Cristão pirateado
Por Alan Corrêa
“Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mateus 5.46)
Nenhum comentário ao nosso respeito deveria nos incomodar mais do que aquele que nos coloca em pé de igualdade com os que estão distantes do padrão de vida estabelecido por Jesus. Comentários como: “Mas você não é diferente dos outros”. Nesse texto citado, Jesus está dizendo que se vocês vivem assim… vocês são iguais aos publicanos.
Houve um tempo em que os verdadeiros cristãos eram identificados pelo fato de não se parecerem com os chamados “do mundo”. Hoje está um pouco diferente; os cristãos genuínos, além de não se parecerem com os que estão no mundo, também devem ser diferentes dos seus “pares”, ou seja, daqueles cristãos que são nominais.
Mas quem são os cristãos nominais?
Os nominais são aqueles que vivem uma conversão pirata (falsificada), à margem do verdadeiro evangelho. Eles sustentam com muito esforço um disfarce religioso para serem tratados como “crentes”, e até são respeitados assim por seus amigos, mas suas vidas longe dos holofotes são pura escuridão. Deus sabe que esta maneira de viver não passa de uma performance teatral eclesiástica.
O que diferencia o cristão pirata do cristão original?
O que diferencia os cristãos piratas dos cristãos autênticos não são seus ritos religiosos (ambos frequentam o culto, ambos louvam a Deus, ambos leem a Bíblia). O que diferencia é sua vida em relação à imitação de Jesus.
Os cristãos autênticos pecam assim como os cristãos piratas, mas estão em constantes lutas contra o pecado. Já os nominais se renderam na arena da tentação, e pouco importa que o juiz já tenha identificado sua derrota, o importante é a plateia pensar que ele não perdeu luta.
Comentários como “Mas você não é diferente dos outros” devem ser convidativos a um autoexame de nossas vidas.ÀAs vezes alguns que ouvem esse tipo de crítica, sentindo-se autojustificados, chegam a pensar que é uma acusação do inimigo. Ainda que seja, temos de parar um pouco e olharmos para nossos passos e refletir tais caminhos, atitudes, comportamento e nossas palavras ditas.
É necessário colocarmos na balança nossa forma de vida tendo como contrapeso (referência) o estilo de vida de Jesus, e após chorar nossos descaminhos pedir para que Ele nos guie pelo caminho Eterno.
Sei que comparar nossa vida com a de Jesus é uma equiparação desigual, que parece injusta, mas é a única que o Evangelho nos propõe: sermos como Jesus é. Ele é nosso contrapeso.
“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48)
— Alan Corrêa, 34 anos, paulista, pós-graduado em Religião e Cultura. Escreveu o livro “Dissidentes da Igreja”.
sarah
Temos que ter como referencial o Senhor Jesus, belo texto 🙂