Um certo jovem na chuvosa Londres
[Por Ronni da Silva]
Decidir vir para Londres é, no mínimo, ter a noção de que um guarda-chuva na mochila será preciso.
Pois bem, se quer ir comigo nesse relato, dou a você a chance de arrumar um e se preparar para algo bem subjetivo.
Isso, um guarda-chuva.
Ok, esperando…
…
(Não, nada? Está bem! Seria esquisito mesmo você lendo em frente ao computador com um guarda-chuva aberto! rs!)
O ano era 2012 e eu havia acabado de chegar da minha primeira experiência estrangeira. O tempo passou voando e quando vi já estava colocando meus pés em terras amadas brasileiras novamente. No entanto, e sendo muito sucinto, para desespero de meus pais e encantamento de meus irmãos e amigos, surgiu mais uma oportunidade antes do fatídico momento da formatura. Quinze meses estudando nas terras da rainha mais amada desse mundo – a Beth, para os íntimos. Empacota o que tinha acabado de ser desempacotado, corre pra tirar o visto e pega o primeiro avião que aparece. Literalmente. Não, não literalmente. Mas foram em poucos meses.
Vou pular a parte do “honeymoon”, o encantamento que os intercambistas sentem nos primeiros meses em novas terras, porque, primeiro, ele foi muito pequeno; e segundo, baseou-se somente em fotos e mais fotos no Big Ben, Tower Bridge e Abadia de Westminster. Uma delas você pode ver nessa página (e o dia estava ensolarado! Surpresa!).
Todavia, sobre o quero falar mesmo nesse texto é sobre tempo. Não que ele está passando rápido, meus caros. É sobre o outro tempo que quero falar. Como chove e venta nesse país!
O verão é algo encantador, ensolarado na medida certa, mas passa rápido e ligeiro e quando percebemos estamos envoltos em chuva, vento e escuridão. Não é de se estranhar que algo que as pessoas comentam seja verdade: o humor das pessoas muda com as estações. Sim, de alegres e, às vezes, sorridentes, britânicos, passamos a ver cabisbaixos e meio mal humorados moradores da terra da rainha. Generalizei, eu acho. Mas, pessoalmente, vi um tanto disso. Eu passei por isso. Tem sido difícil sorrir quando olhamos pra fora às 15h50 e já está escuro.
Como lidar com isso? Olha, só luz artificial certamente não funciona, apesar de ajudar.
Especialistas recomendam atitude positiva. Sorria, apesar das circunstâncias. Psicologia barata? Humm, acho que não. É bom ver outros sorrindo. Contagia. O que eu faço? Sou cristão, certo? Olho para os montes e espero pelo meu socorro!
Não é fácil estar em terras estrangeiras com poucos amigos. No entanto, meus caros leitores, com Jesus, que é o Sol da Justiça, sempre posso contar.
Ter um louvor nos lábios traz alívio e conforto!
Ter esperança de que com o amanhecer as minhas lágrimas passarão, é ser consolado num nível inexplicável que só Cristo oferece.
Outra é saber de seu papel com o próximo. No dia a dia, a dor do outro pode passar desapercebida, mas tenha sempre um olhar atento e pronto. Sorria e ajude mesmo sem saber. Ofereça ajuda e, sem perceber, seja ajudado.
Tenho lidado dessa forma com a chuva, além de ter boas roupas impermeáveis.
Sobre dicas para pôr o pé na estrada, acrescento que é importante lembrar também, antes de fazer as malas, que você está em terras desconhecidas e que o respeito ao outro deve ser em todo momento exercido.
Querendo ou não, somos nós os visitantes. Venha disposto a ver como é a rotina e a se inserir nela.
Aprenda a apreciar o diferente e a compartilhar experiências. Isso enriquece a nossa vida e aumenta a nossa rede de amigos, o que é sempre bom.
Por fim, está pensando em vir a Londres?
Como dica prática, aconselho a se organizar com antecedência. O país não é dos baratos, apesar de toda a cultura em museus disponível de graça por aqui!
Por fim, traga muita perna. Muita perna? Pois sim, vai ter de andar muito, porque a cidade oferece muito lazer e coisas legais para fazer, como zanzar por “markets” e parques.
E de novo, pegue um guarda-chuva (e algumas roupas térmicas se estiver pensando em vir no inverno), coloque uma música nos lábios e venha cantar, se encantar e dançar na companhia de tantos outros estrangeiros, que abundam nessa terra.
Agora sim, literalmente, “singing in the rain” versão europeia.
• Ronni da Silva, 24 anos, é estudante universitário de Bioquímica na UFV (Universidade Federal de Viçosa). Estudou na University of West Florida em 2012 e, agora, é aluno da Kingston University London por uma temporada de 1 ano e 3 meses. É possível saber mais das aventuras dele em seu blog pessoal e no Instagram.
Nivea Damaceno
Hey Ronni, gostei do seu texto, espero que você continue desfrutando das ótimas experiências pelo mundo afora. Que saudade de você, amigo!