia a concepção humana de Jesus, através do Espírito Santo colocando no útero de Maria a semente de vida.
A terra é, legalmente, de propriedade do ser humano, doada pelo próprio Deus. Ainda que, talvez, possa ser apenas como depositário mas, a posse legal é dele. E essa posse ele a entregou a Satanás, juntamente com o domínio de sua vida.
Como Adão foi o responsável pela queda do homem, isto é, quem entregou a Satanás legalmente, de sua livre e espontânea vontade, o direito de propriedade sobre a sua própria vida e, por descendência natural, a vida de toda raça humana, tornando-se ela escrava (2Pe 2.19), apenas outro ser humano poderia reaver esse domínio.
Observe que Satanás não forçou ou obrigou o homem. Ele apenas o iludiu, com base na cobiça do ser humano. Ele subjugou a si a humanidade! Usurpou através da sagacidade. Nos tempos antigos, quem conquistava um reino, não importando se à força ou não, tinha o domínio legal sobre ele.
Satã confessa isso quando disse a Jesus na tentação: "... Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser"! - Lucas 4.6. E Jesus não desmentiu o Tentador sobre essa entrega voluntária e legal que Adão lhe fez.
Satanás se enganou ao pensar que derrotaria Jesus, atacando-o com dúvidas a respeito de sua identidade eterna e de sua filiação ao Pai, utilizando sua arma mortal insufladora de desejos incontroláveis de apetites humanos de sobrevivência física. Ouviu o retumbante "...está escrito..."! - Mt 4.4.
Quando o adversário percebeu que Jesus utilizara a Palavra de Deus, quis alcançar supremacia usando, estrategicamente, a mesma fonte de autoridade aplicada pelo Mestre: a Palavra.
Entrementes, logo percebeu que distorcer a Palavra para o seu próprio Autor (o mesmo ardil que empregou com Eva, no Jardim) não lograria êxito frente à emenda contraditória e repressora de sua "interpretação" premeditada e maliciosamente deturpada das Escrituras - "... também está escrito..."! - Mt 4.7.
Satanás sofreu sua derrota devastadora no primeiro embate com Jesus, ao ouvir dele a ordem impositiva para se retirar, sob a sentença de que o Único que tem o direito de ser adorado é o Pai - "... Retira-te, Satanás, porque está escrito..."! - Mt 4.10.
Para efetivar o resgate, no entanto, a exigência, segundo a lei de Deus, era a expiação do pecado pelo sangue - Lv 17.11. De fato, "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22). O sangue para a redenção do ser humano precisava ser Inocente, puro e incontaminado.
A fim de não trazer em si mesma a natureza pecaminosa da raça humana contaminada pela ação de Satanás, o ente humano a ser gerado não poderia ser resultado da relação conjugal de um casal.
Objetivando não se contaminar com o pecado original que, imperiosamente, foi passado a todas as pessoas nascidas na terra, Jesus deveria nascer de uma virgem.
Assim, o Deus Todo-Poderoso, consegue, então, pelas vias legais, colocar na face da terra um homem puro; um ser humano sem contaminação. Deus, como é justo, não infringiu a lei que ele mesmo estabeleceu.
Dessa forma, Deus, pelas vias legais do nascimento físico humano, está trazendo à existência na terra o seu próprio Filho, que se chamará Jesus.
Chegada a data de seu nascimento, Herodes, o Grande, o rei que representava o Império Romano na Judeia, procurou com todas as suas diligências aquela criança indesejada, a qual aspirava matar, motivo apresentado por ele para assassinar outras crianças inocentes.
No final da saga humana, na eternidade futura, Herodes ainda irá se encontrar e se ajoelhar perante aquela criança, cujos pais o levaram para o Egito, fugindo da astúcia e sanha criminosa desse rei. Só que em condições nada semelhantes àquele fatídico contexto histórico da região de Belém, da Judeia.
A História continua!
Conforme deixei indicado no texto anterior, Jesus é a figura central, em volta da qual todo o Plano de Deus foi idealizado e está sendo executado. Ele é a mente controladora por detrás de tudo. O legítimo e o representante por excelência da raça humana.
Na caminhada para a última semana de sua vida, e quando vai se aproximando a hora, Jesus vai viver, sozinho, os últimos e mais terríveis momentos de sua trajetória aqui na terra.
Jesus é o centro de todo o universo. Tudo está orbitando em volta dele. No palco, Jesus está atuando magistralmente! Ele vai realizar agora o maior, mais profundo, significativo e extraordinário ato jamais visto e protagonizado por qualquer espécie de ser.
Com sua batuta, regência, maestria e em unidade perfeita com o Pai, Jesus vai comandar, pessoalmente, os momentos finais e as horas mais difíceis do Plano Eterno de Deus.
