Presentes são de graça
Por Edu Oliveira
O evangelho é “complicado” porque propõe que poder, hierarquia e status não são maiores e nem mais importantes que pessoas. Ele coloca no mesmo patamar de responsabilidade, respeito e mutualidade, patrão e empregado, escravo e senhor [Fm 1.16]. Estabelece a aceitação daquele que era doente mental, mendigo, drogado, ladrão e que encontra a Graça [Mc 5.15].
O evangelho transforma “coisa” em pessoa, inútil em valioso [Fm 1.11], escravo em gente, mulher prostituta recebe a graça e é encorajada a continuar no caminho do amor [Jo 8.11].
O evangelho proporciona paz, saúde e restauração ao “perturbado da cidade”, um jovem com problemas psíquicos, endemoninhado, que vivia correndo nu pelas ruas sem ser contido [Mc 5].
A graça não oferece apenas o “retorno à sã consciência”, mas honra e dignidade às pessoas. E é aí que está o problema: como aceitar na sociedade alguém que fez tantos males? Alguém que cometeu tantos erros e mudou de vida do nada?
A confusão é estabelecida porque o medo e a desconfiança, baseados no passado, estão enraizados e são fortes demais para serem cortados somente superficialmente. O que se sabe [passado] é bem maior que o que se vê [presente] e o que se espera [futuro]. A grande preocupação é: quem vai pagar a conta, arcar com os prejuízos ou com a reputação ameaçada e enfraquecida?
Quer saber mesmo? A graça paga o preço! Melhor ainda, o preço já foi pago. Jesus quitou não apenas a dívida, como também fez uma ação tal como tirar os nomes sujos do SPC e Serasa, e publicar isso no Diário Oficial da União [Cl 2.13,14]! A reputação de Cristo foi posta em xeque e, no final das contas, ela não valia mais nada [Is 53.3-5].
Aceitar isso ainda é complexo, pois temos sempre o interesse em ser independentes, em não depender dos outros. Para aceitar o “inútil”, desgraçado, invisível, aquele que estava “à margem da santidade”, aquela que “andava nas trevas”, aquele que não tinha caráter ou vergonha é preciso, primeiro, aceitar a graça proporcionada por Cristo.
Você conhece alguém que “não vale nada” e que se mostra aparentemente imerecido de confiança? Eis a chance de evidência da graça [Rm 5.20], pois, aquele a quem se perdoa pouco, pouco ama [Lc 7.47]. E, se você recebeu isso de graça, não queira ganhar vantagens ou colocar cláusulas para repassar o presente. Não ouse cobrar por algo gratuito.
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Edu Oliveira é jornalista, tem 26 anos, de Coroatá (MA) e membro da Assembleia de Deus. Participa da ABU desde 2008.
rodrigo lopes
Muito legal esse texto, uma bela explicação dessa maravilhosa Graça de nosso Senhor Jesus.
Priscila Carvalho
Muito bom texto Edu. Fico orgulhosa de você, saudade das suas visitas lá em casa. E que essa graça alcance cada dia mais sua vida irmão, lhe dando sabedoria e discernimento.
Ribamar
Parabéns, Edu. Sou maranhense, conheço a cidade de Coroatá (morei em Lima Campos e Pedreiras) e fico feliz em compartilhar palavras tão sábias acerca do Evangelho da Graça.