O Homem do Futuro e a Graça atemporal
Eu acabei de assistir (novamente) o filme O Homem do Futuro, com o excepcional ator Wagner Moura e a ótima Alinne Moraes. Pra quem já viu é inevitável a comparação com “Efeito Borboleta” e com a trilogia “De Volta para o Futuro”. Zero é o personagem de Wagner Moura, que aprende, do modo mais difícil, que não se deve mudar o passado.
Mas é claro que minha intenção não é fazer aqui uma crítica do filme. É que ele me fez pensar. Eu não sou a maior especialista do mundo em física quântica, mas a premissa básica do filme se baseia no princípio de que o passado deve acontecer exatamente da forma que aconteceu para que o futuro seja garantido.
E aí, claro eu “viajei”. A graça tem essas coisas, de me inspirar nos meios mais improváveis. Na história ele tenta mudar o passado, para ficar com a mocinha, e acaba se tornando um mesquinho e manipulador ditador do futuro. Então me lembrei da Graça. Precisamos entender que quem somos hoje é fruto do passado que vivemos (e do sacrifício de Jesus naquela cruz). E isso nos faz ver o passado e até o presente em perspectiva. Se confiamos na Graça, podemos ficar tranquilos que tudo o que acontece, aconteceu e acontecerá conosco não foge do controle de Deus. Ele é soberano e, por enxergar tudo como se fosse o presente, sabe exatamente que o evento A vai gerar um fruto B, mesmo que tenhamos que passar por sofrimentos indescritíveis entre os dois períodos.
O personagem João precisou se tornar Zero para ser feliz. É o que ele mesmo aprende. Ele precisava ser humilhado pra ficar com a garota. Ele precisava ser humilhado para ter o caráter aperfeiçoado. Ele precisava ser Zero para ser alguém. Não que todos nós tenhamos que passar por humilhação pública para termos bom caráter. Mas, por experiência própria, e de tanto ler por aí, eu sei que o sofrimento produz um caráter mais forte. Aliás, isso está na Bíblia, não é mesmo? Vejam as palavras de Paulo: “E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.3-5).
O que o “Homem do Futuro” aprendeu, na verdade, Jesus já havia nos ensinado:
“Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?
“Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir?’. Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.”
Mateus 6.25-32
Esses versículos parecem não estar relacionados ao que eu estou dizendo, mas na verdade estão intrinsecamente conectados. Nós nos lamentamos pelo passado, porque não podemos mudá-lo, e nos lamentamos pelo futuro, porque não temos como controlá-lo. Mas, na verdade, a Bíblia nos mostra todo o cuidado de Deus. E Ele nos mostra que quem controla o tempo é Ele – ainda bem!. Estão aí “O Homem do Futuro” e “Todo Poderoso” para nos lembrar disso.
Se aprendermos a viver pelo presente, deixando para o passado apenas as lembranças, e para o futuro apenas as esperanças, mas sabendo que a Graça nos basta em tudo, a nossa vida pode ser plena e feliz.
Que vivamos pela Graça, e apenas por ela.
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Dani Nogueira, 23 anos, mora em Belo Horizonte (MG), é fonoaudióloga e escreve pro blog Trintaetrês.
Cinthia
Muito bom, Dani!! Como sempre, você se expressa muito bem… Obrigada pela esperança compartilhada.
“Se confiamos na Graça, podemos ficar tranquilos que tudo o que acontece, aconteceu e acontecerá conosco não foge do controle de Deus.”
Mariáh C.
Ei Dani!
Interessante comparação entre o filme a Graça. Eu não vi o filme, mas tenho quase certeza de que nunca chegaria à mesma conclusão.
Nós só vivemos por causa da Graça dEle, porque nada merecemos, então só ganhamos o que não merecemos. Deus é demais, né?