Jesus era o ponto de convergência naqueles dias e detinha o controle absoluto de todas as coisas, acontecimentos e pessoas, quer estivessem conscientes disso ou não, de modo que fosse levado a efeito na sua inteireza o Plano de Deus - Jo 19.10-11.
Escribas, fariseus, sinédrio, sacerdotes, império romano, príncipes, rei, governador, discípulos, familiares, guardas romanos, autoridades de Israel, comandantes, reino das trevas, reino celestial, os universos físicos e espirituais, enfim, tudo! Todas as atenções estão voltadas para aquele personagem em Jerusalém naquele dia. Jesus comandava todo o espetáculo!
Sem nenhuma violência, através de sua morte voluntária e vicária, ele vai destronar Satanás do seu poder e proclamar a liberdade para o ser humano reencontrar-se com Deus.
Não eram marionetes! A liberdade de cada um estava preservada, sendo exercida livremente mas, a despeito disso, tudo deveria contribuir para o cumprimento do propósito eterno e soberano de Deus.
Tangendo o relato principal, dramas profundos de Jesus em conexão direta ou indireta com os seres, personagens, fatos, acontecimentos e momentos diversos relacionados a seguir, poderiam ser narrativas extraídas isoladamente de sua vida e acrescentadas legitimamente à sua história.
Jesus e os cravos da cruz;
Jesus e a viúva pobre no gazofilácio;
Jesus e o Monte das Oliveiras;
Jesus e o cálice da amargura;
Jesus e seu suor como sangue;
Jesus e os mestres da lei e os saduceus
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os tributos;
Jesus e os cambistas vendilhões no templo;
Jesus e o rei Herodes, o Grande;
Jesus e Pilatos;
Jesus e o rei Herodes, a Raposa;
Jesus e a mulher de Pilatos;
Jesus e as mulheres de Jerusalém;
Jesus e o centurião da crucificação;
Jesus e os ladrões crucificados;
Jesus e Nicodemos;
Jesus e José de Arimatéia;
Jesus e sua mãe;
Jesus e a Eira de Araúna (Monte do Templo);
Jesus e o Gólgota;
Jesus e a lavagem dos pés dos discípulos;
Jesus e a Via Dolorosa;
Jesus e Jerusalém;
Jesus e Pedro;
Jesus e a Santa Ceia;
Jesus e a queda dos soldados no Getsêmani;
Jesus e o galo cantador;
Jesus e as doze legiões (cerca de 82 mil) de anjos;
Jesus e o julgamento noturno ilegal;
Jesus e Judas;
Jesus e os guardas do sepulcro;
Jesus e Maria Madalena;
Jesus e João;
Jesus e os anjos na ressurreição;
Jesus e seus irmãos;
Jesus e o guarda esbofeteador;
Jesus e os sumos sacerdotes;
Jesus e Barrabás;
Jesus e os sacerdotes;
Jesus e Simão, o Cirineu;
Jesus e os soldados flageladores;
Jesus e o anjo consolador;
Jesus e Malco;
Jesus e o jumentinho (emprestado);
Jesus e o Templo;
Jesus e o proprietário do jumentinho;
Jesus e a meteorologia;
Jesus e o terremoto;
Jesus e os túmulos abertos;
Jesus e o jovem coberto com um lençol;
Jesus e os ressurretos;
Jesus e João Batista;
Jesus e o véu do templo;
Jesus e as falsas testemunhas de acusação;
Jesus e a figueira infrutífera;
Jesus e os anciãos dos judeus;
Jesus e as 30 moedas de prata;
Jesus e o carpinteiro da cruz;
Jesus e a coroa de espinhos;
Jesus e a lança que o traspassou;
Jesus e o homem com um cântaro de água;
Jesus e o frio do inverno;
Jesus e o dono do cenáculo;
Jesus e o Sinédrio;
Jesus e seu cansaço, desgaste e noite em claro - do Getsêmani à cruz;
Jesus e o Império Romano;
Jesus e os dois discípulos de Emaús;
Jesus e Tomé;
Jesus e o soldado que o traspassou;
Jesus e as profecias;
Jesus e os soldados que sortearam sua túnica;
Jesus e a Páscoa;
Jesus e suas vestes;
Jesus e o tecedor da coroa de espinhos
Jesus e a cruz;
Jesus e a sua sepultura (emprestada);
Jesus e o Pai;
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os ramos;
Jesus e sua alimentação na prisão;
Jesus e o vinagre;
Jesus e o fel;
Jesus e o Espírito Santo;
Jesus e as pedras que clamariam;
Jesus e os barquinhos no Mar da Galiléia;
Jesus e a bacia com água e a toalha;
Jesus e as duas espadas;
Jesus e as Escrituras;
Jesus e Satanás;
Jesus e os demônios;
Jesus e o vaso de alabastro (doado);
Jesus e Lázaro;
Jesus e o sol, a lua e as estrelas.
