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Foto: Devan Freeman / Unsplash

Por Esther Alves

Elevo ao Pai meu adeus, dolorido, relido, contado. Abatido, porém inquieto. Como meu espírito.

A Deus, coloco minha petição aos pés, porque clamo por um caminho. Em Suas mãos, machucadas, meu coração machucado. E por Sua voz sibiliando no vento frio dos fins de tarde clamo que leve a voz que ainda tanto vibra meu peito, costura meus pensamentos, arde e parte.

O amor deixou-me. Deixou-me forte, atenta, aberta. Perene. Serena. E por haver assim me posto, deixo meu amado, deixo suas roupas e meus discos. Deixo um caminho que amaria ter traçado. Me deixo nele, agradecendo porque todo amor é sempre crescimento.

Quero que meu adeus suba como oração. A Deus, meu peito (bi)lacerado, partido, sim, ao meio. Curiosa e lindamente, é a dor me abrindo o caminho. Orações e silêncio.

Adeus.

Esther Alves, 20 e tanto anos, musicista, chorona, gosta de cachorros e de pizza de abobrinha.

Nota:
Poema publicado originalmente no blog da autora.

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