‘O tubo’, por Misty

‘O tubo’, por Misty

Hoje é o Dia Mundial da Água. Por isso, publicamos aqui o relato da experiência na COP21 [Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas] da jovem Aline Porteous, ecologista marinha em início de carreira. Após ter-se formado em Ecologia e Meio Ambiente, teve formação em pesquisa ecológica nas barreiras de corais em Madagascar. Atualmente, Aline é estagiária de A Rocha Internacional, encontra-se na França ajudando a estabelecer um projeto marinho no Mar Mediterrâneo.

Aline reconhece a grandeza do problema. No entanto, mais do que isto, ela nos lembra o que os cristãos nunca deveriam ter esquecido.

 

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Por Aline Porteous

Le Bourget, Paris. O centro da atividade mundial. À entrada me dão uma maçã. Orgânica, claro. Percorro o meu caminho por meio das bandeiras de várias nações em direção às portas, apanhada numa multidão de jovens modernos. É então que percebo – todos têm crachás menos eu. Entrada errada. Percorro o caminho em direção ao fundo, para uma espécie de tenda temporária atrás de portões fechados, onde pessoas normais sem crachás esperam que as deixem entrar.

No dia 4 de dezembro tive a oportunidade de assistir a uma conferência. O propósito: a agenda da COP21 relativa ao avanço dos oceanos e às mudanças climáticas. Uma grande variedade de palestrantes de organizações importantes, presidentes e políticos estavam assistindo, todos ali para defender o foco nos oceanos dentro das negociações relativas às mudanças climáticas. Foi dada mais atenção à proteção das nossas utilidades/serviços, dos humanos, em vez da atenção sobre as ameaças associadas às mudanças climáticas. Preocupações com a subida do nível da água do mar, que devora as terras das pessoas, com ilhas inteiras a ficarem debaixo de água ainda durante a minha vida. Preocupações sobre a pesca e a segurança alimentar. Ameaças até ao oxigênio que respiramos. Com muito pouca ênfase na proteção da biodiversidade.

No dia seguinte, A Rocha organizou uma conferência em Paris, para incentivar os cristãos a pensar e agir de acordo com os problemas relacionados às mudanças climáticas. Foi dada muita importância à justiça social e ao pedido para que os cristãos cuidassem da criação de Deus. De toda a criação de Deus.

Aqui está um vídeo [em inglês] da conferência A Rocha, em Paris:

A Rocha @ COP21 from A Rocha International on Vimeo.

Aqui estou eu, com a minha camiseta de voluntária (com a Sarah French), mostrando o quão feliz estava por estar ali!!

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Dois ângulos muito diferentes para um problema muito grande. Na COP21, a pressão está sobre nós. Temos que salvar-nos a nós mesmo. Somos os heróis e os vilões, os culpados e a solução. Imaginem o que sentirão os líderes mundiais quando se deitam à noite. São apenas homens e mulheres, com o peso do mundo às costas. Não são deuses. Não são salvadores. Culpados, sim. Tal como eu. Mas soluções – como poderiam alguma vez estar à altura da dimensão das implicações das mudanças climáticas? Podem eles recuar com os oceanos? Conseguem multiplicar peixes? Conseguem agir de uma forma completamente justa e no interesse de toda a população?

Quem mediu as águas na concha da mão,
    ou com o palmo definiu os limites dos céus?
Quem jamais calculou o peso da terra,
    ou pesou os montes na balança
    e as colinas nos seus pratos?
Quem definiu limites para o Espírito do Senhor,
    ou o instruiu como seu conselheiro?
A quem o Senhor consultou que pudesse esclarecê-lo,
    e que lhe ensinasse a julgar com justiça?
Quem lhe ensinou o conhecimento
    ou lhe apontou o caminho da sabedoria?

Na verdade as nações são como a gota que sobra do balde;
    para ele são como o pó que resta na balança;
    para ele as ilhas não passam de um grão de areia.
Nem as florestas do Líbano seriam suficientes para o fogo do altar,
    nem os animais de lá bastariam para o holocausto.
Diante dele todas as nações são como nada;
    para ele são sem valor e menos que nada.  (Isaías 40.12–17)

Há um Deus que faz que esse problema pareça pequeno. Estas simples palavras apontam para a sua grandeza. A solução para os nossos problemas é Jesus. Apenas ele pode salvar-nos. Ele dá-nos o seu Espírito Santo, que nos capacita a trazer o reino de Deus à Terra. É nisso em que deposito a minha esperança.

Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós […] (Efésios 3.20)

Até hoje, este versículo surgiu em alguns pontos cruciais da minha vida. A minha imaginação é muito fértil e passo muito tempo a pensar em como seria se o reino de Deus descesse à Terra. No entanto, não há forma de a minha imaginação chegar às profundezas daquilo que Deus está fazendo; a beleza do seu plano de salvação, os impressionantes objetivos e planos que ele tem para o seu amado planeta. Ele faz com que os corações ajam em todo o mundo, gerando esperança. As pessoas erguem-se, reconhecem-no e dependem do seu poder. Espero estar entre elas.

  • Aline Porteous é uma ecologista marinha em início de carreira. Após ter-se formado em Ecologia e Meio Ambiente, teve formação em pesquisa ecológica nas barreiras de corais em Madagascar. A sua primeira experiência com A Rocha levou-a ao Quênia, onde participou na numa investigação sobre a biodiversidade marinha em 2015. Agora estagiária de A Rocha Internacional, encontra-se na França ajudando a estabelecer um projeto marinho no Mar Mediterrâneo. Leia o blog de Aline Porteous.


Créditos:
Imagem pequena: ‘O tubo’, por Misty
Tradução : Tânia Martins / Vinicius Gripp Ramos
Texto publicado originalmente no blog de A Rocha Internacional, com o título .

Conheça também o blog de A Rocha Brasil.

 

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