ult_jovem_09_09_16_busca-amorhomePor Fábio Mendes

Quanto maior é a busca por uma pessoa para amar e ser amada, maior é o vazio que existe no coração. Tratamos aqui, especificamente, sobre as versões atuais de um relacionamento conjugal (ficar, namorar, casar). Uma vida que “busca desenfreadamente” ser amado/a por alguém, ainda que seja pelo príncipe encantado ou pela mulher ideal, nunca poderá ser saciada.

O amor exigido à força, buscado à todo custo, seja por meio do investimento na estética ou na lábia, acionado pelo destino ou pela profetada, nunca será amor de fato. Essa busca é perigosíssima, pois oculta dentro da pessoa uma necessidade não suprida, esconde a covardia da solidão, e anuncia uma fome insaciável por algo que supra um interior cansado.

A relação entre amantes não deve ser regida pela lógica da busca, mas sim pela lógica do encontro. Primeiro, é preciso encontrar-se com Deus e consigo mesmo: um processo lento, maduro e desinteresseiro. Aí sim, o encontro com o/a amado/a torna-se viável, na base da tranquilidade, sem pressa e afastado do desespero interior.

Mas quem está disposto a ser encontrado por Deus e encontrar-se com o próprio eu sem máscaras? Ser aceito pelo amor de Deus e aceitar-se em amor do jeito que é? É mais fácil o caminho da busca, da caça, da loucura de tentar, uma pessoa aqui e outra ali, vivendo relacionamentos de temporada, pra quem sabe um dia, não mais sentir condenado à solidão do eu.

Há pessoas que se especializaram na busca amorosa, evidenciando, assim uma das marcas de nossa geração: um busca que nunca termina, que nunca supre, que promove mais desencontros do que encontros e que nunca alivia a alma.

Publicado originalmente em fabiomendes.tumblr.com.

Foto: Wilson Sanchez / Unsplash.com

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