Esses detalhes devidamente abordados numa reflexão, certamente contribuiriam para fornecer um conhecimento e entendimento mais amplos e profundos do maravilhoso ser e figura singular que é Jesus.
Atos graciosos da vida de Jesus são profusos. Na sua singularidade foi o motivo da libertação de Barrabás e da reconciliação entre Herodes e Pilatos (Lc 23.12). Tal evento revela um pouco da riqueza benevolente do amor, paz, poder, humildade, caráter e influência que irradiavam de Jesus.
Agora, a última semana da vida de Jesus na terra está chegando ao fim.
Tudo deverá contribuir plenamente para o perfeito desenrolar e desfecho do Plano de Deus, com vista à redenção da humanidade e a aniquilação da essência do mal. O que, de fato, aconteceu! Tudo, como estava previsto. Deus vela pela sua Palavra para a cumprir - Jr 1.12.
No contexto desses últimos acontecimentos, Satanás e seus anjos prosseguem arregimentando seus agentes para conseguirem de Jesus a desistência de sua missão salvadora.
A antiga serpente estava jogando suas cartadas finais. Não era seu objetivo contribuir para a morte de Jesus. O que ela desejava era infligir sofrimentos intensos em Jesus com o objetivo de fazê-lo desistir da cruz.
Satanás instiga seus asseclas a acenarem para o Nazareno com a liberdade e o alívio das dores lancinantes que ele poderia obter ao descer da cruz. Sua maior esperança, que alimentava seus esforços e ataques, era que Jesus renunciasse ao sofrimento - Mt 16.23.
Quando Satanás imaginava ter obtido êxito, garantida a vitória e que tudo parecia ter chegado ao fim para Jesus, ele se depara com o silêncio demolidor do Filho de Deus. De nada adiantou! Jesus tinha decidido se entregar como um cordeiro mudo! Deus estava agindo de forma plena dentro de seu Plano Eterno.
À essa altura, pode surgir uma pergunta: - "Por que, então, Satanás usou Herodes para perseguir Jesus e levá-lo à morte"? "O rei ordenou a execução de todas as crianças de dois anos para baixo, pensando que, dessa forma, apanharia Jesus".
De fato, a lógica maligna da realidade era a seguinte.
Eliminar Jesus ainda criança atenderia aos propósitos do inimigo porque, assim sendo, ele (Jesus) não se ofereceria a si mesmo para o sacrifício, visto que, como criança recém nascida, não era dotado de capacidade de decidir pela razão. Jesus não possuía, ainda, vontade própria nem consciência para se entregar voluntariamente. Dessa forma, seu sacrifício seria ineficaz, visto não ter valor legal. Deus é justo!
Alguém pode argumentar: - "Mas, era Jesus! Ele tinha poder para fazer isso"! A despeito da autenticidade dessa afirmação, a verdade dominante é: Não! Ele não podia! Lembre-se de que Jesus era um ser humano completo e, nessa condição, ele não podia fazer isso! Possuía limitações como qualquer humano.
Não é muito difícil imaginar um diálogo que o Pai poderia ter tido com o seu Filho Jesus, por ocasião de sua entrega total para a morte, a qual foi motivo de seu pedido por três vezes, e sua agonia no Jardim do Getsêmani: - "Pai, se possível, passe de mim este cálice"! - Mt 26.39-44.
Efetivamente, não havia um possível "plano b"! Uma segunda opção. Nenhuma alternativa! Deus não tinha como inventar qualquer coisa de forma legal e justa. Só havia esse caminho!
É como se o Pai, respondendo, dissesse: - "Meu Filho, é impossível! A única maneira de aniquilar a essência do mal, redimir a humanidade e a natureza é entregar a sua vida! Você deverá fazer isso sozinho porque, se eu não abandoná-lo para esse ato, eu poupo a sua vida e a humanidade estará perdida para sempre".
E foi o que, realmente, ficou acordado e concluído no Getsêmani. Jesus confirmou a sua entrega ao Pai. Ele havia vindo para essa finalidade e esse momento.
Lembre-se de que, na verdade, quem está entregando Jesus à morte não é o diabo mas, o Pai e Ele (Jesus) mesmo! Ele disse: "... eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la..." - João 10.17-18.
Por isso, a luta de Satanás para fazer Jesus desistir do sofrimento e da cruz. Uma dessas ocasiões, por exemplo, foi bem clara! Pedro repreendendo Jesus para Ele não ir à cruz.
Atente para essa importante observação! Na tentação no deserto, o diabo não exigiu nenhum sacrifício de Jesus! Ao contrário; só acenou com facilidades! - Mt 4.1-10.
