Palavra do leitor
- 25 de outubro de 2023
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A inclusão e a igreja local: uma relação necessária
Introdução
Dentro do contexto eclesiástico, mais especificamente falando em igreja local, temos visto algumas reações antagônicas, em todos os sentidos. Existem aqueles que fecham os olhos para a realidade de que as igrejas não são inclusivas, existem aqueles que acham que suas igrejas são inclusivas pelo fato de haverem rampas, banheiros adaptados e etc… e existem aqueles que não se preocupam em pensar sobre o assunto, ou sequer os incomoda tal questão.
Inclusão, segundo (SASSAKI, 2006, p. 40), é: "... um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também da própria pessoa..."
Tendo em vista a definição acima, tomamos consciência que o processo de inclusão é algo necessário, e que deve ser pensado a luz das Escrituras e incorporado a nossa práxis missiológica e eclesial. Para tanto, precisamos responder a pelo menos duas perguntas que se seguem:
Porque deve haver inclusão nas igrejas locais?
Biblicamente falando, o processo de construção de um novo tipo de sociedade se dá através da regeneração do homem. Uma vez regenerado, esse homem, agora um novo homem, restaura as estruturas da sociedade corrompidas pelo pecado e levanta alicerces para uma sociedade mais humana, onde esses alicerces são demonstrações do amor a Deus e ao nosso próximo (cf. Mt 22.37-40; Gl 5.14). O processo de inclusão é ato de amor, um amor que se manifesta "por obra e em verdade" (cf. 1 Jo 3.18). Não é fingido (cf. Rm 12.9)! Não podemos passar ao largo diante da realidade da dor do outro (cf. Lc 10.30-31), não podemos negar a realidade do serviço cristão em amor, servindo às necessidades daqueles que necessitam ser incluídos, como também dos seus familiares (cf. Gl 5.13c). Segundo FERREIRA e FREITAS, 2021, "A maior prova de amor que se pode oferecer à uma pessoa com deficiência é dar-lhe oportunidade e condições de usufruir de tudo o que sente vontade de fazer, e não há outra maneira de se conseguir isso que não seja através do exercício da inclusão".
A Igreja sempre foi (re)conhecida por ser uma comunidade terapêutica, acolhedora e um refúgio para aqueles que se sentem desamparados, oprimidos e cansados. A comunidade da fé, que se reúne em torno e por causa da pessoa e da obra de Jesus Cristo, deve recuperar ou mesmo reafirmar, diariamente, o papéis pelos quais outrora fora conhecida. Esse reconhecimento da Igreja só se dá devido ao reconhecimento do Seu Senhor. Reafirmar e redescobrir essas coisas na práxis da Igreja local é encarnar a obra redentora de Jesus Cristo na história, é exercer ato profético em direção de uma igreja mais parecida com o seu Senhor e Salvador, uma igreja que ama, que acolhe, que sofre e que luta para o amenizar/e porque não cessar, a(s) dor(es) daquele(s) que sofre(m).
Como ocorre ou deveria ocorrer essa inclusão?
Uma vez estabelecida as bases do porque, passaremos agora ao como da inclusão. Na introdução do artigo, definimos o que significa inclusão. O que nos salta à definição apresentada é o fato de que a inclusão vai além da adequação física dos locais de culto. Vai além das rampas de acesso, dos banheiros adaptados, bebedouros adequados e etc; é um processo que transcende essas coisas, para além do físico. O processo de inclusão ocorre quando essas coisas são respeitadas, e em conjunto com elas, as obras de amor são manifestas na vida daquele(s) que são/e ou serão inclusos. Quando a Igreja local busca executar esse processo, se torna fato concreto que os sinais apresentados de que esse estado de coisas é assim na vida da igreja se dá por meio do serviço em amor (cf. Ef 6.7; 1 Co 16.14). E esse serviço vai para além do suprir as necessidades físicas, visa suprir as necessidades integrais do homem, buscando a restauração do homem todo. De modo que, onde houver uma rampa com corrimão, deverá haver também um acolher sincero e cheio de misericórdia. Somente por meio desse acolher sincero e cheio de misericórdia é que podemos construir uma sociedade mais humana e uma igreja bíblica, que fundamenta sua prática no serviço em amor.
Está atento a cada família, a cada pessoa, olhar com carinho e cuidado, entendendo o contexto familiar, as lutas, é um passo importante na busca por incluir essas pessoas. Deve-se tomar o fardo do outro, carregar o fardo do outro (cf. Gl 6.2). A nossa práxis de serviço em amor deve nortear todo o nosso caminhar! Diante da dor e do sofrimento daqueles que necessitam ser incluídos, e de suas famílias, não cabe em nós a indiferença, não há o mínimo espaço para qualquer coisa estranha ao ethos cristão. O serviço em amor começa em encarnar a dor do outro, se inserir nas lutas e na realidade do outro, sendo "sal e luz do mundo" (cf. Mt 5.13-14), buscando ser luz para àqueles que estão nas trevas do preconceito, do abandono e do medo.
