“Pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação”. Ap. 5:9b

Glória a Deus! Não há como iniciar este pequeno relato com outras palavras que não sejam essas. Glória a Deus! Pois de maneira graciosa Deus proporcionou aos participantes do Conplei Jovem 2018, na cidade de Santa Isabel do Rio Negro-AM, localizada no interior da floresta Amazônia e a 680 quilômetros de Manaus em direção ao Alto Rio Negro, dias que ficarão marcados na memória e no coração de cada um dos quase mil participantes.

A igreja Indígena Manain que recebeu o Conplei Jovem se mostrou acolhedora e muito amorosa. Isso ficou claro em cada momento destes 4 dias de congresso. A alegria e o amor com que os participantes eram servidos com certeza foi uma das marcas destes dias.

Outra característica deste Conplei foi o difícil acesso de todos os participantes de fora da cidade de Santa Isabel, só se chegava de avião ou algum tipo de embarcação como, voadeira, rabeta ou barco, porém percebemos o esforço de todos para participar desse momento, ouvimos alguns relatos de contratempos que impediram muitos de estarem presentes, mas no decorrer do Congresso vimos claramente que ali estavam “jovens fortes” que Deus escolheu para aquele momento.

Creio que a Palavra ministrada pelos excelentes servos de Deus veio como uma flecha certeira em cada coração. Os preletores Rev. Cácio Silva, da WEC-Brasil; Pr. André Aureliano, da igreja indígena do Areal de São Gabriel, da Cachoeira-AM; Pr. Márcio Leme, da APMT; Pr. Tiago Lee, missionário koreano; Pr. Joshua Chang, da Janela Verde; Pr. Daniel Poquiviqui, da Uniedas e Pr. Alceris, do Conplei foram homens usados por Deus para trazer a sua Palavra aos congressistas.

Uma marca que chamou a atenção dos congressistas não-indígenas é algo muito normal nos encontros indígenas: os jovens participantes têm idade aproximada de 0 a 100 anos. Quem caminha há um bom tempo com os irmãos indígenas não estranhou mais este costume. O jovem indígena vai, e com ele a família toda. Vimos muitos bebês nos colos das mamães, e  tivemos o privilégio de contar com um jovem de 92 anos, o Sr. Bruno Baré.

Ele foi um dos práticos (piloto) da missionária Sophia Müler, que trabalhou no rio Içana evangelizando as tribos Curipaco e Baniwa. Sophia iniciou seu trabalho nos anos 1950, e em 4 décadas deixou um legado de quase 200 igrejas plantadas e pastores indígenas treinados. Quase antes de falecer, uma repórter lhe perguntou como aconteceu seu chamado. Sophia respondeu “Eu jamais tive um chamado, li uma ordem e obedeci.”

Outro fato que mexeu muito com os corações de todos é que quando entrávamos no templo -muito lindo, diga-se de passagem- atrás do púlpito, na frente da igreja, estava escrito o versículo:“Pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação”. Não tinha como não se emocionar quando a Palavra de Deus era lida e ensinada.

Via-se nos olhos dos irmãos baré, piratapuia, werequena, curipaco, terena, baniwa, saterê, nadbë, yanomami, tukano e desano, que chegavam de embarcação de vários lugares da região do alto Rio Negro, o desejo de aprender desta Palavra. Os momentos de louvores a Deus, ministrados pelo Pr. Juliano Modolo com os irmãos da igreja local, eram algo de encher o coração de alegria, ao ver vários povos juntos adorando o Cordeiro.

No último dia, tivemos o batismo de quatro jovens da igreja local nas margens do Rio Negro, um cenário cinematográfico. Logo em seguida encerramos a manhã com a ministração da ceia do Senhor pelo Pr. Ricardo Poquiviqui, presidente do Conplei Jovem, novamente momento muito emocionante com todos os povos presentes participando da mesa do Senhor.

À noite, para encerrar com chave de ouro, a igreja e todos os presentes se emocionaram com o envio à igreja indígena Manain do pastor Jaime e família ao campo missionário, sua família e mais duas outras, estão indo plantar igreja em um lugar onde ainda não foram alcançados pelo evangelho. O pastor que plantou a igreja e ajudou no seu crescimento, agora esta sendo enviada pela mesma.

Não tem como terminar com outras palavras este pequeno relato, senão com as mesmas que comecei: Glória a Deus!

Veja abaixo fotos do Conplei Jovem 2018

  • Daniel Poquiviqui, indígena terena e pastor na igreja indígena Uniedas, em Campo Grande, MS.

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