Aplaina o teu caminho diante de mim. (Sl 5.8)

Jesus disse que o caminho que leva à vida é apertado e pouco frequentado (Mt 7.14). Portanto, eu não tenho o direito de alargá-lo nem para mim nem para os outros. Não posso pedir que Ele seja menos exigente, menos rigoroso, menos perfeccionista. Não posso pedir que Ele retire algumas leis do Decálogo e seja mais condescendente com a natureza humana.

Mas certamente eu posso pedir o mesmo que o salmista pediu: “Aplaina o teu caminho diante de mim” (Sl 5.8). O caminho continua sendo o caminho dele, traçado soberanamente por ele, não modificado nem adaptado por causa das minhas dificuldades pessoais. Não quero ser desobrigado de alguma coisa. O que peço a Deus é que ele torne plano o caminho, facilite a minha caminhada, remova as subidas e as descidas bruscas. Pois não quero abandonar o caminho dele em tempo algum. Quero que Deus me pastoreie, me alimente, me anime, me revigore, me perdoe e tenha sempre misericórdia de mim. Quero que meus companheiros de caminhada me deem a mão para seguirmos juntos, cantando, chorando, confessando e avançando rumo à Jerusalém celestial, cada vez mais visível, cada vez mais próxima.

No final das contas, quando eu peço a Deus: “Aplaina o teu caminho diante de mim”, estou pedindo que ele remova as montanhas imaginárias que eu mesmo coloco na trilha já apertada, isto é, as dificuldades que eu invento ou que eu amplio desnecessariamente. E também as montanhas que os fariseus de ontem e de hoje colocam sem autoridade alguma para apertar ainda mais o caminho, com o propósito de provocar desânimo e deserção.

Texto publicado no livro Um Ano com os Salmos. Editora Ultimato

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» O Caminho, Editora Ultimato.
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