Como se envolver com a igreja
Por Jonathan Simões Freitas
“Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, juntamente com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (II Tm 2.22). Neste versículo, Paulo deixa clara a maneira como o jovem Timóteo deveria fugir do mal e seguir o bem: em conjunto com crentes sinceros. A santificação pessoal deveria ser uma caminhada comunitária.
De fato, na Bíblia, santidade pressupõe comunhão. Entre os que estão na peregrinação da fé não há espaço para a moda dos “desigrejados”. Pelo contrário, a igreja – enquanto comunidade de crentes sinceros – é apontada pelas Escrituras como o contexto no qual os vícios da juventude são deixados para trás e as virtudes cristãs são cultivadas.
Então, de que forma o jovem pode se envolver em uma caminhada comunitária de santificação? Não desprezando modos típicos de envolvimento durante a mocidade (música, dança, teatro, comunicação, eventos, esporte…), quero me concentrar neste texto em maneiras menos convencionais de engajamento com a igreja local. Não sendo exaustivo em minhas sugestões, espero, ao menos, despertar a criatividade que há no jovem para um renovado comprometimento com a comunidade da fé (II Tm 1.6-8).
Em primeiro lugar, a Bíblia afirma e a vivência confirma que, em geral, o jovem carece de experiência. Se, por um lado, sobra-lhe força, por outro, faltam-lhe os cabelos brancos (Pv 20.29). Neste sentido, sugiro o envolvimento do jovem com “iniciativas biográficas” em sua igreja, tais como: clubes de leitura de biografias; produções de vídeos biográficos; organização de encontros de compartilhamento de experiências dos mais velhos para os mais novos; visitas a casas de repouso de idosos para escuta de suas histórias; planos comunitários de leitura da história de personagens bíblicos etc. Assim, colocados diante do poder do Espírito que transforma vidas (I Co 2.4-5; I Ts 1.5), os jovens poderão aprender, comunitariamente, a fugir do mal e seguir o bem, crescendo na fé (Hb 5.13-14).
Em segundo lugar, se, por um lado, o jovem tem a limitação da experiência, por outro, tem a contribuição do estudo. Afinal, em geral, o jovem é (ou foi) um estudante. Neste sentido, sugiro o envolvimento do jovem com “iniciativas estudantis” em sua igreja, tais como: “monitoria” para irmãos com mais dificuldades nos estudos; reforço escolar em creches parceiras; orientação vocacional por ex-alunos; elaboração e aplicação de “vestibular” da Bíblia; realização de debates de assuntos levantados pelos próprios jovens; pesquisa de temas apologéticos relacionados ao seu curso universitário; acolhimento de intercambistas etc.
Alguns jovens de nossa comunidade ajudaram uma irmã que veio do interior a estudar para o vestibular de enfermagem da UFMG. Agora, formada, ela está partindo para Angola como missionária da saúde. Um jovem tem ajudado um irmão pedreiro a concluir seu curso de engenharia aos quarenta anos. Outros jovens têm preparado a quarta edição do nosso vestibular da Bíblia (“BEnem”), baseado em planos comunitários de leitura. Um amigo se dispôs a, uma vez por semana, gravar a leitura de bons livros para a audioteca de um instituto de cegos. Um mestrando em química está elaborando um projeto para a produção de sabão a partir de óleo pelos adolescentes. Um jovem professor universitário de matemática está se preparando para dar uma palestra sobre o debate “Dawkins versus Lennox” em nosso encontro voltado para colegas não-cristãos (“Dia do Amigo”). Um querido pastor organizou o “Programa do J” (“J” de Jesus), de testemunhos – parafraseando o “Programa do Jô”. Outro conhecido realiza periodicamente a “Roda dos Esclarecedores”, de perguntas e respostas, nos moldes do antigo “Programa Livre”…
E você, jovem, o que pode fazer? Reavive o dom de Deus que há em você!
• Jonathan Simões Freitas é Pastor de jovens da Comunidade Evangélica do Castelo (CEC), amigo do L’Abri e participante da turma atual do Projeto Grão de Mostarda (PGM).
Pr. Oniel
Parabéns, Jonathan, pelo artigo e sugestões abençoadoras.
Legal o BEnem!!!
Deus te abençoe!
Luciano Marques - Lucão
A “Igreja” é o Corpo de Cristo! Se envolver nas atividades eclesiásticas é outra coisa! Ser envolvido com a Igreja nem sempre é ser envolvido com o Reino!
O Pr. Gilson Resende escreveu uma música “… A igreja será jovem, quando o jovem for igreja…”. Quem se envolve muito com Cristo, geralmente; ou se envolve mais ou se distancia da Igreja!
Ser igreja é consequência de ser cristão… mas, tem cristão sem igreja; ligado à Cristo pela fé! Comunhão com irmãos, mesmo não estando ligado à Igreja.
Mais importante que a igreja, é o Reino.