“… a vida seria mais fácil se, de repente, eu morresse”?
Por acaso você já pensou que “a vida seria mais fácil se, de repente, eu morresse”? Ela já. Mulher. 28 anos. Solteira. Do interior de Minas. Cristã. Ela conta pra gente o motivo desse pensamento ter passado por sua cabeça, como vem superando a crise, e o papel de Cristo em meio a essas dificuldades.
Esperamos que esse relato possa te ajudar. Seja como alguém que passa pelos mesmos questionamentos, como quem conhece alguém que vivencia isso, ou como uma pessoa que deseja entender melhor como a igreja pode lidar com esses assuntos.
Você já teve vontade de tirar a própria vida. Por quê?
Não cheguei a pensar em como tirar minha vida, mas que a vida seria mais fácil se, de repente, eu morresse. Sei que o pensamento poderia “amadurecer” e se tornar um desejo para o suicídio. Mesmo não tendo um diagnóstico, creio que tive depressão.
Este pensamento veio porque achei que minha vida não ia pra frente. Vivi muito tempo com autoestima baixa, o que facilitava o pensamento de fracasso em todas as áreas da vida.
Que pensamentos e sentimentos vieram ao seu coração e mente no momento da crise?
Tristeza, desânimo, ansiedade. Sair de casa se tornou quase um martírio. Fora que sentia uma culpa muito grande por dentro, e não sabia o motivo de me sentir assim.
Como você está hoje? Você que acha que já superou a crise? O que a ajudou a superá-la?
Desde o ano passado, tenho passado por um processo de cura. Comecei a participar de um grupo de oração, e os momentos em que nos reunimos serviram de terapia. O objetivo do grupo era a oração pela vida sentimental, mas para mim acabou indo além, porque também pude ter um tempo para fazer uma análise de como estava a minha vida como um todo. Também li um livro de Joyce Meyer, “O vício de agradar a todos: liberte-se da necessidade de aprovação”, que me ajudou bastante, pois fez com que eu enxergasse que precisava dar um outro rumo na vida, precisava parar de me sentir culpada sem motivos e de querer agradar às outras pessoas.
Há quatro meses tenho feito terapia – algo que queria fazer há um tempo. Nas sessões, pude perceber que a maior mudança que precisava fazer era em mim mesma, pois, indiretamente, gostava de culpar os outros pelos meus problemas. Tenho tido um bom progresso, sou outra pessoa. Hoje gosto mais de mim mesma, me importo em fazer as coisas para me agradar. É um passo de cada vez e o meu desejo é de melhorar cada vez mais e mais.
Não poderia deixar de dizer que por trás de tudo isso, há o mover de Deus. São momentos e pessoas que Ele têm usado pra operar essa cura. Sou muito grata a Deus.
Que conselhos você daria para que os jovens que leem seu testemunho?
Deus nos conhece de uma maneira que está muito além do nosso entendimento. Ele sabe que, como humanos, somos falhos, e que a cada dia as coisas têm sido difícil para nós. E por Ele nos conhecer tanto, eu digo que não há vergonha nenhuma em pensar no suicídio ou ter doenças da alma (depressão, entre outras). O problema é você não fazer nada para que essa “bagagem” seja despachada. Procure ajuda de um psicólogo – com quem você se sinta bem e que respeite suas crenças – e tente fazer as pazes com seu “eu” interior. E, o mais importante, não deixe de servir a Deus.
Como sua fé em Cristo tem ajudado você a superar suas dificuldades?
Poderia ter desistido várias vezes, mas mesmo nos momentos em que achava que não tinha força, eu buscava a Deus. E Ele me ouviu. De alguma forma, sabia que a solução para meus problemas estava em Deus. Sou convertida há 15 anos e há 12 sou membro da Assembleia de Deus, tive muitas experiências com o Senhor e acredito que isso tenha me dado forças em um momento tão crucial.
Se você passou por algo parecido e deseja contar sua história para encorajar quem está lidando com essas questões, escreva pra gente: juventudes@ultimato.com.br
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