Saudade: ô palavra gostosa de se dizer aos quatro cantos! Há uma semana estou longe do meu país, língua e atividades. Hoje, ao sentar em meu quarto para escrever, fico olhando a paisagem – que é linda! – e medito sobre como é fantástica a diversidade de pessoas, raças, culturas, costumes… e a simplicidade do ser “HUMANO”. Essa viagem tem me mostrado um outro mundo onde tudo, ou praticamente tudo, é possível. Quando tenho essas percepções ao meu redor, lembro das exortações sempre firmes e convictas de Paulo em suas viagens, bem direcionadas exatamente por essa gama enorme de diferenças.

Vivemos em trânsito, cruzando com diferentes pessoas o tempo todo. Essa experiência tem sido única e porquê compartilhar aqui e com cada um de vocês que estão longe ou perto, que me conhecem ou não? Pelo simples fato de querer registrar que ao redor do mundo existem PESSOAS. Achou estranho? Isso mesmo: pessoas sensíveis, confusas, engraçadas, hospitaleiras, interessadas, descoladas, elegantes, sofisticadas, em busca de algo que verdadeiramente as preencha.

Teríamos nós, cristãos, perdido a sensibilidade frente a maior carência do ser humano? Ao viajar, Paulo sempre levava consigo um objetivo nobre, maior. Teria eu esse mesmo objetivo, mais do que dentro de minha mochila, dentro do meu coração? Aprendi que fomos chamados para fazer diferença; seríamos nós apenas diferentes?

Antes de desembarcar e vir para a fazenda onde estou hospedado, algo interessante aconteceu: a família que me recebe fez algumas perguntas a meu respeito e uma delas foi qual minha profissão no Brasil. Ao mencionar que era um missionário, logo ligaram minha pessoa a de um religioso. Diante dessa expectativa, faria eu diferença? Nesse primeiro momento, algo muito simples aconteceu: na primeira refeição juntos, a dona da casa me perguntou se eu podia orar. Seria só uma gentileza por parte deles? Queriam me agradar? Por que essas perguntas surgem? Seria eu um religioso? NÃO! O pedido se repete a cada refeição e, a cada refeição, esse momento singelo se torna único. Espero que essa viagem e esse pequeno relato mostre que a sua oração pode transformar, impactar, mesmo!

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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário, autor de “Minha Escolha Profissional — o que Deus tem a ver com isso?” (Editora Vida).

jeverton.ledo@gmail.com

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