Dentro do contexto eclesiástico, mais especificamente falando em igreja local, temos visto algumas reações antagônicas, em todos os sentidos. Existem aqueles que fecham os olhos para a realidade de que as igrejas não são inclusivas, existem aqueles que acham que suas igrejas são inclusivas pelo fato de haverem rampas, banheiros adaptados e etc… e existem aqueles que não se preocupam em pensar sobre o assunto, ou sequer os incomoda tal questão.
Inclusão, segundo (SASSAKI, 2006, p. 40), é: "... um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também da própria pessoa..."
Tendo em vista a definição acima, tomamos consciência que o processo de inclusão é algo necessário, e que deve ser pensado a luz das Escrituras e incorporado a nossa práxis missiológica e eclesial. Para tanto, precisamos responder a pelo menos duas perguntas que se seguem:
Porque deve haver inclusão nas igrejas locais?
Biblicamente falando, o processo de construção de um novo tipo de sociedade se dá através da regeneração do homem. Uma vez regenerado, esse homem, agora um novo homem, restaura as estruturas da sociedade corrompidas pelo pecado e levanta alicerces para uma sociedade mais humana, onde esses alicerces são demonstrações do amor a Deus e ao nosso próximo (cf. Mt 22.37-40; Gl 5.14). O processo de inclusão é ato de amor, um amor que se manifesta "por obra e em verdade" (cf. 1 Jo 3.18). Não é fingido (cf. Rm 12.9)! Não podemos passar ao largo diante da realidade da dor do outro (cf. Lc 10.30-31), não podemos negar a realidade do serviço cristão em amor, servindo às necessidades daqueles que necessitam ser incluídos, como também dos seus familiares (cf. Gl 5.13c). Segundo FERREIRA e FREITAS, 2021, "A maior prova de amor que se pode oferecer à uma pessoa com deficiência é dar-lhe oportunidade e condições de usufruir de tudo o que sente vontade de fazer, e não há outra maneira de se conseguir isso que não seja através do exercício da inclusão".
A Igreja sempre foi (re)conhecida por ser uma comunidade terapêutica, acolhedora e um refúgio para aqueles que se sentem desamparados, oprimidos e cansados. A comunidade da fé, que se reúne em torno e por causa da pessoa e da obra de Jesus Cristo, deve recuperar ou mesmo reafirmar, diariamente, o papéis pelos quais outrora fora conhecida. Esse reconhecimento da Igreja só se dá devido ao reconhecimento do Seu Senhor. Reafirmar e redescobrir essas coisas na práxis da Igreja local é encarnar a obra redentora de Jesus Cristo na história, é exercer ato profético em direção de uma igreja mais parecida com o seu Senhor e Salvador, uma igreja que ama, que acolhe, que sofre e que luta para o amenizar/e porque não cessar, a(s) dor(es) daquele(s) que sofre(m).
Como ocorre ou deveria ocorrer essa inclusão?
Uma vez estabelecida as bases do porque, passaremos agora ao como da inclusão. Na introdução do artigo, definimos o que significa inclusão. O que nos salta à definição apresentada é o fato de que a inclusão vai além da adequação física dos locais de culto. Vai além das rampas de acesso, dos banheiros adaptados, bebedouros adequados e etc; é um processo que transcende essas coisas, para além do físico. O processo de inclusão ocorre quando essas coisas são respeitadas, e em conjunto com elas, as obras de amor são manifestas na vida daquele(s) que são/e ou serão inclusos. Quando a Igreja local busca executar esse processo, se torna fato concreto que os sinais apresentados de que esse estado de coisas é assim na vida da igreja se dá por meio do serviço em amor (cf. Ef 6.7; 1 Co 16.14). E esse serviço vai para além do suprir as necessidades físicas, visa suprir as necessidades integrais do homem, buscando a restauração do homem todo. De modo que, onde houver uma rampa com corrimão, deverá haver também um acolher sincero e cheio de misericórdia. Somente por meio desse acolher sincero e cheio de misericórdia é que podemos construir uma sociedade mais humana e uma igreja bíblica, que fundamenta sua prática no serviço em amor.
Está atento a cada família, a cada pessoa, olhar com carinho e cuidado, entendendo o contexto familiar, as lutas, é um passo importante na busca por incluir essas pessoas. Deve-se tomar o fardo do outro, carregar o fardo do outro (cf. Gl 6.2). A nossa práxis de serviço em amor deve nortear todo o nosso caminhar! Diante da dor e do sofrimento daqueles que necessitam ser incluídos, e de suas famílias, não cabe em nós a indiferença, não há o mínimo espaço para qualquer coisa estranha ao ethos cristão. O serviço em amor começa em encarnar a dor do outro, se inserir nas lutas e na realidade do outro, sendo "sal e luz do mundo" (cf. Mt 5.13-14), buscando ser luz para àqueles que estão nas trevas do preconceito, do abandono e do medo.
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