Por que sou cristão?
A princípio, preciso dizer que o motivo de eu ser cristão ancora-se em uma fé pessoal e intransferível concedida a mim pelo Espírito Santo. Neste sentido, a fé me prova a existência da divindade judaico-cristã, porém, pelo fato da fé ser um tipo singular de evidência, ou seja, por ela provar somente para quem a detém, então, não posso tecer justificativas transcendentais para demonstrar a viabilidade racional da minha fé.
Visto isso, preciso identificar os fatores racionalmente plausíveis e os elementos cientificamente mensuráveis que estão anexos à centralidade espiritual da minha crença, a fim de que eu possa minimamente apresentar um conjunto de razões epistemologicamente confiáveis que ratifiquem a coerência de se acreditar naquilo em que acredito. Então, guiarei esta reflexão por meio das repostas de duas perguntas:
Por que devo acreditar que existe um criador consciente e inteligente?
1 – Porque se um criador com estas características não existisse, o universo e a vida teriam que, inevitavelmente, ter surgido da obra explosiva e acidental do acaso, o que, paradoxalmente, não poderia produzir dois fatores que foram produzidos: construção de estruturas e organização da construção. Podemos exemplificar esta consideração na seguinte hipótese: a explosão de uma sala com páginas soltas e dispersas em todo o seu espaço não poderia jamais produzir a impressão de um livro qualquer e, nem muito menos, gerar a ordem exata de suas palavras como em um dicionário.
2 – O contrário desta impossibilidade chama-se design inteligente. É só olhar para a estrutura construída e observar cientificamente sua funcionalidade exata: o planeta Terra tem uma inclinação de 23,5 graus, o que é ideal para haver regulação do calor. Se a inclinação fosse aumentada pra 45 graus, os verões seriam quentes demais e os invernos frios demais. Se a inclinação fosse diminuída, pra 0 graus, o equador seria quente demais, e os polos – norte e sul – seriam frios demais; se o tempo de rotação deste planeta fosse diminuído em 01 décimo, os dias e as noites seriam 10 vezes mais longos, o que inviabilizaria progressivamente a manutenção da vida sob a luz solar e o frio da noite; a atmosfera terrestre tem uma espessura de 480km, o que é ideal para impedir que a chuva diária de meteoritos penetre em suas camadas superiores e chegue à nossa troposfera. Calcula-se que há cerca de 2 milhões de variáveis diretas e indiretas que permitem a existência da vida na Terra.
3 – Além de tudo isto, a existência de um criador está substancialmente de acordo com um postulado científico universalmente aceito. Se considerarmos a Lei da Biogênese de Pasteur, que diz que a vida só pode ser gerada a partir de outro organismo vivo, o conceito evolucionista de que a matéria inanimada e inorgânica produziu vida e seres vivos complexos é desmontada categoricamente, ao passo que a teoria criacionista de que um Deus vivo pariu todas as formas de vida existentes se encaixa perfeitamente nesta lei. Enquanto a Lei da Biogênese estiver em vigor científico, não há outra possibilidade para a causa da bioexistência.
4 – Por que se eu não acreditar que existe um criador consciente e inteligente, eu, inevitavelmente, só poderei acreditar que a razão da minha existência é o produto de uma casualidade, o que, consequentemente, deve me levar a concluir que a minha crença é um subproduto do acaso, o que, coerentemente, precisa me convencer de que não é razoavelmente inteligente acreditar que pensamentos desta natureza, isto é, subprodutos acidentais, possam ser verdadeiros no que tange ao primeiro acidente. Seria como esperar que a forma acidental tomada pelo leite esparramado pelo chão, quando você deixa cair a jarra, pudesse explicar como a jarra foi feita e porque ela caiu.
Por que preciso crer que este criador é o Deus revelado na Bíblia?
1 – Se a Bíblia, de fato, revela a existência de um criador ou, melhor, se este criador, que se autoproclama como Deus, se revelou por meio da Bíblia, então, esta fonte autobiográfica, necessariamente, precisa apresentar em seu conteúdo dados fidedignos no que concerne à obra deste criador. Falo do universo e da natureza. Se houver uma única informação científica inverídica sequer na Bíblia, isto pode ser o suficiente para desacreditá-la por completo. Faço o desafio:
O cálculo mais preciso a respeito do tamanho do Sol concluiu que o nosso “astro rei” tem 696.342 quilômetros de raio – com margem de erro de 65 km, ao passo que a Lua, nosso satélite natural, tem um diâmetro de aproximadamente 3.476 km. Portanto, o Sol é consideravelmente maior que a Lua. E é exatamente isto que a Bíblia afirma: “Fez Deus os dois grande luzeiros: o MAIOR para governar o dia, e o MENOR para governar a noite; e fez também as estrelas.” (Gênesis 1:16)
Até 1687, quando Isaac Newton descobriu “a lei da gravitação universal” e provou que a terra flutua no universo, as pessoas não acreditavam neste fato com tanta veemência. O interessante é que esta descoberta já estava patenteada na Bíblia: “Ele estende o norte sobre o vazio e faz pairar a terra sobre o nada.” (Jó 26:7)
Antes mesmo do navegador Fernão de Magalhães comprovar a teoria de Nicolau Copérnico em paralelo com Galileu Galilei, que asseverava que a Terra é redonda, a Bíblia repetiu a veracidade deste fato por três vezes, embora alguns filósofos gregos tenham levantado hipóteses nesta mesma direção: “Traçou um círculo à superfície das águas, até os confins da luz e das trevas.” (Jó 26:10). “Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar” (Isaías 40:22)
Será razoável acreditar que todas estas asseverações foram produzidas a partir de uma observação primitiva ou que representam um conjunto de golpes de sorte perfeitamente certeiros? É óbvio que não. Este conjunto de informações só pode ser fruto de revelação por parte do criador, assim como só um relojoeiro pode apresentar os detalhes de seus relógios de forma tão “acertiva”. E isto não é tudo. Portanto, convido você a ir além e continuar perscrutado a ciência contida na Bíblia a fim de experimentá-la mediante crivos científicos universalmente aceitos.
