Jeremias não usava Snapchat!
Quando pensávamos que nada mais poderia ser inventado na internet, eis que somos surpreendidos novamente com o bombástico “snapchat”. Uma mídia social de interação instantânea, com o foco em fotos e vídeos, um baixo (ou nenhum) espaço para textos e o grande diferencial que é ser uma rede de curta memória, pois as postagens possuem apenas duração de 24 horas e após esse período elas são apagadas, simplesmente somem e não podem mais ser acessadas.
Acho isso incrível, pois revela muito a característica de nossa época, marcada pela capacidade de memória descartável, ou memória curta. Vivemos em um tempo onde o incentivo a memórias de longo prazo vai caindo no esquecimento. Tudo tem que ser rápido e instantâneo pouco a pouco, vamos rompendo com o valor do passado, das tradições e da memória, pois o que importa mesmo é o momento presente.
Em épocas de “memórias líquidas” (pegando o gancho da “Modernidade Líquida” do sociólogo Zygmunt Bauman), gosto de olhar para a tradição judaico-cristã e seus personagens. Eles me ajudam a perceber a importância da memória na vida de um homem e de uma nação, a importância de olhar para trás e assim visualizar o que vem pela frente.
“Quero trazer a memória aquilo que me traz esperança”, palavras do profeta Jeremias. Esse aí andou no contra fluxo do snapchat. Ele era mais da pegada do Instagram, do Ttwitter. Curtia sempre postar uma foto com a tag #tbt (throwback thursday). Jeremias, assim como tantos outros, sabia a importância de ter uma memória viva que era revisitada a todo instante para se lembrar dos feitos de Deus na história do seu povo e em sua própria vida.
Em épocas de memórias líquidas, prefiro ficar com um homem de memórias sólidas, um homem que sabia que as lembranças constituem uma casa que deve ser revisitada a todo instante, pois nos fornece base para enxergar o futuro. É o paradoxo de andar para frente, olhando para trás.
Mas antes que eu me esqueça: anote aí meu snapchat: CalebeRibeiro.
Pode dar uma moral aí para o irmão, indo lá e me adicionando como amigo, vamos compartilhar experiências, mas que logo sejam esquecidas!
• Calebe Ribeiro é um dos pastores de jovens da Igreja Presbiteriana do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ). É também missionário da Missão Jovens da Verdade.
Lucas da Silva Brandão
Não parece um pouco contraditório, uma meditação tão linda e no final ao invés de fortalecer a ideia central do texto de memórias vivas e compartilhar o próprio instagram ou twitter dele, acabar em divulgar o próprio Snapchat?
Tá mais pra uma meditação “Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.”
Alberto Lins
Excelente texto,
que possamos não apenas ter memórias sólidas, mas relacionamentos sólidos, li uma frase que diz “Em época de Hi Tech sejamos Hi Touch”.
Que as novidades dos posts e redes sociais, não apaguem a importância de um abraço e uma boa conversa ao redor da mesa.
Sou um grande apreciador de café, costumo convidar amigos para tomar um bom café e partilhar a vida, chamamos de “Café com Graça” incontáveis vezes essas conversas ministram a minha vida e a vida de muitos amigos.
Daniel
O começo do artigo até que tava interessante.. Mais depois ficou bem vazio.. Não acrescentou em nada.