Por Jeverton Magrão

Aqui já é amanhã, não faz sentido para você, caro leitor no Brasil? Estou cinco horas à frente no fuso. Com meus fones de ouvido desfruto da musicalidade de Ludovico Einaudi, pianista e compositor italiano. A música sempre me acompanha antes de dormir, principalmente a música clássica. Deitado em minha cama, estava viajando em meus pensamentos e lembranças de anos de caminhada.

Resolvi me levantar, abrir meu laptop, e lançar as palavras na tela em branco.

Lembrei-me da minha juventude, das caminhadas na areia da praia com meu saudoso pai, dos dias de surfe com os amigos que não encontro há muitos anos.

Fui jovem e agora sou velho…

A juventude e seu frescor, sua ousadia, sua intensidade, sua curiosidade, seus desafios, seus erros e acertos, a juventude é tempo de construir princípios sólidos.

“Jovens são o futuro e têm em suas mãos o poder de transformar o mundo” é o que escuto de muitas pessoas ao longo de anos. Eu sempre afirmei e seguirei afirmando que os jovens são o presente –presente esse que vivido com consciência de seu papel, conhecimento de seu potencial, mas principalmente de seus limites, e de sua finitude e dependência podem trazer transformação a vida de muitos que seguem buscando por algo que traga sentido, muitas vezes, ao longo de um caminhar solitário, confuso e sem perspectivas.

Eu sigo meus dias imerso nesse universo e sou grato por poder seguir convivendo e acompanhando jovens. Muitos desses nutrindo o anseio de se descobrir, de encontrar seu espaço, sua missão e o propósito de estar aqui nesse imenso planeta azul.

Seja em uma caminhada no parque em um lindo dia de verão aqui do outro lado do oceano, em um piquenique na beira do canal, ou mesmo em um inesperado encontro. Estar com eles é sempre um prazer, é sempre uma troca de experiências, é desafiador e contagiante.

Os jovens me contagiam, me inspiram e me fortalecem a seguir mesmo nos dias mais desafiadores. Por mais quantos anos? Isso não me incomoda. Sejam muitos ou poucos, vivo um dia de cada vez, certo que cumprirei o meu chamado.

Quero agradecer aos que fizeram parte da minha história e hoje estão construindo suas próprias histórias ao redor do mundo, aos que entraram na minha história e aos que ainda vão fazer parte dela.

Opa, esse papo todo é sobre mim? Não, esse papo é sobre você. Sim, você que segue e seguirá perfumando o mundo com as palavras vivas que transformaram a minha e a sua vida.

Palavra que, na cruz, revelou o amor, o sacrifício e a esperança.

Jovens ou velhos, sigamos nossa jornada gratos por cada novo amanhecer, gratos pelo dia de hoje e certos que ainda temos muita história para construir – histórias que se tornarão um dia doces lembranças.

• Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. É um apaixonado por quadrinhos e arte, e reside com a família na Bélgica.