Por Luiz Felipe Xavier

Ultjovem_30_09_13_CoracaoO ser humano busca realização pessoal. Alguns pensam que se fizerem algo se realizarão; buscam fazer para ser. Outros pensam que se tiverem algo se realizarão; buscam ter para ser. Outros ainda pensam que se conhecerem se realizarão; buscam conhecer para ser. E por aí vai… No fundo, o que o ser humano busca é algo que dê sentido à vida.

Refletindo sobre essa busca, lembro-me do novo mandamento que Jesus deu aos seus discípulos: “Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (Jo 13.34-35).

Por meio desse mandamento, Jesus está propondo o estilo de vida e a identidade dos discípulos. Assim como ele nos amou, nós devemos amar uns aos outros. O amor deve ser nosso estilo de vida e também nossa identidade, pois quando o nosso estilo de vida for o amor todos saberão que nós somos discípulos de Jesus. Lembro-me também do convite que Jesus fez aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca da sua alma?” (Mc 8.34-37).

Nesses versos, Jesus fala sobre o custo e o propósito do discipulado. O custo é negar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. É submeter-se à vontade de Jesus, discernir a vocação de Jesus e seguir os passos de Jesus. O propósito do discipulado é perder a vida para salvá-la. Perder a vida é gastar a vida por causa de Jesus e do evangelho. Contudo, quem está disposto a fazer isto? Somente aqueles que são identificados pelo amor como estilo de vida. Perder a vida por causa de Jesus e do evangelho é viver para amar a Deus, em obediência, e ao próximo, em serviço. Jesus perdeu a vida para salvá-la e nos convida a fazer o mesmo. Logo, só o amor realiza o ser e dá sentido à vida.

Pensemos nos momentos quando perdemos de vista os nossos próprios interesses e servimos ao próximo. Num primeiro momento, nós não sentimos prazer algum nisso, afinal de contas, estamos nos esquecendo de nós mesmos pelo outro. Porém, num segundo momento, nos sentimos totalmente realizados. Sentimos que o amor manifesto ao outro realiza o nosso ser e dá sentido à nossa vida. É como diz Eugene Peterson: “Se eu esquecer de mim mesmo e voltar-me para Deus, encontrarei a mim mesmo e a ele”. Penso que isso acontece porque, quando amamos, nos identificamos, radicalmente, com o nosso amado Jesus.

Portanto, quem se diz discípulo não deve buscar a realização do ser e o sentido da vida no fazer, no ter ou no conhecer, mas no amar. Peçamos a graça de Jesus, que leva-nos a amar a Deus e ao nosso próximo. Que assim seja!

Nota:
Artigo publicado na seção “Altos Papos”, da revista Ultimato 343.

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Luiz Felipe Xavier, casado com Thaís, é professor de teologia e filosofia e pastor da Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte. www.blogdoluizfelipexavier.blogspot.com

 

 

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