O que aprendi em 2018
Por Jeverton “Magrão” Ledo
O ano de 2018 está com seus dias contados. E, como sempre, senta que lá vem mais uma retrospectiva. Não quero trazer à memória os fatos ocorridos, tão pouco apontar erros e fracassos ou lançar posicionamentos na folha em branco. Esses últimos são despejados por muitos nas tais redes sociais, e por muito pouco chegam ao extremo do desrespeito. A um oceano de distância, acompanhei escândalos, investigações, eleições e controvérsias. Dias atrás apaguei mais uma velinha. Agora são muitas velinhas… E o barco segue.
Aproveitei 2018 para reler livros que me trazem boas lembranças e muitas reflexões. Revisitei álbuns de bandas dos anos 1980 e 1990. Quanta coisa boa foi produzida!
Ganhei meu tempo reafirmando convicções. Essas construídas com esforço, esperança e através do contato com o próximo. Esse próximo com nome e sobrenome, mas que até alguns anos atrás era um completo desconhecido para mim.
Falo do meu pastor aqui na Bélgica, que a cada dia tem se tornado um amigo mais chegado que um irmão. Nos sentimos à vontade juntos, curtimos a companhia um do outro, mesmo quando estamos em silêncio. Mas o que isso tem a ver com a lição aprendida em 2018? A palavra-chave é comunhão.
Tenho desfrutado dessa comunhão com meu pastor. Um típico belga com seu jeitão aparentemente fechado, mas com um coração enorme e uma disposição que contagia até os mais sedentários. Exercendo o ministério há mais de 40 anos, é um pai dedicado, homem de honra e de valores inegociáveis. E ser pai de cinco filhos não foi e nem é tarefa fácil. Frente aos mais diferentes desafios, segue firme cumprindo a missão que não se vale de recompensas, elogios ou qualquer outra vantagem, mas que é sim marcada por dedicação, amor, respeito e esperança.
Em diferentes momentos, por um instante, pensei “chegou a hora, ele vai parar”. Mas não. Ele segue a jornada e me mostra que também não devo entregar os pontos, mas seguir. Ele se mantém aberto e sempre pronto a servir, conhece seus limites e fraquezas, e os assume de frente, sem medo. Não invade a vida de nenhuma ovelha do rebanho. E, por vezes, é apenas comunicado quando a decisão da ovelha -que se esquece e pensa que sabe tudo, que pode tudo e que tem uma visão além do alcance- já foi tomada.
Como foi bom observar e reafirmar para mim mesmo que estou seguindo os passos certos! Passos esses que enfrentam dias bons e outros não tão bons. Mas, se manter aberto e pronto para escutar, acolher e caminhar com o outro é a melhor escolha. Por vezes o outro quer seguir por si só, ser guiado por seus anos de experiência. Isso não deve nos tirar de nossa posição. Devemos perseverar, guardar a essência e a cada novo dia entender que dispor sua vida para o outro é o que de fato deve nos acompanhar no próximo ano que está quase por romper.
Desejo mais flores nos jardins
Desejo mais sorrisos
Desejo mais cabelos ao vento
Desejo mais respeito
Desejo menos intolerância
Desejo menos arrogância
Desejo menos achismos
Desejo menos de mim em mim
Desejo dias com cheiro de jasmim
E sim
Que completemos a jornada
Até que se diga fim…
- Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. Ele e a esposa estão na Bélgica, onde vão morar por um tempo.
Eduardo Henrique Rosa Nunes
Ótima reflexão meu querido, seguir ao lado de pessoas como você, nos motiva a sempre olhar para o alvo redentor!
Deus abençoe , saudades meu irmão..
Elisson Souza
Bacana o texto, meu amigo! Abraço!
Fran
Bravo!!
Meu 2018 será inspirado nessa premissa:
“Devemos perseverar, guardar a essência e a cada novo dia entender que dispor sua vida para o outro é o que de fato deve nos acompanhar no próximo ano”
Feliz 2019 para todos nós, irmão!
Francielle
“Devemos perseverar, guardar a essência e a cada novo dia entender que dispor sua vida para o outro é o que de fato deve nos acompanhar no próximo ano”
😍😍😍😍
Raquel Aguiar Rocha
Amém, texto lindo! 🙂
Antonia Leonora van der Meer
“Mas, se manter aberto e pronto para escutar, acolher e caminhar com o outro é a melhor escolha. ” Sempre gosto muito das reflexões do Magrão. E essa não é excessão à regra. Que possamos viver 2019 com a mente, o coração, os ouvidos e os braços abertos para o outro. Obrigada e Feliz 2019.
Isaque Viza de Souza
Obrigado, irmão. Um prazer ouvir sua experiência e aprender com ela. Que esse novo ano siga nos passos da sua poesia, com convite claro para mudanças mas com olhar atento às belezas no caminho da jornada. Que o bom Deus guie os nossos passos.
Grande abraço!