Guarde isso! A morte voluntária de Jesus na cruz era a derrota de Satanás. Por isso, o seu esforço para que Jesus não renunciasse a si mesmo nem se entregasse à morte.
Sem alternativas, ele se viu obrigado a prosseguir, oferecendo condições para o assassinato de Jesus, cujo crime lhe traria a derrota definitiva. Não deve ser esquecido que o Plano de Deus estava em curso (como ainda continua) e que o autor do pecado deveria provar o seu próprio veneno - Sl 7.16. Seria usado por Deus para promover a sua própria destruição, contribuindo efetivamente para a imolação do Cordeiro de Deus.
"Deus meu! Deus meu! Por que me desamparaste"? O Pai teve de desamparar o Filho, para que ele se entregasse completamente ao sacrifício. De outra forma, o Pai não o deixaria morrer. Mas, era necessário! Abraão entregou Isaque! Um ato profético! O Pai faria a mesma coisa!
Ao dar o brado "tudo está consumado" e expirar, Jesus conquista a vitória e toma de volta, legalmente, a chave das mãos do diabo. Isto é, Ele resgata o domínio legal e total do Criador sobre a raça humana e toda a sua criação, o qual Adão havia entregue a Satanás no Jardim do Éden - Cl 2.14-15.
Agora ele vai proclamar, de imediato, no mundo dos fisicamente mortos, a sua vitória plena e eficaz. Proclama que venceu e destruiu o diabo, que tinha o poder da morte e, consequentemente, possuía o domínio sobre a raça humana - Hb 2.14-15; Ap 1.18.
Levantai ó portas as vossas cabeças! Levantai-vos ó entradas eternas.... Sl 24.7-10.
Com essa atuação estupenda, magistral, única, colossal, singular e fenomenal, Jesus Cristo, sob os olhares de todo o multiverso animado e inanimado, conclui a parte do resgate da humanidade e de toda a criação para Deus, dentro de seu Plano Eterno.
Após essa proclamação portentosa, Satanás receberia o golpe fatal ao amanhecer do terceiro dia, quando Jesus foi poderosamente levantado do túmulo por Deus. Com a ressurreição, estava consumada e selada a sentença condenatória do diabo, que já havia sido decretada pelo Pai, o Deus Todo Poderoso, no seu Plano Eterno, bem como a anulação dos efeitos da morte, sua arma fatal,
Tendo conquistado, literalmente, todas as coisas, Jesus agora vai reinar assim, conforme registrado em 1Co 15.24-27, até concluir a destruição final das consequências da essência do mal, provocadas pela sua disseminação através do pecado, com dois efeitos retroativos, definitivos e eternos:
Primeiro, a destituição da essência do mal e seu poder destruidor e mortal, juntamente com o seu agente, Satanás;
Segundo, o resgate da oportunidade para o ser humano se voltar para Deus.
Considerações finais.
Precisam ser consideradas três etapas na obra de Jesus, como Deus, que ele é; e como representante legítimo da raça humana, ser humano que ele é; com a condição singular de ser o único santíssimo e impecável:
Primeira - a submissão do Cordeiro: desde sua disposição em descer à terra, renunciando momentaneamente à sua glória, em rendição completa, absoluta, perfeita ao Pai e, sacrificialmente, ao ser humano, na vida, no jardim e na cruz - Jo 1.29; At 8.32; 1Co 5.7; Fp 2.5-11; 1Pe 1.19;
Segunda - a missão e vitória do Cordeiro: conquistada e conseguida como resultado de sua entrega total, suplício, morte e ressurreição - Ap 5.6-14; e,
Terceira - a ira do Cordeiro: quando descer novamente à terra pessoalmente para destruir, literalmente, o domínio de Satanás, de seus agentes e reinos humanos perversos que, atualmente, ainda exercem sobre a humanidade dominada e cativa - Ap 6.16; 14.9-11; 17.14; 19.11-21.
Qual é o resultado, objetivo, consequência última do mal? É a morte, aniquilação, eliminação de toda a criação de Deus. Por isso, Jesus está reinando até que o Pai coloque debaixo dos pés dele todos os seus inimigos - 1Co 15.24-28.
Se Satanás usou a humanidade de Adão para disseminar o mal através do pecado, Jesus se humanizou para, através de seu corpo, destruir a raiz do mal, alimentadora do pecado.
Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, primeiro destruiu o diabo que tinha o poder da morte - Hb 2.14-15.
Finalmente, com a destruição da própria morte (1Co 15.26), Jesus, o Cordeiro de Deus, dará conclusão para a eternidade infinita, do extraordinário, secreto (talvez por isso, inúmeras vezes incompreendido), ignorado, profundo e extensivo PLANO ETERNO DE DEUS.
Glória, pois, ao Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, pelos séculos dos séculos!
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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- 16 de outubro de 2017
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