2 – Iniciado formalmente em 1990, O Projeto Genoma Humano foi coordenado por 13 anos pelo Departamento de Energia do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. O projeto originalmente foi planejado para ser completado em 15 anos, mas o desenvolvimento da tecnologia acelerou seu final para 2003. As principais metas do Projeto Genoma Humano foram: identificar todos os genes humanos; determinar a sequência dos cerca de 3,2 bilhões de pares de bases que compõem o genoma do Homo sapiens; armazenar a informação em bancos de dados. Você sabe qual foi a última e mais importante conclusão do PGH? Leia você mesmo: “O verdadeiro Adão viveu na África, cientistas sustentam que toda a humanidade descende de um ancestral comum.” (Jornal O Globo, de 25 de dezembro de 2002, Coluna: Ciência e Vida). Dispensa comentários.
3 – Considerando que o episódio da “Ressurreição de Jesus” é a centelha primordial que dá vazão à formulação do cristianismo, vou indicar aspectos historicamente relevantes em seu contexto, a fim de que a realidade deste evento seja exposta por meio de parâmetros lógicos. O que vou demonstrar, portanto, prova que, em hipótese alguma, houve um complô para arranjar e forjar a possível ressurreição de Cristo:
Em primeiro lugar, o fato da narração do episódio da ressurreição se dá em quatro fontes diferentes (Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João), permitiu que houvesse pequenas discrepâncias entre uma fonte e outra, como a quantidade de mulheres e anjos presentes no episódio. Assim, se os discípulos quisessem montar uma história irreal de ressurreição, eles entrariam em acordo para jamais deixar que estas contradições existissem, ou seja, elas só existem porque, ao observar um fato qualquer, é natural que haja o fator “ponto de vista”, que diferencia um testemunho do outro (Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-8; Lucas 24:1-12; João 20:1-10).
Além disto, os quatro evangelistas afirmam que as primeiras pessoas que testemunharam a Ressurreição de Jesus foram mulheres. Entretanto, até o primeiro século, as mulheres não tinham um depoimento válido perante um tribunal, isto é, não tinham qualquer credibilidade para serem testemunhas. Novamente, se os 11 discípulos desejassem produzir um falso acontecimento a fim de aliciar mais fiéis, eles nunca escreveriam que foram mulheres as testemunhas que presenciaram os primeiros momentos da ressurreição.
Em terceiro lugar, que Jesus morreu crucificado, até os mais acirrados céticos e críticos da literatura bíblica são categóricos em concordar. Então, dizem estes teóricos, que os discípulos de Cristo, para apagarem a vergonha da cruz para o cristianismo, tentaram reverter o quadro, tecendo o episódio da ressurreição. Ora, isto seria uma estupidez dantesca, pois nenhuma nação ou cosmovisão religiosa daquele tempo aceitava a ressurreição como uma possibilidade. Em vez disto, os discípulos, com certeza, escolheriam a metempsicose ou teoria da transmigração da alma, acolhendo os egípcios, gregos, romanos, pitagóricos etc, ou a imortalidade da alma, ganhando os platônicos, ou ainda mesmo a reencarnação, convencendo a civilização persa, dentre outras. A ressurreição era uma doutrina rejeitada por todos os filósofos e teólogos de todas as culturas do primeiro século.
Os médicos judeus eram recorrentes em acreditar que um corpo inconsciente, embora pudesse estar morto, poderia também estar em coma reversível até no máximo três dias. Se os discípulos de Jesus quisessem pleitear sua ressurreição de forma criminosa, eles não colocariam o intervalo entre a morte e a ressurreição de Jesus em um prazo compreendido de três dias, mas no mínimo de cinco dias.
4 – Jesus possui uma influência singular em todas as cosmovisões religiosas de grande porte posteriores a ele. Aparentemente, nenhuma religião depois do primeiro século conseguiu consolidar suas doutrinas sem se deixar levar pelas bandeiras ímpares que Jesus Cristo levantou. O Espiritismo de Allan Kardec tem Jesus em seu “Livro dos Espíritos”; O Livro de Mórmon conseguiu criar outro evangelho, porém, sem se desvincular da pessoa de Cristo; O Alcorão registra que Jesus foi o penúltimo profeta enviado por Deus ao mundo, ou seja, o último antes de Maomé. O budismo e o hinduísmo, por serem anteriores à Cristo, não o mencionam em seus escritos, embora o tratem como mestre indispensável à história. E falando em história, é o nascimento de Jesus (um homem qualquer?) que a divide. É a cruz que está pregada em tribunais de justiça mesmo em países laicos como o nosso; é sobre a Bíblia que juram as testemunhas dos crimes julgados. Tudo isto me parece o cumprimento progressivo de uma profecia que o próprio Jesus proferiu a respeito de si mesmo: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer.” (João 12:32,33).
• Marlon Teixeira, 22 anos, é de Ipatinga, MG.
Foto: Freeimages
sarah
Amem!! Creio no evangelho, maravilhoso post.