Nosso dogma global
O homem busca coisas que ele considera “necessidades”, mas que no final podem o tornar escravos de uma rotina que o afasta de sua vocação e missão de vida.
A maioria da sociedade tem vendido a sua alma em troca daquilo que paga melhor. A mensagem, desde as instituições de ensino fundamental até as de nível superior, não é conhecimento, não é fornecer um universo ao estudante que possibilite um encontro, em primeiro lugar, com a sua cidadania e depois com ferramentas que vão ajudá-lo na construção de sua carreira para uma melhor interação com o mundo a sua volta. A mensagem dessas instituições é tão somente formar peças que vão compor as demandas do mercado profissional.
O que o ser humano aprende é que ele precisa se formar para “ser alguém na vida” pois, afinal de contas, o seu valor não é intrínseco. Ele aprende que precisa estudar, não por causa de sua construção como um indivíduo que nasce com um propósito, mas porque precisa atender essa demanda do mercado. O resultado disso é que toda a informação adquirida no seu tempo de estudo é esquecida depois de passar num concurso público, ou até mesmo depois de sair da universidade. Os conceitos aprendidos perdem sua aplicabilidade, pois só serviram de trampolim social.
Uma pessoa pode acordar todos os dias às seis da manhã, pegar sua condução, bater cartão, voltar as às cinco da tarde para a casa e, enfim, cumprir esse ritual até os últimos dias de sua vida sem ao menos questionar quem ela é ou qual legado deixará para futuras gerações? A necessidade de conforto cega e tira da pessoa a reflexão sobre a vida.
O problema não é o trabalho mas é a falta do entendimento de que o trabalho é consequência de um indivíduo que encontra a sua vocação, que sabe que nasceu para responder uma necessidade, dentro dessa dinâmica relacional em que vive com seu próximo.
Ao estar preso dentro de um modelo de vida que o leva sempre em busca de sua “realização pessoal”, o ser humano não consegue enxergar essa outra realidade possível. Uma realidade onde habita a justiça, a paz e a alegria no Espírito. Como já dizia o bom e velho mestre, buscar o Reino de Deus e a sua justiça deve ser a nossa prioridade. Só que quanto mais envolvidos estamos, como seres viventes, com as urgências do materialismo, menos ouvimos a dor de quem sofre com a injustiça, denunciamos aqueles que corrompem as leis e menos ainda somos felizes.
Sim, infelizes por optar pelo caminho mais fácil, por viver no lugar mais seguro, por seguir essa romaria global que nos afasta uns dos outros e, principalmente, da razão de nossa existência. Os felizes são os que tem “fome e sede de justiça, que agem com misericórdia, os que são puros de coração e os pacificadores”. Talvez estes sejam os que, de fato, são realizados.
Fica na minha mente a canção Capitão de Indústria da banda Os Paralamas do Sucesso: “eu não tenho o tempo de ter, o tempo livre de ser, de nada ter que fazer…, eu acordo prá trabalhar, eu durmo prá trabalhar, eu corro prá trabalhar”. O que nos resta depois disso?
Euro Mascarenhas tem 24 anos e trabalha com a JOCUM
Simone Nascimento
Achei o texto ótimo. Expressa a real dos fatos sobre vocação. Creio que quando professo minha fé, expresso este chamado com entendimento de que nasci para atender uma necessidade específica.
Valeu, Euro, por este entendimento sobre trabalho…
Moisés França
É verdade, Euro!
Nosso valor está dentro da gente e não no que fazemos.
Infelizmente a maioria está buscando sentido no que é visível aos olhos e não no que é essencial, que como disse Saint Exupery, é invisível aos olhos.
Parabéns pelo texto e o tema escolhido!
Silvio Martins
Eurinho, parabéns e obrigado por compartilhar com o mundo a percepção e o discernimento que Deus lhe deu. Grande abraço!
Eduardo Fraga
Vale a pena ler de novo !!!!!!!!!
Muito bom parabéns, que muitos textos seus venham parar aqui de novo !
Marcos Caê
Nessa caminhada, na ansiedade de chegar ao fim da estrada, a gente acaba não olhando em volta, e deixa de apreciar o verde vestindo os campos de esperança…
abraço Euro!
Luiz Carlos Junior
Euro,
belíssimo texto. Conheço o seu caráter e sua vida e alegro-me em ler um texto que o seu autor pratica aquilo que escreve.
Caminhar e trabalhar rumo ao estabelecimento integral do Reino essa é nossa missão.
Atte,
Junior.
Dayane de Souza
“Será que só me moldarei nessas forminhas que nunca encabarei, mas eu sorrirei e serei agradável para todos pensarem que estou feliz assim!! Quanta infelicidade a minha não, seria muito pouco p/ mim.” (Uma grande reflexão aqui no outro lado da tela, valeu Euro)
Fabiano
Ótimo texto Euro, muito bom, muito lúcido e muito bíblico! Assino em baixo.
Claudinha Morg
Bom, o caminho dos infelizes nao chega a ser tao facil assim ja que “viver vida de gado” é viver com ferrões (de seus donos) e um unico caminho à percorrer, o que leva ao matadouro, mas acaba sendo o caminho mais obvio e mais cômodo!!!
Muito Bom Euro!
Leonardo Lima
Muito bom Euro, clareza e conteúdo.
Parabéns!
Efraim Rodrigues da Silva
Bom seria, se jovens como Euro tivesse essa percepção de mundo a sua volta. Com certeza implicações positivas no mundo por meio do Reino divino seriam visíveis.
Viviane
Seu texto me fez lembrar o que um pastor que admiro contou indignado certa vez: numa mesa de jantar com outros pastores, um deles disse que a filha não tinha conseguido passar no vestibular para medicina, mas somente no de farmácia. Aí, antes que fizessem algum comentário, ele emendou: “Mas farmácia dá dinheiro também, viu, pastor!!”
Lamentável…
Parabéns, Euro! Por abordar um assunto tão pertinente.
Deixo aqui mais uma reflexão:
“Você não foi criado para se conformar. Não foi criado para se comparar. Não foi criado para competir. Não foi criado para fazer concessões. Você foi criado para contribuir para o Reino de Deus e fazer uma significativa diferença com sua vida. Você foi criado para apenas ser você!”
(Erik Rees em “Formado com um Propósito.)
Glauco Braga
…penetrating!